seretonina
Adianto desde já a minha escassa e parca qualidade de leitor para certos tipos de literatura. Se o mundo da poesia é o meu antípoda literário, certas vertentes em prosa mais, digamos, esotéricas, não encontram em mim um seguidor. Contudo, não se deve negar uma ciência que se desconhece e por esse motivo resolvi ler este autor para mim desconhecido - Michel Houellebecq. O livro prometeu muito durante grande parte do mesmo, mas no final o meu interesse foi algo desviado por um desvio (peço desculpa mas gosto muito de pleonasmos) que só mesmo o autor é que poderá explicar para se fazer entender. Em resumo posso dizer que foi uma experiência vagamente satisfatória, não tanto pelo livro em si, mas pela ideia subjacente à leitura do mesmo de que vivemos numa sociedade de tal forma complexa e mentalmente doente que só existem dois caminhos para co-existir: ou se mergulha no mundo da dependência de fármacos para elevar os níveis de seretonina, ou então se vive da melhor forma possível mas sóbrios e conscientes da decadência do ser humano moderno.