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E porque não eu?

terapia de reflexão para mentes livres e com paciência, SA ou Lda não interessa, pelo menos pensar não paga impostos

E porque não eu?

primavera dos Destroços

por António Simões, em 20.02.14

Como já lá vão três anos desde a chamada "Primavera Árabe", brisa fresca acompanhada de ventos de esperança de um mundo melhor onde o triunfo da boa vontade e da união dos povos ganhasse a batalha contra os déspotas e tiranos que teimam em governar, e como todos sabemos o que desde então se passou, é com um sentido mais carregado de desilusão e tristeza que assisto ao que se passa hoje em dia na Ucrânia. A avaliar pelo que se passou em todos os países dessa estação que todos pensavam ser o prenúncio de um verão da salvação, com particular destaque para o genocídio que se mantém sem tréguas na Síria, não esquecendo as provações que o povo Líbio passa e passou, temo pelo desenrolar dos acontecimentos na Ucrânia. De facto, esta primavera árabe parece ter sido atropelada por uma espécie de "El niño", tornando-se numa verdadeira primavera de destroços, que agora se deslocou para o continente Europeu, aquele que até mais ver é o mais antigo, e que por isso mesmo deveria ser o mais sábio na altura de evitar repetir os erros do passado. Este país que se encontra agora em estado de quase guerra, ainda há dois anos confraternizou com toda a Europa num campeonato de futebol de nações. O século XX começou com uma grande guerra mundial em solo europeu, assistiu na sua madurez da década de quarenta ao pior conflito da história, e terminou com uma guerra entre irmãos no Balcãs. É triste, mas o Homem não parece saber, ou querer, aprender com os erros do passado.

o meo Radio

por António Simões, em 18.02.14

Apesar da evolução dos tempos, e até ao momento em que para conduzir um veículo não seja necessário as mãos, pés e atenção do condutor, a Radio permanecerá estoicamente resistente, sobrevivente de décadas de modernidades na comunicação. De facto, eu como muito provavelmente um grande número de pessoas, remeto os períodos de ouvinte da Radio para o momento da condução. Tal como tudo a Radio também soube evoluir e tornar-se mais atractiva, e longe vão os tempos em que o locutor teimava em interromper as músicas para dizer algo, de forma que muito frequentemente roçava o irritante. No entanto, e porque uma pessoa está mal habituada, num dia destes ao ligar o Radio do carro, estava a dar uma música que gosto muito, e já não a ouvia há algum tempo, mas como estava no fim ficou o sabor a pouco, e assim procurei o botão de voltar atrás como se estivesse em casa em frente à Televisão. A radio não tem! Fica então aqui a deixa, de um nicho de mercado para explorar, e tornar assim o legado de Marconi mais atractivo.

o melhor de 2013 - Política

por António Simões, em 20.12.13

A minha escolha para esta categoria não poderia ter sido mais fácil, face a escassez de possíveis laureados, fruto de uma governação medíocre, de uma oposição fraca, e de alternativas governativas inexistentes. De facto, acho que Mário Soares, o pai desta democracia, ao continuar a intervir publicamente mostra a todos os outros o caminho a seguir, continua a ser uma mente brilhante e lúcida na flor dos seus já muitos anos de idade, que deve fazer corar de vergonha todos os actuais dirigentes políticos de ideologias ocas. As suas mais recentes iniciativas são um exemplo não só de política, mas acima de tudo de uma forma de estar em cidadania que temo pertencer a um passado saudoso e irrecuperável, se dele não seguirmos o exemplo.

leitura de 2013

por António Simões, em 12.12.13

Como resposta ao desafio lançado pela equipa dos Blogs do Sapo, aqui fica novamente o post que escrevi em Abril sobre o melhor livro que li durante este ano, "Um Longo Caminho para a Liberdade" de Nelson Mandela:

 

Muitas linhas seriam sempre poucas para descrever Nelson Mandela. Guiado pelo seu próprio punho, foi através desta obra que mais fiquei a saber sobre uma das figuras mais importantes, e nobres, da história mundial. Se o passado recente da África do Sul passa por quase um século de luta pelos direitos da maioria negra oprimida, os 27 anos que Madiba esteve preso em nome dessa causa conferem-lhe o estatuto de comandante da refrega. Tendo-lhe sido sonegado o direito pelo qual sempre lutou, é difícil de entender como descreve as agruras da vida prisional com uma naturalidade diáfana. No entanto, o sofrimento dessa reclusão é de sobremaneira exposto, aquando da primeira visita a Robben Island de sua filha, genro e neta, que tomo a liberdade de partilhar:

