a Hegemonia
É penoso para mim escrever estas linhas, mas nada melhor do que purgar os pensamentos para aliviar a mágoa que este quarto título seguido do clube da segunda circular que fica em frente do C.C Colombo me provoca. Ao longo de toda a minha vida nunca tinha assistido a algo de semelhante, habituado que estive a festejar com uma frequência muito superior a qualquer outro, seja a nível nacional, seja a nível internacional. Mas os tempos agora são outros, e o ciclo está definitivamente fechado por estes quatro campeonatos seguidos sem que o meu Porto tivesse apresentado os argumentos que fizeram a sua imagem de marca dos últimos 35 anos. A mística, a garra, e a vontade indómita de vencer perdeu-se pelo caminho por motivos vários que são demasiados para aqui apontar, perdendo-se assim a única vantagem competitiva que tinha em relação aos clubes do regime, equipas que pelo que representaram na história partem sempre na frente. Para ganhar o Porto tem que ser muito superior a todos os outros. Com uma capacidade mobilizadora que esmaga qualquer concorrência, o clube da luz assumiu o seu papel de sempre. Disse no início que escrevo com mágoa, e se o faço não é pelo amargo da derrota, mas sim pelo fel da injustiça que os meios de comunicação social não se cansam de aumentar. As vitórias de encarnado são transmitidas em directo durante horas a fio e os telejornais só têm essa notícia para apresentar. Ontem Salazar deveria estar contente...