cheira a Eleições
Este primavera traz, para alem do pólen que paira no ar e teima em arreliar os narizes dos pacientes das renites e conjuntivites, algo mais que não escolhe vítimas. Estando a meses de eleições, o movimentar das mesmas começa a misturar-se com aquilo que marca esta altura do ano. Os cartazes começam a aparecer, as flores irradiam o seu esplendor, os candidatos chegam-se à frente, as andorinhas circulam no ar. Com o decorrer dos tempos as campanhas políticas mudaram, modernizando-se e adaptando-se à sociedade. Esse evoluir propagandístico é inversamente proporcional ao seu conteúdo. Verifica-se então que quanto mais elaborado é o método de divulgação da campanha, mais se vai esvaziando de conteúdo o programa eleitoral. Os slogans variam, e alguns podem mesmo tornar-se sérios candidatos ao prémio Camões, mas no fim de contas o resultado é igual em qualquer partido, prevalecendo a luta pelo poleiro, em detrimento daquilo que cada um apresenta e considera como importante para levar ao escrutínio dos eleitores. Esses cartazes e a campanha no geral, tal como o pólen, provocam-se uma tremenda comichão.