"Não apertava a minha filha nos braços desde quando ela tinha mais ou menos a idade da minha neta. Foi uma experiência vertiginosa, como num romance de ficção cientifica em que há uma distorção no tempo, abraçar assim a minha filha já adulta. Depois abracei o meu novo filho, que me passou para os braços o corpinho minúsculo da minha neta, que não larguei mais durante o resto da visita. Segurar um bebé macio e vulnerável nas minhas mãos calejadas, que há tanto tempo só manejavam coisas como pás e picaretas, foi uma felicidade imensa. Não creio que algum homem alguma vez se tenha sentido mais feliz ao segurar um bebé do que eu senti naquele dia (...) É costume ser o avô a escolher um nome, e optei por Zaziwe - que significa «Esperança». Um nome carregado de significado para mim que, durante toda a minha permanência na prisão, nunca perdi a esperança e que agora não mais me iria abandonar. Estava convencido de que aquela criança faria parte de uma nova geração de sul-africanos para quem o apartheid não passaria de uma memória distante. Era esse o meu sonho."

A sua obstinação como pessoa personifica-se nos seus hábitos diários, em que se levanta diariamente por volta das 5 horas para fazer exercício. Mesmo na prisão, impedido de sair da cela, corria durante 45 minutos sem sair do sítio. Este carácter resiliente, aliado a princípios de solidariedade e tolerância em doses desconhecidas noutro ser humano, possibilitaram que nas várias alturas em que o país seguia rumo à corrente da guerra civil fosse Nelson Mandela a âncora que estacionou a nação no porto da paz, conduzindo tudo e todos até às primeiras eleições livres e multiraciais. O longo caminho para a liberdade não terminou nesse dia pois tal como refere "Ser livre não é apenas quebrar as correntes, mas viver uma vida que respeita e estimula a liberdade dos outros. O verdadeiro teste da nossa dedicação à liberdade ainda mal começou".

o palavrão do Ano

por António Simões, em 28.11.13

Chegados que estamos à contagem decrescente para dar por concluído o ano de 2013, lá começam as escolhas para distinguir os que mais se distinguiram durante os 365 dias do ano. Logo aqui temos o primeiro problema! De facto, faltando mais de 31 dias para 2013 caducar, para se efectuar esse tipo de escolha o melhor seria mesmo esperar pelo primeiro de Janeiro, e não me estou a referir ao periódico, claro está. Nos últimos anos surgiu uma ânsia doentia para atribuir o Nobel de seja do que for a todo o tipo de áreas, e o léxico tuga não foi excepção. A escolha da palavra do ano promovida por uma equipa de uma reputada empresa de dicionários e afins, deliberou o primeiro lugar em 2010 para a palavra "Vuvuzela", tendo em 2011 escolhido "Austeridade", sendo o ano passado marcado pela moda "Entroikado". Como entroikados já estamos de sobra, fruto de austeridade apregoada em vuvuzelas, este ano deveria ser escolhida não a palavra do ano, mas sim o palavrão do ano. Fico intrigado saber qual o vernáculo mais usado aqui por esta paragem à beira mar plantada durante o ano de 2013, mas não tenho qualquer dúvida sobre os destinatários desse tipo de adjectivos...

síndrome Sebastião

por António Simões, em 20.11.13

Estava para escrever acerca desta nova descoberta do caminho marítimo para o Brasil, mas os artigos de opinião, os jornais e televisões encarregaram-se de despertar de vez um sentimento de injustiça, o qual me poderá mesmo colocar na pele de um velho do restelo. "Ronaldo + 10", "Comandante Ronaldo", "Allô Brasil? Ronaldo está a caminho", "Espectacular Ronaldo apura Portugal", e por aí fora. Na minha televisão eu vi ao minuto 49, Rui Patrício defender um golo quase certo de Larson e no minuto seguinte Ronaldo fazer o 1-0, depois de uma passe a rasgar a defesa sueca de João Moutinho. Vi o 2-2 e 2-3 marcados brilhantemente por Cristiano, tendo corrido para a desmarcação proporcionado por soberbos, repito, soberbos passes de Hugo Almeida e, novamente, João Moutinho. Vi Fábio Coentrão fazer o jogo em dificuldade, onde aguentou defendendo o seu lado esquerdo até claudicar esgotado. Vi Pepe e Bruno Alves mostrarem ser uma dupla de centrais para fazer frente aos melhores avançados que nos esperam no Brasil. Por isso mesmo que eu vi, acho que foi o todo que nos colocou na rota das terras de Vera Cruz, e não uma única peça. Se o leitor concorda comigo, junta-se aos velhos do restelo. Se não concorda e embarca neste ode panegírica a Cristiano Ronaldo, então sem dúvida alguma que pertence aos milhões de tugas que sofrem da doença mais antiga desta velha nação, o síndrome de d. Sebastião...

