xavi Hernandez
Por trás de um grande homem está uma grande mulher. Talvez se possa também dizer, invertendo o género, que por trás de uma grande equipa, está um grande homem. O Barcelona e a La Roja podem encomendar a estátua, para homenagear um dos grandes maestros das obras primas que estas equipas orquestraram nos últimos anos por esses relvados fora. Xavi Hernandez não tendo pendurado as botas, anunciou ontem a sua retirada do grande palco do futebol europeu. Este médio vai deixar uma terrível lacuna no centro do campo não só do Barcelona e da sua selecção nacional, como também do espectro do futebol mundial. É, quanto a mim o melhor médio centro criativo que o futebol viu nos últimos muitos anos. Com a bola sempre colada no pé, e a cabeça a sondar a imensidão do relvado, Xavi era o fio condutor que orientava o futebol ofensivo da equipa, com rasgos individuais que descobriam espaços onde mais ninguém os via, com passes milimétricos e teleguiados, mas que principalmente deverá ser reconhecido com um dos grandes executantes e responsáveis pelo Tiqui-taca. Nem que fosse só por isso já era merecedor do seu lugar na história, mas Xavi representa ainda mais. Representa um jogador que se encontra em vias de extinção. Um jogador que para além de amar aquilo que faz, e que o faz como só os génios o conseguem fazer, ama o clube da formação, aquele que não mais largou e no qual permaneceu durante 17 anos, tempo verdadeiramente jurássico, futebolisticamente falando. O futebol agradece, e eu como adepto tenho a certeza que vai deixar muitas saudades.