Lá diz o ditado "Deus dá, e eles juntam-se". Putin, o presidente, acha que pessoas como Joseph Blatter merecem o prémio Nobel. Não discordo desta declaração, mas em todo o caso fico apenas com dúvida em relação à categoria que Blatter deveria ser distinguido. Tendo em conta as actuais categorias, não me parece que a actividade e conduta do presidente demissionário se enquadre em qualquer uma delas, pelo que Putin deveria esclarecer qual a nova categoria a ser criada, de forma a laurear o homem que tem conduzido os destinos do futebol mundial nos últimos anos. Não só pelo que recentemente veio à baila, mas por toda a trapalhada que tem sido a sua presidência, o prémio teria que incluir os seus dotes e arte no campo da incompetência e, claro está, na corrupção. De resto este voto de solidariedade do presidente Putin, por muito boa vontade que tenha, mais não é do que um agradecimento público pela escolha da Rússia como país organizador do próximo mundial da bola. Aguardo então que as próximas declarações sejam do presidente do Qatar, país, até agora, organizador do mundial de 2022, a disputar debaixo de condições climatéricas que rivalizam com o interior de um forno a gratinar um arroz de pato. Razão mesmo só tem o ditado...
Porra, mas já a 31.10.2013 escrevia acerca de Blatter, na altura em que ele parodiou Cristiano Ronaldo:
Não poderia passar ao lado desta onda de indignação sem me pronunciar acerca da mesma. Apesar de concordar com os motivos da indignação, não embarco nesta euforia contra o presidente da FIFA que depois da sua triste figura a escarnecer da figura de Cristiano Ronaldo, já motivou petições públicas para exigir a sua demissão. E não embarco agora pois já navego há muito tempo consciente que este senhor perde a razão sempre que fala, mas acima de tudo porque se trata de um dos cérebros que comandam a corrupção que prolifera nessa instituição internacional do futebol. Joseph Blatter já pertence à estrutura da FIFA desde o longínquo ano do verão quente tuga. É pena que só agora as pessoas, movidas pela mediática exposição de Cristiano Ronaldo, se tenham apercebido quem é Joseph Blatter. Para mim é o homem que esteve por trás da exclusão de Diego Armando Maradona do mundial de 1994, altura em que o melhor futebolista de todos os tempos recuperava dos seus vícios, e levava novamente a selecção Argentina com destino à glória. Para mim é o homem que foi alvo de uma investigação jornalística que colocou a nu o tráfego de influências que moveu, como forma de garantir as suas sucessivas eleições. Para mim é o homem que permite a realização de um mundial de futebol numa altura, e num local, tão inóspito como o verão em pleno deserto do Qatar, preterindo a candidatura ibérica. Isto sim são motivos para pedir uma demissão. O que se passou, até deve ser perdoado condescendentemente tendo em conta a senilidade da figura que já nos habituou a intervenções bem piores.