máquina de Escrever
O prazer de escrever é algo que não sei explicar. Bem ou mal, com melhor ou pior gramática, deixar fluir os pensamentos para o exterior de um modo palpável é uma tarefa que me preenche os receptores cerebrais do prazer. Confortavelmente sentado ao computador e acompanhado pela música que gosto de ouvir, os poucos momentos que tenho disponíveis para o fazer são pequenos pedacinhos saborosos que vão pontuando o dia-a-dia. No entanto quando olho para uma relíquia que repousa serenamente na estante, fico sempre com a impressão que falta algo, pois apesar de escrever ser bom no computador, ou num bloco de apontamentos com a minha letra escangalhada que por vezes até a mim mesmo é difícil decifrar, a solenidade de uma máquina de escrever é algo substancial e insubstituível. Como que disparos da nossa mente, o som produzido pelas teclas que pressionamos e que fazem mover o mecanismo metálico que sulca com tinta o papel branco, transmite ao cérebro uma certeza única daquilo que está a fazer. Recortes do antanho como este pertencem a uma classe que nenhuma tecnologia será capaz de mimetizar e em caso algum substituir, e provam que nunca como nos dias de hoje foi tão necessário avaliar as coisas com a mente aberta, lembrando sempre que foi o passado que nos fez aqui chegar, e que nunca se deve deixar esquecer...