primavera dos Destroços
Como já lá vão três anos desde a chamada "Primavera Árabe", brisa fresca acompanhada de ventos de esperança de um mundo melhor onde o triunfo da boa vontade e da união dos povos ganhasse a batalha contra os déspotas e tiranos que teimam em governar, e como todos sabemos o que desde então se passou, é com um sentido mais carregado de desilusão e tristeza que assisto ao que se passa hoje em dia na Ucrânia. A avaliar pelo que se passou em todos os países dessa estação que todos pensavam ser o prenúncio de um verão da salvação, com particular destaque para o genocídio que se mantém sem tréguas na Síria, não esquecendo as provações que o povo Líbio passa e passou, temo pelo desenrolar dos acontecimentos na Ucrânia. De facto, esta primavera árabe parece ter sido atropelada por uma espécie de "El niño", tornando-se numa verdadeira primavera de destroços, que agora se deslocou para o continente Europeu, aquele que até mais ver é o mais antigo, e que por isso mesmo deveria ser o mais sábio na altura de evitar repetir os erros do passado. Este país que se encontra agora em estado de quase guerra, ainda há dois anos confraternizou com toda a Europa num campeonato de futebol de nações. O século XX começou com uma grande guerra mundial em solo europeu, assistiu na sua madurez da década de quarenta ao pior conflito da história, e terminou com uma guerra entre irmãos no Balcãs. É triste, mas o Homem não parece saber, ou querer, aprender com os erros do passado.