eleições à Inglesa
O Reino Unido foi hoje a votos. A verdade é que estou verdadeiramente nas tintas com o resultado, porque tendo em conta que a sua saída já percorre o caminho da porta dos fundos não me parece que o que de lá vier nos traga algo de positivo, pois o que de positivo poderia vir já anda a ser negociado por essa Europa fora, na figura de todas as instituições europeias que tinham sede lá, e que agora precisam de um novo lar. No entanto, não deixo de admirar a clássica e típica maneira de estar inglesa, a terra dos cavaleiros, dos cavalheiros e dos gentlemen. As eleições foram então realizadas hoje, num vulgar dia da semana, e não tendo acesso aos números oficias não poderei construir o meu argumento com a solidez da matemática, mas sempre posso apostar numa análise sociológica para chegar a uma conclusão muito simples - isto não poderia acontecer na tugalândia! Se os nossos níveis de abstenção chegam frequentemente à maioria absoluta, em escrutínios realizados na pacatez dominical, imagine-se o que aconteceria se os mesmos fossem durante a semana. Se ao domingo a desculpa dos dias solarengos para ir à praia, ou a chuva e o frio que não permitem descalçar as pantufas levam os eleitores a assobiar para o lado acerca dos destinos do seu país, não consigo imaginar o ocorreria num dia útil da semana, pois se tivermos em conta que uma grande percentagem da população corresponde ao assalariado que vive ao sabor dos patrões, entidades enriquecidas do poder que os anos da troika por cá deixaram, não me parece que entre o dia de trabalho e as responsabilidades da casa sobre muito tempo para marcar a cruz no quadradinho...