pôncio de Lima

por António Simões, em 23.10.13


Três considerações: 1- Pires de Lima meteu a marcha atrás e considerou que a manutenção da taxa do IVA da restauração nos 23% se "enquadra no objectivo para o país". 2- O ministro da economia disse ainda que é "um soldado disciplinado e leal dentro deste Governo". 3- A manutenção da taxa do IVA neste escalão vai asfixiar ainda mais as empresas da área que sobreviveram durante este ano, sendo garantido que no final de 2014 o número de náufragos será ainda maior. Assim sendo 1+2+3=0 sendo que 0 representa o valor acrescentado que Pires de Lima trouxe para a pasta da economia. Como se estas declarações não chegassem, o ministro ainda deixou a ideia que "tudo fez" para a redução da taxa do IVA para o orçamento de 2014. Noutros tempos também existiram figuras que tal como ele lavaram as suas mãos. Como é que se chamava mesmo aquele Prefeito Romano... seria Pôncio de Lima!?


orçamento 2014

por António Simões, em 16.10.13

1 km! 3 minutos de carro! 10 minutos a penantes! Esta é a distância a que ficamos de evitar uma nova novela em volta do orçamento de estado. Esta é a distância entre a Assembleia da República e o Tribunal Constitucional. Já tinha alertado no ano passado para esta problemática, sugerindo que o orçamento fosse enviado directamente para o colectivo de juízes, mas como os nossos dirigentes devem estar mais interessados na casa dos segredos, no lugar de ler um bom artigo de opinião como os que aqui são publicados, o resultado está à vista. Ontem o documento foi entregue na Assembleia da República, onde agora vai ser discutido com os partidos da oposição a falarem para o tecto e os partidos do governo a falarem para os botões, seguindo para a Presidência que o reencaminha para o Tribunal Constitucional, cabendo a este emitir o cartão vermelho ao documento que atropela deliberadamente a Constituição da República Tuga. Quando este processo chegar ao fim, já o calor estival desabrochou. Por isso mesmo, e porque afinal de contas o país tem que ser governado, aqui fica o roteiro para a próxima entrega do orçamento de estado:

1. Siga norte em Rua de S. Bento em direcção a Rua Nova da Piedade

2. Tome a primeira à direita para a Rua Nova da Piedade

3. Vire à direita na Praça das Flores

4. Continue na Rua da Palmeira

5. Continue em frente na Praça do Príncipe Real

6. Vire à direita na Rua Século

O destino estará à direita...


um Discurso

por António Simões, em 29.04.13

Politicamente falando, o meu respeito por Cavaco Silva encontrava-se desde à muito numa pequena e minúscula míngua vestigial, não estando a exagerar com o pleonasmo. Com o seu discurso de quinta feira, em dia de comemoração de 25 de Abril, em plena Assembleia da República, mais do que apagar de vez qualquer réstia de respeitabilidade, colocou a descoberto as suas verdadeiras intenções e numa dissertação que é um vexame para o papel de Presidente da República matou a democracia:

"Que não haja ilusões. Portugal tem de preparar-se para o final do Programa de Assistência, o que irá ocorrer já no próximo ano. Os nossos agentes políticos, económicos e sociais têm de estar conscientes que deverão actuar num horizonte temporal mais amplo do que aquele que resulta dos calendários eleitorais. Sejam quais forem esses calendários, sejam quais forem os resultados das eleições, o futuro de Portugal implica uma estratégia de médio prazo que tenha em atenção os grandes desafios que iremos enfrentar mesmo depois de concluído o Programa de Assistência Financeira em vigor"

