paixão pela Bola
Desde pequeno que gosto de futebol. O jeito para a bola não era muito, e assim continua a ser. No entanto sempre que tenho uma bola por perto a vontade de dar uns toques é mais forte que a razão, e se o espaço permitir, o prazer de dar um chuto é algo que não se explica, sente-se. A paixão pelo meu clube, o Futebol Clube do Porto, é igualmente algo que não se explica, sente-se, tem-se e vive-se. Actualmente, o fenómeno do futebol perdeu o norte de vez. A lavagem de dinheiro encoberta sob a forma de fundos de investimento, cheiques e rajás, ou magnatas do petróleo movimenta uma industria de milhões, orquestrada pelos interesses pessoais e de agentes que operam debaixo da legalidade permitida pelos clubes de futebol, dos quais o meu querido clube também parece fazer parte. Hoje li uma notícia que não deveria deixar indiferente a opinião pública, segundo a qual o PSG oferece 50 mil euros por dia a Ronaldo, enquanto que o Manchester City dá 157 mil por dia a Messi. Na falta de melhores adjectivos apenas posso considerar isto de miseravelmente escandaloso. Contudo eu próprio faço a minha mea culpa. Deveria olhar para isto e desligar-me do fenómeno, mas não consigo. Não consigo porque a minha paixão pela bola é mais forte, e porque espero que algum dia isto rebente e volte de novo ao princípio, quando os jogadores de futebol eram pagos devidamente, mas cuja maior alegria era o sentimento de pertencer a um clube, quando a expressão de suar a camisola ainda tinha sentido.