b. b. King
Não sei se foi nas duas disciplinas de música que tive no 5º e 6º ano, ou noutro lado qualquer, que aprendi o sentido/significado da musica, qualquer coisa como "um conjunto de sons que são agradáveis ao ouvido". A música, tal como outra coisa qualquer, varia de acordo com os gostos individuais de cada um, podendo ser um barulho infernal aquilo que para outro é uma melodia de encantar. Desde o tempo em que passava horas a gravar cassetes que o meu gosto musical tem vindo a ser moldado, pois a estrutura daquilo que gostamos de ouvir varia necessariamente com o tempo, a idade ou a ocasião. No entanto, existindo uma estrutura ela leva a escolhas que acabam por repetir-se em géneros que identificam o estilo do apreciador. Gosto dos Queen porque sempre gostei desde que me conheço, mas a minha estrutura musical base passa por tudo aquilo que trata a guitarra por tu. Perdi a conta às vezes que ouvi o solo de Jimmy Page em "Starway to heaven", os álbums de Paco de Lucia, as guitarradas psicadélicas de Jimi Hendrix, a boa disposição de Santana, a intensidade de Mark Knopfler, a serenidade de Eric Clapton, ou a sabedoria de Carlos Paredes. Mas foi com B.B. King que aprendi a verdadeira essência da guitarra, e ganhei o gosto pelo meu género musical preferido - o Blues. King fazia com a guitarra aquilo que quase ninguém consegue fazer com a voz. O mundo perdeu uma referência, mas a história ganhou mais uma figura.