"Em nome dos Portugueses, é essencial alcançar um consenso político alargado que garanta que, quaisquer que sejam as concepções político-ideológicas, quaisquer que sejam os partidos que se encontrem no Governo, o País, depois de encerrado o actual ciclo do programa de ajustamento, adoptará políticas compatíveis com as regras fixadas no Tratado Orçamental que Portugal subscreveu"

Resumindo, perante a plateia de deputados democraticamente eleitos pelo povo, Cavaco confinou o papel de políticos, deputados e governantes à função de meros fantoches nas mãos dos credores internacionais, comandados pelo desígnio e arbítrio da economia de mercado. Este senhor raramente fala, e comprovadamente se constata que o melhor é mesmo estar calado.

relva Aparada

por António Simões, em 05.04.13

Ontem foi um dia negro para o panorama humorístico tuga. Uma das musas inspiradoras resolveu pendurar as botas e abandonar os focos dos projectores da ribalta. Miguel Relvas cortou pela raiz a sua ligação a PPCoelho. Por muito material que ainda esteja na calha para se explorar, a sua ausência diária certamente que se irá fazer sentir. Mas do mesmo modo que Humphrey Bogart e Ingrid Bergman sempre terão paris, os humoristas tugas sempre terão as vicissitudes do modo de estar e trabalhar, que só aqui na tugalândia oferecem situações como a que também ontem ocorreu. Na novela em que o processo Casa Pia se tornou, o episódio de ontem corre sério risco de se tornar o mais marcante da sua já longa emissão. Dois dos arguidos condenados a pena de prisão comparecem no estabelecimento destinado a esse fim, e volvidos 45 minutos regressam às suas viaturas porque foram impedidos de serem presos pela falta de um documento, também conhecido por papel. Razão tinham os Gato Fedorento quando fizeram aquela fantástica rábula acerca do "papel, que papel? o papel.".

segundo Aniversário

por António Simões, em 21.11.12

Quero neste dia em que, por incrível que pareça, este espaço completa mais um ano de existência, um ano de crítica diária, um ano de devaneios de uma mente inquieta, efectuar dois agradecimentos. O primeiro para os leitores, principalmente os mais assíduos que deixam a sua marca comentando os artigos que diariamente coloco, aqui fica o agradecimento por saber que estas linhas são lidas e não caem no vazio da blogosfera. O segundo vai para os políticos, principalmente os nossos governantes, que todos os dias com a sua actividade alimentam este blog com material para escrita. Pela minha parte, o de sempre, a prosápia continuará...

analfabetos Sazonais

por António Simões, em 16.08.12

Existe uma característica inalienável ao verão que me deixa um pouco intrigado, ou mesmo preocupado. Nesta altura do ano, acompanhando o calor e as hordas de melgas e mosquitos, os livros aparecem debaixo do braço, na mão ou no regaço de leitores em trajes menores e chinelinha de enfiar o dedo no pé. Claro que nem toda a gente dispõem da disponibilidade (e lá estou eu com redundâncias, qualquer dia ainda me cobram um imposto por isso) de tempo para ler durante o ano, procurando esta altura de férias para deitar uma sementes de cultivo no campo cinzento do nosso cérebro. O que é censurável é o papel que papelarias e livrarias desempenham na divulgação e incentivo da leitura. No verão, recorrem sempre a publicidade acerca de "leituras de verão". Tudo bem, mas pergunto-me porque é que durante o resto do ano nunca ouvi falar em leituras de Carnaval, Páscoa, Outono, Inverno ou Natal. Agora mais do que nunca, com as turmas de 30 alunos com que o governo quer lotar as salas de aula, será necessário mudar esta política de incentivo à leitura, de forma a evitar correr o risco de tornar a tugalândia numa terra de analfabetos sazonais.

