black Days
Falta precisamente 1 mês para o dia de Natal. Ontem faltava precisamente 1 mês para a noite da consoada. Por estes dias a caixa de sms do telemóvel só não ficou cheia das mensagens a avisar da Black Friday, porque assim que elas chegavam o seu destino era imediato para o lixo. No entanto, movido pela minha curiosidade de rato de laboratório, não deixei de verificar pela internet as promoções de alguns dos sites que aderem a esta febre de consumismo que clama em voz alta o fim no mundo, para os incautos consumidores que não aproveitam a onda de descontos do momento. É certo que se em alguns casos a poupança esta garantida, em muitos outros ela vem camuflada por uma mentira que já foi evidenciada por organismos como a DECO e por pessoas atentas ao fenómeno de subir hoje para descer amanhã. Contudo escrevo estas linhas não para me manifestar contra sextas feiras negras, nem para escrutinar o valor e conteúdo das mesmas, mas sim pela essência das mesmas quando assumiram a sua tradição de pautar o calendário natalício, seja a um mês do Natal, seja depois deste. Nunca nada é como foi, e as coisas são como são, mas não tenho qualquer problema em assumir que os dias em que hoje vivemos em nada se comparam com o de outros tempos, estando totalmente mergulhados num pântano de valores, no qual nadamos durante o ano inteiro. Esta altura do ano que se aproxima provoca em mim um certo saudosismo de outros tempos, acentuado pelo simples facto que não me consigo encontrar uma bóia que me resgate deste pântano no qual a sociedade actual gosta de chafurdar, escurecendo não só a sexta como todos os outros dias da semana.