os números da Bola
Não é a primeira vez e certamente não será a última que proclamo que "o mundo está completamente louco, sendo o fenómeno do futebol um bom exemplo disso mesmo, caminhando a passos largos para uma insanidade irreversível". Desafio quem tenha argumentos para refutar esta afirmação, mas desde já aviso que os meus fundamentos são veiculados diariamente pela imprensa, que das duas uma: ou se limita a informar acerca da insanidade do pessoal da bola; ou também já atingiu patamar tal que não é possível reverter a patologia, mesmo com a medicação mais avançada que actualmente existe. O certo é que se fala de milhões como eu falo do estado do tempo numa conversa de circunstância, e neste ponto dou razão aos nuestros hermanos que abreviam a coisa e no lugar de dizer que o Clube dos Cascalheiras de Baixo oferece 200 000 000 pela estrela do Real de Massamá, o famoso Cristiano Reinaldo, dizem que o valor da transferência ronda os 200 Kilos. Sejam Kilos, libras ou onças, os valores que "supostamente" circulam pelo mundo da bola à muito que perderam a vergonha da exploração, e os clubes de futebol com mais poder aproximam-se paulatinamente de uma espécie de governação ao estilo do feudalismo, devidamente orientados por organizações como a UEFA que ditam os mapas desse caminho de regresso ao passado. Por isso é sempre bom quando vozes esclarecidas se fazem ouvir, para alertar os mais incautos para os perigos desta "governação". Javier Tevas, presidente da Liga Espanhola, fez recentemente uma intervenção que deveria acordar os adeptos do futebol para a triste realidade que cada vez mais se assume como o futuro do fenómeno da bola redonda, onde prevê que o fosso entre os grandes clubes da Europa e todo os outros seja cada vez maior, mas pior do que isso é a visão de Apocalipse que tem para as pequenas ligas, tal como a nossa singela e pacata liga NOS, onde a viabilidade económica dos clubes só deve ter interesse para os viciados nos jogos do azar que já estão proibidos de entrar nos Casinos. O futebol mudou muito nos últimos 30 anos, mas não me parece que tenha sido para melhor...