presidente mas Pouco
Uma das séries que marcaram a minha infância foi "Whos the boss", título subtilmente traduzido para o nosso belo e corrente tuga por "Chefe mas pouco". Lembrei-me deste preâmbulo ontem quando o nosso ainda Ministro das Finanças foi eleito para ocupar o cargo de Presidente do Eurogrupo. Esta - digamos - instituição existe desde 2005, tendo até ao momento sido ocupada por um luxamburguês, por um holandês e por um tuga que ainda vai a caminho. Os candidatos que Mário Centeno tinha pela frente eram o luxemburguês Pierre Gramegna, o eslovaco Peter Kazimir e a letã Dana Reizniece-Ozola. Para além de facilitar o trabalho dos jornalistas de línguas latinas que assim evitam nomes de difícil pronuncia, pois para isso já chegou ter lá um Dijsselbloem, esta eleição marca uma tendência que me fez lembrar a tal serie que falei no início. No lugar de surgirem os leões de países influentes como a França e a Alemanha, os que verdadeiramente mandam preferem ter lá os cordeiros favoritos para poder manobrar à sua vontade. Tal como as hienas que se aproveitam das carcaças, quem manda nesta Europa do século XXI sabe muito bem escolher quem quer para os seus lugares. Já agora, parabéns senhor ministro!