literatura de Pacote
Um pacote, embalagem ou recipiente de um produto qualquer não dispensa algo tão essencial como o rótulo. Fonte de informação ou veículo de publicidade, o rótulo é uma arma poderosa para a empresa que quer vender o seu artigo, sem prejuízo de disponibilizar no espaço reservado para o efeito tudo aquilo que é importante para o consumidor deliberar a aquisição, ou não, do produto embalado. O que nem sempre se espera, é encontrar uma espécie de abordagem literária que não se enquadra em nenhuma destas duas facetas do binómio vendedor/comprador. Digo isto porque recentemente não fiquei indiferente com essa "literatura", em dois casos muito particularmente diferentes. No primeiro a minha reacção foi de estupefacção quando ao saborear um iogurte líquido leio "se acabaste o teste e ainda tens tempo, escreve uns elogios ao professor - pode ser que te dê uma nota maior". O que é isto! Será que no próximo vão sugerir que lhe abra a porta da sala de aulas, ou lhe leve a pasta para lhe aliviar o peso? No segundo caso a reacção foi de indignação quando ao tomar um café verifico que o pacote de açúcar faz referência a uma espécie de "tradução" de expressões do norte, naquele caso a explicar que "apertar os cordões" significa apertar os atacadores. O que é isto! Nunca imaginei que esta "literatura" de pacote apesar do pouco espaço que tem, literalmente, fosse tão desprovida de originalidade e acima de tudo de sentido.