o rapaz que seguiu o pai para Auschwitz
Não tenho nunca por guia os prémios literários, sejam eles um Nobel ou um Pulitzer, orientando-me sempre pelo momento, por aquilo que ainda não li, pelo tema ou pelo autor. Sendo neste caso o autor desconhecido, foi o tema que me levou a escolher ler este livro de Jeremy Dronfield. Já li bastante acerca da segunda guerra mundial, assunto pelo qual tenho um enorme fascínio em saber sempre algo mais acerca do acontecimento mais marcante da história universal, pois é algo que me preenche a curiosidade de como foi possível que tal tivesse acontecido, e ainda apenas só passaram 74 anos desde o momento em que terminou. No entanto por mais que leia é sempre impossível de compreender, procurando com a minha leitura prestar a minha singela homenagem a todos aqueles que lutaram e a todos os outros que claudicaram nessa batalha que revelou o que de pior e mais perverso pode sair da mente humana. Jeremy Dronfield não prestou uma singela homenagem com a escrita deste livro, pois fez muito mais do que isso ao descrever em forma de romance as agruras de uma simples família vienense durante o Holocausto, assente em testemunhos pessoais e num diário de pequenos rectângulos de papel que sobreviveu durante 6 anos de cativeiro, e contribui com o seu soberbo trabalho de investigação apresentado nesta bela obra para perpetuar não só o sofrimento e o horror desses anos de forma a que nunca ninguém se esqueça, mas também para mostrar como o amor, neste caso entre pai e filho, é uma arma tão ou mais forte que qualquer outra.