reflexões olímpicas V

por António Simões, em 10.08.12

Os Jogos Olímpicos em vez de ocorrerem de 4 em 4 anos em cidades diferentes, poderiam muito bem ser realizados todos os anos, durante o mês de Agosto, numa qualquer aldeia, vila ou cidade minhota. Claro está que as modalidades e as provas teriam que ser adaptadas. Assim, poderiam existir novas disciplinas como: conseguir uma mesa no restaurante; encontrar um lugar para estacionar; fazer o percurso habitual no mesmo tempo de sempre; fazer as compras para casa sem perder o norte; arranjar um lugar na esplanada; estender a tolha em todo o seu comprimento e largura nas praias fluviais do interior, bem como nadar nesse mesmo rio, com onovo componente de obstáculos, nunca antes adaptado à natação. A prova de lançamento do dardo seria substituída pelo lançamento do foguete. O levantamento do peso trocado pelo transporte do andor. A prova de marcha seria efectuada durante a procissão. No final do mês, seriam contabilizados os carimbos marcados pelas comissões de festas num cartão do atleta para a competição da Maratona das Romarias. Em vez das medalhas de ouro, prata e bronze serão servidos, respectivamente, espumante alvarinho em cálice de cristal da boémia, alvarinho de honra em copo de cristal de marinha grande, tinto carrascão em tigela de louça de viana, a beber de penalti, durante a cerimónia do hastear da bandeira.

final euro 2012

por António Simões, em 02.07.12

A final de ontem, onde se disputava o troféu de Campeão da Europa de Selecções, entre a Espanha e Itália, foi caracterizada por 3 novidades:

1- Pelo menos uma vez, durante 90 minutos, em vez de ser a Europa a mandar em Portugal, foi Portugal a mandar na Europa. Os árbitros portugueses liderados por Pedro Proença, souberam conduzir sem protagonismo a final do campeonato, contribuindo para um espectáculo 5 estrelas. Como é bem tipicamente português, é necessário ir para fora para se reconhecer o valor cá dentro. Parabéns aos 6.

2- Pela primeira vez na sua história, a Italia abandonou as raízes do catenaccio, tendo feito uma campanha memorável, mas com o azar de ter encontrado na final uma selecção espanhola no seu melhor estilo. Os 4 golos sem resposta foram o resultado mais dilatado de sempre na história da competição. Uma verdadeira "faena".

3- Nunca na história do futebol uma selecção conseguiu conquistar de forma consecutiva dois campeonatos da europa, juntando um campeonato do mundo pelo meio. Se houve grandes selecções onde ponticavam Fontaine, Pelé, Eusébio, Beckebauer, Cruift, Maradona ou Zidane, a actual selecção espanhola não possui qualquer grão mestre ou estrela cintilante. São uma constelação de estrelas, onde o conjunto delas brilha mais intensamente do que a soma de cada uma isolada. O sucesso reside aí, e talvez se olharmos para este exemplo ainda se consiga ir a tempo de corrigir erros e tentar realizar o mesmo feito que Pedro Álvares Cabral.

O mediatismo de uns pode vender mais jornais, mas para mim, para melhores do mundo, Iker Casillas e Vicente del Bosque, há muito que merecem o ceptro. Os números são como o algodão...

reis sem Coroa

por António Simões, em 06.06.12

José Saramago, num dos seus últimos livros, relatou a viagem de um elefante asiático que foi oferecido pelo nosso rei D. João III ao arquiduque da Áustria Maximiliano II. Na segunda feira, a comitiva tuga aterrou na Polónia transportando uma bagagem que corresponde a cerca de 12 paquidermes, iguais ao que foi retratado no livro do nosso prémio Nobel. Aos nossos reis da bola não faltará nada, não sendo por falta de apoio logístico que não vão trazer o caneco para as nossas bandas. Consegue-se compreender o que levou os responsáveis da FPF a tão grande empreitada de transporte. As dezenas de garrafas de vinho, são necessárias, quer pela qualidade do nosso néctar, quer em caso (mais que provável) de servirem para afogar as mágoas. O bacalhau é vital, pois só por cá é que se realiza a sua cura como deve ser. As balizas que foram transportadas junto com os atletas, são feitas de madeira robusta e curtida pelo clima mediterrânico, muito melhores que os frágeis postes polacos, feitos de madeira carunchosa típica do clima báltico. Tudo teve o seu motivo, para os reis disputarem a coroa da Europa, e tudo aceito e compreendo. Tudo menos uma coisa. Enquanto que nas poucas viagens que um súbdito faz através da transportadora aérea nacional, a única coisa a que tem direito é o assento, os reis tiveram honras de pastel de belém. Se na viagem de volta regressarem sem coroa, que lhes sirvam os pasteis, mas só com a massa folhada...

