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E porque não eu?

terapia de reflexão para mentes livres e com paciência, SA ou Lda não interessa, pelo menos pensar não paga impostos

E porque não eu?

onde estão as Pantufas

por António Simões, em 26.11.23

O rufar dos tambores começou a sentir-se, as cornetas sopraram rasgando o ar com o seu silvar, as bandeiras ondulavam e enchiam de cor um pavilhão algures em terras de Cristo-Rei e, num momento de surpresa totalmente programada, o seu nome foi anunciado levando uma turba já de si entusiasmada pelo cheiro a poleiro relativamente próximo (ou pelo menos possível só bastando para isso não fazer muita asneira) a levantar-se em uníssono. Eis então que não aparece nem Cristo nem um Rei qualquer mas sim Cavaco Silva, qual D. Sebastião resgatado das brumas da memória, salvo da pacatez de Boliqueime em nome de uma causa maior, ao som de "Paz, pão, povo e liberdade" a caminhar pelo meio de comuns mortais que queriam estar o mais próximo possível de alguém regressado do Olimpo dos Deuses, percorrendo essa amálgama de seres humanos quase do mesmo modo que Moisés fez ao separar as águas do mar, finalmente chegado ao púlpito da coroação do seu seguidor Montenegro foi então capaz de absorver a dimensão da sua presença, a primeira desde há muito tempo, e de semblante pasmado pela emoção perguntou ao seu interior "onde estão as minhas pantufas".

o Conclave

por António Simões, em 23.11.15

Em plena crise política, inédita na tugalândia, o nosso presidente da República (a minúscula não é engano...) depois de um SPA na ilha da Madeira resolveu marcar uma espécie de Conclave, convocando para o efeito membros das mais diversas esferas de influência da sociedade, representantes dos sindicatos dos trabalhadores, pessoal do pilim e da massa, e partidos políticos. O Palácio de Belém fez as vezes de Capela Sistina, e até ao momento o único fumo que saiu dessas reuniões foi o da cabeça de Cavaco. O senhor não foi feito para estas andanças, e o eleitorado e os políticos poderiam ter em conta a sua falta de capacidade e incompetência para a gestão deste cargo, e deveriam ter evitado chegar a este ponto. Depois de 10 anos a governar com maioria absoluta no tempo das vacas obesas, Cavaco apresentou-se ao eleitorado para chegar à Presidência da República pensando que o cargo seria uma espécie de retiro pré-reforma, igual ao dos jogadores de futebol que acabam os seus dias num campeonato do Qatar ou dos EUA quaisqueres. Agora que está quase a plantar couves, agriões e laranjeiras no seu quintal de Boliqueime, o povo quis que pelo menos uma vez na sua carreira política fizesse algo de verdadeiramente arrojado. Teve a sua oportunidade e perdeu-a, ficando agora o país pendente do Conclave que esta semana se realizou, e esperar que o fumo final seja branco, porque o fumo preto da cabeça do presidente já começa a perigar as quotas de emissão de gazes de estufa...

adeus Cavaco

por António Simões, em 22.10.15

18 dias depois do povo se pronunciar, foi a vez do Presidente falar. Depois de muitas horas de meditação, Cavaco optou pelo caminho mais fácil, e numa atitude ao melhor nível de Pôncio Pilatos deixou a decisão final para o parlamento, local onde o governo indigitado pelo Presidente se apresentará perante os restantes deputados para a crucificação final. Obviamente que de Cavaco não se poderia esperar mais do que isto. No entanto, o discurso onde anuncia que convidou PPCoelho para a formação de governo destapou o manto de isenção com que Cavaco se abrigou durante estes anos, duma vã tentativa de esconder aquilo que ele realmente é. Numa intervenção xenófoba e caciquista, o actual Presidente da República confirmou que o seu desempenho neste cargo não é ao serviço dos portugueses mas sim ao serviço do seu partido, não é ao serviço dos superiores interesses da nação mas sim ao serviço das finanças dos investidores e dos "mercados". Cavaco menosprezou cerca de 1 milhão de eleitores que colocaram a cruz nos "outros partidos", partidos que se representarão na Assembleia da República com 36 deputados democraticamente eleitos. Sem qualquer demagogia afirmo que o discurso de Cavaco roçou o totalitarismo, e apenas posso ficar grato à lei de limitação de mandatos pela certeza de que este será dos últimos, pois para estragos a infligir a este país ele já teve tempo de sobra...

prioridades Presidenciais

por António Simões, em 11.09.15

O nosso presidente da república, fiel ao seu estilo e cumprindo integralmente a sua meta sem sair do sítio, respondeu hoje a alguns jornalistas, quando colocadas algumas questões acerca do debate eleitoral entre os candidatos mais bem colocados para a vaga de inquilino do palácio de S. Bento. De forma sucinta e plenamente esclarecedora, de uma só cajadada arrumou o assunto com, e passo a citar, "Vi uma parte do debate. Mas cabe aos comentadores avaliar, eu não vou falar". Ou seja, Cavaco não deu cavaco à contenda entre Pedro e António. Fontes bem colocadas na sala anexa à sala de estar do Palácio de Belém, garantiram a este blog que o Presidente optou pela emissão do canal de Carnaxide, que transmite em horário nobre os últimos episódios de Mar Salgado, e apimenta o telespectador com um novo enredo televisivo, novela que já conta com o seguidor Aníbal Silva. Enfim, opções individuais de cada um, que não poderão ser confundidas com as posições que cada um ocupa. Por preferir a intriga e os romances dos folhetins televisivos, preterindo um debate político ao mais alto nível, Cavaco entende que a Federação Portuguesa de Futebol fez mal em permitir a marcação de jogos de futebol com os três grandes da bola tuga, precisamente no dia das eleições. Como referiu "Fiquei surpreendido que se tenha quebrado esta tradição de não haver jogos de futebol no dia das eleições. Tendo eu anunciado o dia da eleições no dia 22 de Julho, nessa altura pensei que os organismo do futebol conseguiam encontrar calendário adequados". Ainda bem que as novelas dão no período da noite, pois pelos vistos poderia acontecer que um Presidente da República viesse a aumentar os níveis da abstenção...

porque ontem foi 10

por António Simões, em 11.06.15

10 de Junho, dia da Tugalândia, de Camões, e das antigas colónias. Como qualquer outro feriado, o mais positivo a reter do mesmo é o facto de ser feriado, não sendo este um daqueles 4 que este governo escolheu para dar um empurrão ao PIB, coisa que até ao momento ainda está para se comprovar. Mas este feriado teve algo mais especial que essa redundância. Neste dia de atribuição de medalhas, fitas e louvores, o Presidente da República é o mestre de cerimónia, sendo que no caso do actual inquilino de Belém o dia 10 de Junho é um dos poucos dias em que, por obrigação, ele faz algo, chegando mesmo a discursar. E ontem isso acontecei pela última vez... Um bem haja à limitação de mandatos presidenciais. Que goze uma reforma plena, porque para comandar o país já teve tempo de sobra, com muitos estragos pelo caminho. Até nunca Aníbal.

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