malefícios do Running
O Juíz de todos os processos, o homem do martelo mais poderoso da magistratura tuga, efectua as suas avaliações com uma prudência tão ponderadamente cautelosa, que mais dia menos dia terá que ser feita uma re-avaliação do significado das palavras cautela, ponderar e prudência, no sentido destas passarem a ser sinónimo de Carlos Alexandre. Exemplo disso mesmo foi a recente deliberação deste homem da toga, ou beca, como o leitor preferir, relativamente à melhor forma de colocar em cativeiro o homem da nota, Ricardo Salgado. Depois de 12 horas de interrogatório, com direito a pausas para os aliviamentos fisiológicos necessários, Magno Grande, perdão, Carlos Alexandre, considerou não existir qualquer perigo de fuga do arguido Ricardo Salgado. Ou seja, se no caso de Sócrates, o homem que veio de avião para ser preso, a prisão foi o seu destino, no caso de Ricardo Salgado a ida para casa foi o suficiente para garantir o cumprimento da Dura Lex Sed Lex, não precisando sequer da pulseira electrónica. Recorrendo ao jargão futebolístico, perante esta dualidade de critérios só se pode tirar uma conclusão possível: Sócrates foi para a choça porque, ao contrário de Ricardo, o antigo primeiro-ministro é um praticante conhecido de jogging, ou running como agora é moda chamar, de modo que o Juiz teve em conta essa capacidade atlética na avaliação do perigo de fuga. Como diz o ditado "pernas para que te quero"...