tapete Vermelho
Esta semana foi a semana do tapete vermelho para o novo Presidente da República. Marcelo Rebelo de Sousa despertou uma onda de entusiasmo, devidamente patrocinada nos últimos anos pela TVI, à qual os restantes media não quiseram ficar atrás. Pode o leitor chamar-me desde já velho do restelo, que eu não me importo, mas a lucidez em tempos de cegueira não faz mal a ninguém. O tapete vermelho em que Marcelo se desloca foi estendido nos últimos 10 anos pelo anterior inquilino, que sendo fiel ao seu estilo conseguiu fazer esquecer que a Presidência da República já foi ocupada por homens carismáticos do calibre de Mário Soares, ou de Jorge Sampaio. Apesar de salutar esta renovação presidencial, e de gostar de ver a forma como Marcelo quebra o protocolo e sai frequentemente do tapete vermelho para se encontrar com o povo, gostaria de salientar que antes dele o Pai da nossa democracia exerceu o seu cargo de forma exemplar, como foi exemplo a presidência aberta, e lembrar a humanidade de Jorge Sampaio, um Presidente que não se coibia de quebrar como ser humano, não tendo vergonha de soltar uma lágrima quando a mesma não pudesse ser contida.