carta ao Provedor
Uma vez que já passou quase 1 mês, e ainda não foi dada qualquer resposta ou justificação, antes que a censura volte (se já não voltou), partilho com o leitor, a minha carta ao Provedor do Espectador da RTP:
A temática sobre a qual me irei pronunciar já terá sido, em parte, alvo de abordagem por parte do programa “Voz do Cidadão”, mas face à insistência do mesmo tipo de erro, considerei oportuna esta interpelação crítica ao facto de se continuar a confundir as prioridades. Sou da povoação raiana de Monção e contacto frequentemente com os espaços televisivos noticiosos Espanhóis, os quais em circunstância alguma se referem a Portugal, salvo raríssimas excepções. Sendo um espectador assíduo do telejornal da RTP1, é com algum esgar de impaciência que assisto a notícias sobre o Real Madrid. Ainda se compreenderia, se tal clube fosse um bastião dos emigrantes do futebol português mas, e ao contrário de outras décadas, os futebolistas lusos encontram-se espalhados pela diáspora não se percebendo o porquê de tal distinção desse clube sobre todos os outros, a não ser que se sofra de uma espécie de crise existencial sebastianista, encarnada agora na pessoa de Cristiano Ronaldo. O mote para me colocar a escrever para o Sr. Provedor, para além da esperança de ser pelo menos lido, foi dado no passado telejornal de 01.04.2012. Nesse dia foi disputada a final da Taça de Portugal de Andebol e Voleibol, eventos que não mereceram a devida atenção por parte do telejornal, provavelmente porque disputaram o seu tempo de antena com a notícia do jogo entre o Real Madrid e Osasuna do dia anterior, sendo os mesmos noticiados no desditoso rodapé, para onde parece que se envia tudo o que não interessa. Acrescente-se que Feirense, Beira-Mar, Nacional, Rio Ave, Gil Vicente e Setúbal tinham jogado às 16 horas, e Porto, Olhanense, Benfica e Braga tinham jogado no dia anterior, tendo sido apenas noticiado o jogo entre encarnados e arsenalistas. Esta diferença de critérios é no mínimo vexatória do bom senso. Na televisão de hoje, somos presenteados com grelhas de escasso interesse, onde pelo menos a informação deveria de ser o mais isenta e rigorosa possível. No meu caso, os minutos que dispenso para a televisão resumem-se ao Telejornal, agora que o “Conta-me como foi” já terminou (isso sim, do melhor que alguma vez foi feito em Portugal). Se nesse espaço não há espaço para todo o desporto, pelo menos que o tempo disponível se esgote com o que é nosso, e por cá se pratica, independentemente de cores e modalidades. Obrigado.