o Ilusionista
No mundo do futebol o dia de hoje ficará para a posteridade como o dia em que Andrés Iniesta anunciou a sua despedida do seu clube de sempre, o F. C. Barcelona. Na cronologia futebolística os 22 anos da sua carreira inteiramente ligada a um mesmo clube é algo que cada vez mais se torna uma raridade, e exemplos como este podem muito bem estar em vias de extinção. Iniesta despede-se porque sabe que não pode continuar a ser e a dar aquilo a que habituou todos os que gostam de futebol, e sai pela porta grande como ainda se viu na final da Copa Del Rey, jogo em que deu um verdadeiro recital daquilo que ele melhor sabe fazer. A inalienável força do tempo vai cobrando a sua factura e pouco a pouco vai desaparecendo aquele Barcelona de encantar, que forneceu a matéria prima para fazer da selecção de Espanha a dona do Mundo do futebol por vários anos, num estilo que já registou a sua marca na história. Iniesta jogou com os melhores, e contra os melhores, num registo de humildade que deveria fazer escola, mas que infelizmente não faz porque os bons exemplos não pagam a publicidade de um mundo cada vez mais medíocre. O "ilusionista" palmilhou os relvados destilando algo que eu considero como uma mistura de partes de Messi e Xavi - a capacidade de drible do argentino aliada à visão de jogo do maestro espanhol. Na memória ficará muito, mas sem dúvida alguma que nunca esquecerei a final do Mundial de 2010, quando esse pequeno espanhol marcou o golo da vitória e fez festejar um incógnito português, de uma forma que anos mais tarde não o fez. Obrigado, e até sempre Andrés.