falhar de baliza Aberta
Como em muitas coisas na vida, a melhor forma de entender os complicados caminhos e nós górdios que a sociedade tece é recorrer à metáfora. Como sou um apaixonado pela bola e para poder explicar a alguém mais distraído, vou recorrer ao universo futebolístico para explicar o que penso de toda esta barafunda para onde fomos empurrados. Imaginemos o governo de Portugal como uma equipa, o Primeiro-Ministro o Treinador, o Presidente da República o dono do Portugal F.C. e a Procuradoria Geral da República o Árbitro. O Mister costa começou a sua primeira temporada totalmente focado num modelo ofensivo, conseguindo mesmo o lugar depois de um ataque brutal pela esquerda, depondo o treinador que teria sido a primeira escolha dos sócios. Os anos que se seguiram foram duros mas recorrendo ao seu número 10 - Pedro Nuno Santos - a bola foi tratada num estilo diferente do Tiki-Taka espanhol. Recorrendo ao Gerin-Gonça tuga, um modelo de jogo que não sendo uma novidade foi soberbamente maestrada por Santos, o dorsal 10 desta equipa governativa este sempre ao nível do peso da mítica camisola. O problema foi que depois de tanto se explorar o flanco esquerdo e a táctica da Gerin-Gonça, o desgaste foi inevitável e na época seguinte (2º governo) já só contou com aparições esporádicas do BE e PAN, jogadores que tal como acontece frequentemente nas equipas vencedoras de baixo orçamento viam o seu futuro noutras paragens. O cansaço deu sinal mas, com muita resiliência, a equipa governativa seguiu em frente até ao limite das suas forças. A 2ª época não chegou ao fim e os sócios, conscientes do esforço até então despendido, deram um voto de confiança e depositaram em Costa toda a sua força para um terceiro mandato. O Presidente do Portugal F.C. duvidava, mas perante tal mostra de vontade da massa adepta, acedeu em assinar mais uma temporada com Costa. Quando tudo parecia levar caminho para a baliza aberta e rematar certeiro sem qualquer oposição, eis que as lesões ceifaram os seus melhores elementos. O banco de suplentes estava cada vez mais curto, mas Costa acreditava na equipa. Contudo, depois de uma entrada perigosa de jogadores repescados da equipa B, que Costa não viu, o Árbitro da Procuradoria Geral da República mostrou o cartão vermelho. Adiantando-se ao Presidente Marcelo, costa pediu a rescisão do contrato. Portugal F.C. encontra-se agora num defeso que se prevê conturbado, e só lá para meados de Março do próximo ano é que voltará a ter treinador.