demência à Americana
Se até agora o ridículo já foi sobejamente ultrapassado, o inverossímil foi verificado por demasiadas vezes, e as barreiras da decência não foram obstáculo para a vergonha despudorada do candidato republicano Donald Trump, o que o seu último comício nos trouxe não será a gota de água que fez transbordar o copo, pois o mesmo já deita por fora à tanto tempo que mais parece as quedas de água do Niágara. Neste novo episódio, Trump diz "estou a brincar, mas quero mesmo dizê-lo: eu não quero saber o quão doentes estão, não quero saber se acabaram de chegar do médico e ele vos deu o pior diagnóstico possível, ou seja, 'acabou, não estarão por cá em duas semanas', não importa. Aguentem-se até 8 de novembro, saiam e vão votar. E aí, tudo o que vamos dizer é: 'amamos-vos e vamos recordar-vos para sempre'. Saiam e vão votar, e não deixem o outro lado [dos democratas] tirar-nos estas eleições, porque esta é a última hipótese que temos". Juntando estas declarações ao filme (quando digo filme é mesmo porque de facto não parece real) de todos os episódios que têm marcado as intervenções de Trump, e tendo em conta que algumas sondagens efectuadas recentemente chegam a colocar este ser vivo (falta ainda uma categoria taxonómica onde colocar Donald Trump) na frente das intenções de voto, só se pode chegar à conclusão de que Trump tem razão ao apelar ao voto do eleitorado doente, pois só mesmo um doente mental poderá votar nele sem ter a plena consciência do que está a fazer.