a Desinformação
O jornalismo que é praticado aqui pela tugalândia frequenta as mesmas ruas que o país. É com amargura que tenho que viver num país que se arrasta por essas vielas, locais onde os editores de informação bebem da inspiração de tascas e botecos. Nos dias de hoje as publicações periódicas de carácter informativo, bem como os canais e serviços de informação televisivos, crescem e surgem com mais frequência que cogumelos numa floresta. Cabe por isso mesmo ao leitor/ouvinte, o trabalho de escolher aquilo que lhe parece mais digno de confiança, do mesmo modo que os degustadores de cogumelos tem que seleccionar criteriosamente as espécies que são comestíveis, e deixar as outras na paz da natureza. No entanto a missão de quem quer estar informado é tarefa hercúlea. Seriam muitos e vastos os casos que poderia aqui citar, mas escolho como exemplo a paranóia que na ultima semana foi desencadeada pela OMS, com os alertas acerca do consumo da carne vermelha e seus sucedâneos processados. Desde notícias de abertura, a peças de duração incomum, passando por directos de talhos e restaurantes, acabando num debate televisivo, a comunicação social exacerbou o comunicado da OMS, e acendeu a luz ao fundo do túnel para as vacas e os porcos que se encontram nos matadouros. A informação ultrapassa assim a sua missão, e pode muito bem manietar a mente dos destinatários. Eu pelo sim pelo não, no dia a seguir fui comer uma francesinha...