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E porque não eu?

terapia de reflexão para mentes livres e com paciência, SA ou Lda não interessa, pelo menos pensar não paga impostos

E porque não eu?

poesia Orçamental

por António Simões, em 16.10.16

Sempre tive um grande problema com a disciplina e, por arrasto, com os professores de português. A minha capacidade limitada de interpretação dos textos nunca foi do agrado de nenhum, e a minha pouca disponibilidade para dar palha ou, por outras palavras mais educadas, para dar música, granjeou sempre muita pouca simpatia por parte do docente da disciplina. Estivesse em discussão uma estrofe de Camões, uma cantiga de escárnio e maldizer ou um excerto de "Os Maias", o conflito entre a minha redundância interpretativa e a capacidade esquisofrénica do professor e da maioria dos meus coleguinhas de turma para desenvolver as mais diversas teorias acerca daquilo que o escritor dizia nas entrelinhas do texto, foi batalha latente ao longo dos vários anos em que tive que levar com o ponto de vista que uns julgavam superior ao meu. Por isso mesmo que todos os anos não espero grande coisa da apresentação do Orçamento de Estado, e este último foi mais um bom exemplo de como o mesmo texto pode ser interpretado de maneiras diferentes, ficando sempre a dúvida sobre qual é o dono da razão. Tal como um poema, o OE para 2017 teve duas análises diametralmente opostas. Por um lado, temos a direita que defende o pleonasmo intrínseco do aumento da carga fiscal sobre os contribuintes. Do outro, temos a esquerda que garante a personificação da justiça social neste documento que repõe os direitos sobre a classe trabalhadora e o aumento das pensões. Ao meio está o sempre pau para toda a obra do contribuinte, que fiel à interpretação única e inalienável do pagamento dos impostos apenas se limita a cumprir o que os outros interpretam...

estágio Orçamental

por António Simões, em 13.10.16

Engane-se quem pensa que António Costa só foi a terras dos mestres Shaolin com o objectivo de recolher o interesse dos ávidos investidores chineses, acenando com as vantagens do território tuga no sentido da capitalização dos lucros, e apelando ao sentimento forte que une a tugalândia e o país da grande muralha desde os tempos dos descobrimentos. De facto o primeiro-ministro foi à China por isso, mas também porque considerou esse país um excelente destino para efectuar o estágio pré-orçamental. Ciente das dificuldades de apresentar ao parlamento um orçamento de estado confeccionado a três, o chefe da "geringonça" desenvolveu nesta viagem competências ao nível do confucionismo, estudou as origens da esquerda maoista escrutinada do marxismo-leninismo, e aprendeu com os dirigentes da Assembleia Popular Nacional que ocupam o cargo desde tempos imemoriais. Costa chegará assim à tugalândia pronto para enfrentar as feras da esquerda tuga, que tudo farão para tornar a vida impossível, trazendo na sua bagagem uma nova dinâmica arquitectada neste estágio oriental e munido de ensinamentos e pensamentos como estes que se seguem, conseguidos por fontes muito bem colocadas na mala do primeiro-ministro:

"A melhor maneira de ser feliz é contribuir para a felicidade dos outros" ( sobre o fim da sobre-taxa no IRS)

"Ultrapassar os limites não é um erro menor do que ficar aquém deles" (Justificação para esse fim ser para uns, mas não para outros)

"Você não pode mudar o vento, mas pode ajustar as velas do barco para chegar onde quer" (Pensamento para enquadrar a "geringonça" no panorama das constantes ameaças dos mercados de uma nova intervenção, servindo também de slogan motivacional para este orçamento à esquerda)

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