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E porque não eu?

terapia de reflexão para mentes livres e com paciência, SA ou Lda não interessa, pelo menos pensar não paga impostos

E porque não eu?

meio século da crise Académica

por António Simões, em 17.04.19

Copio integralmente o post que publiquei em 2014 neste mesmo dia, pois o sentimento continua igual, ainda mais amadurecido pelo tempo.

”Tinha terminado uma conferência que assistia enquanto estudante. A Alta de Coimbra de 1999 muito pouco tinha mudado desde 1969, mas as pessoas essas eram outras. Isso mesmo constatei quando me deixei ficar no mesmo lugar onde estava sentado, pois de seguida iniciava-se uma palestra acerca de um tal 17 de Abril de 1969. Os meus colegas tinham saído praticamente todos, excepto eu e mais alguns, que de capa e batina orgulhosamente nos deixamos estar, para ouvir aqueles que em tempos foram estudantes, e tal como nós sabem o que significa assim se vestir. O que nós não sabíamos, ficamos a saber, mas nunca o iremos sentir, foi o que se passou naquele dia que marcou a crise académica de 69 em Coimbra. A plateia encheu-se de gente que viveu nos tempos em que para se ler um livro era preciso andar com ele às escondidas, que passava de mão em mão até ficar marcado pelo uso e abuso de quem tinha o fastio da informação e cultura, de quem não podia escolher livremente a companhia da mesinha de cabeceira. Alberto Martins proferiu um discurso que ainda hoje retenho na memória, como ficaram gravadas no coração as palavras dele acompanhadas por uma emoção que não pôde conter na hora de se recordar de todos os seus colegas que na altura, fruto da sua contestação deixaram de ser aquilo que lutavam para ser. O jovem que pediu a palavra a Américo Tomás conseguiu com a sua intervenção fazer um grupo de jovens sentir, por momentos, algo de parecido ao que essa geração de estudantes lutou. Os nossos tempos são diferentes, e hoje somos uma réstia daquilo que os nossos pais e avós foram na altura, pois apesar da liberdade ter sido conquistada, a mesma foi sonegada de outras formas bem mais perversas e contra as quais as armas são poucas, mas porra... a vontade das pessoas também não ajuda muito.”

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