novo Destaque

por António Simões, em 10.12.11

A introdução diária de novos posts, tendo por base os dias úteis, será excepcionalmente interrompida hoje, sábado. O motivo não se prende com acontecimentos importantes como o desafio de logo à noite entre o Real Madrid e Barcelona, nem com a embrulhada que se está a montar em Bruxelas, mas sim pelo facto deste humilde espaço de opinião livre ter sido pela segunda vez, alvo de destaque pela equipa dos blogs do sapo. Aos seus elementos, o meu muito obrigado, pois desta forma a visibilidade do blog aumenta, e de que maneira. Este incentivo, será certamente recompensado com a entrega ainda mais forte por parte do autor. Aos leitores que já conhecem um abraço especial pela permanência. Ao novos, sejam bem-vindos, e espero que se divirtam, tal como me divirto a escrever.

primeiro Aniversário

por António Simões, em 21.11.11

Este pequeno átomo, no universo da blogosfera, completa hoje um ano de existência. Já em diversas alturas me tinha surgido a ideia de criar um blog, coisa que ia sempre adiando. No entanto, a pergunta que me fazia era sempre a mesma “e porque não eu?”. Daí ao clicar no “crie o seu blog” foi um passo, sendo que o resto se traduz em 247 post, 357 comentários e 19575 visitas. Para todos os que cá passam, o meu muito obrigado. A verborreia seguirá…

um Ícone

por António Simões, em 18.11.11

Se o meu gosto pela leitura em tempos de liceu necessitava de ser regado, o programa de português, servido em abundância de clássicos, murchou a vontade. Em tempos de faculdade, recebi uma proposta para aquisição de livros ao domicilio, tendo sido "O Evangelho Segundo Jesus Cristo" de José Saramago a primeira escolha. Na altura, empurrado pela curiosidade de ler o mais recente prémio Nobel da Literatura, e ainda por cima sendo português, aventurei-me, e apostei no livro para regressar ao entusiasmo pela leitura. Foi a verdadeira lança em África. Parece estranho, para quem se inicia no mundo das leituras, que a primeira escolha seja logo sobre um autor que à partida é considerado difícil, mas isso só o poderá considerar quem nunca o leu. De escrita tão simples, que se torna viciante, os seus livros encerram uma moral e histórias que cada um leva consigo, à boleia da imaginação individual.

Tive a possibilidade de visitar os seus aposentos em Lanzarote, local que nos deixou para saborearmos a sua intimidade, agora que já não se encontra entre nós. A ausência de barreiras ao visitar aquele espaço, revela o homem e escritor que ele era e será - simples. Este post, é o último antes do seguinte. O próximo será para festejar um ano de blog. Ao escritor que apimentou o meu gosto pela leitura, e que se fosse vivo teria feito anos por estes dias, fica a homenagem de um mero aficionado, que tem por Ícone de humanidade, simplicidade e sabedoria, este homem português, que Portugal não soube cuidar.

trabalhar no Verão

por António Simões, em 03.08.11

Nesta altura do ano, em que 88,37% da população se encontra de férias, venho por este meio mostrar a minha solidariedade para com todos os que, como eu, passam os meses de Junho, Julho e Agosto, assistindo do calor da refrega diária, ao vai e vem de conhecidos, nem por isso e assim assim, que se pavoneiam de chinelo e calção com o ar mais descontraído e relaxado do mundo, deixando à sua volta o cheiro a bronzeador. No mês de Setembro, durante o qual se respira o mal estar depressivo do período pós-férias daqueles que já as tiveram, iremos dizer em som audível e de peito aberto “vou de férias”. Até lá, aprecie-se cada dia de céu encoberto ou chuvoso como um tónico revigorante.

primeiro de Agosto

por António Simões, em 01.08.11

Diz o ditado, que o primeiro dia de Agosto dá início ao primeiro dia de inverno. Esta premissa, e tal como muitas outras que fazem parte do almanaque português de ditados populares, durante os últimos anos tem vindo a ser sucessivamente delapidadas na essência, devido a fenómenos climatológicos como o el niño. De facto, se fizermos uma anamnese deste meio verão que passou, o inverno parece ter chegado com o mês de Julho. O que não muda com nada e que irrevogavelmente se mantém geração após geração, é o regresso dos emigrantes à sua terra natal. Poderemos ficar desnorteados com o clima, mas basta olharmos para as matrículas que de repente inundam o país, para sabermos que estamos no querido mês de Agosto.

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