rating Sazonal
Apesar das alterações climáticas, as estações do ano ainda cumprem os requisitos mínimos que marcam a sua essência. Da primavera do nariz entupido pelo pólen das árvores, ao verão do escaldão à moda de camarão cozido, passando pelo outono da flatulência das castanhas, sobra o inverno das gripes e constipações. Algo de muito semelhante acontece no mundo capitalista actual, cuja sazonalidade não é marcada pelas rotas das andorinhas, do cheiro a bronzeador que paira no ar, ou dos lenços de papel que limpam a ranhoca, mas sim pelos governos que comandam os destinos da nação. Tal como o pólen que faz o nariz pingar, ou o escaldão que provoca uma coceira intensa, as agências de notação financeira desenvolveram uma alergia aos governos de esquerda, patologia agravada quando os mesmos passam da teoria da retórica do voto à prática da governação. Desde 2011 que não se ouvia falar da Mood'ys, da Standard and poor's ou da Fitch, confirmando a sazonalidade da actividade destas "organizações", pautada pela actividade de uma governação que procura repor os direitos daqueles que representam a força de trabalho de um país. A tugalândia volta então a ser classificada como lixo, certamente para os abutres que patrocinam estas agências, prontos para aumentar o volume das suas carteiras à conta do trabalho dos outros.