o príncipe da Neblina
Quando comecei a ler este livro, senti novamente o cérebro a funcionar, depois de ter sido desmembrado durante a leitura de "Os homens que odeiam as mulheres" de Stieg Larsson (ver respectivo post). O "Príncipe da Neblina" faz parte das primeiras incursões literárias e veio cimentar a minha predilecção pelas obras de Carlos Ruiz Zafon. Ao começar a ler, foi quase impossível parar, e assim, em duas partes, uma durante a tarde, e outra noite dentro, terminei num ápice esta aventura, que ao melhor estilo de Edgar Allan Poe ainda me levou a permanecer acordado durante mais algum tempo, sem saber que horas eram, mas com a imagem clara da história a palpitar na retina. Arrebatador, e acima de tudo, escrito da forma mais simples e suave que conheço dentro dos escritores contemporâneos que tive o prazer de contactar, a escrita prende por si só o leitor à história, e é condimentada por um excelente enredo. Depois de ler "A Sombra do vento", "O Jogo do Anjo", "Marina", e agora este, é muito difícil escolher qual deles o melhor, pois cada um, à sua maneira ocupa o seu lugar no topo. Partilho uma parte do prólogo deste livro, num momento em que Carlos Ruiz Zafon descreve o que é ler: "Mas não veio a estas páginas para ouvir discursos, mas para que lhe façam cócegas no cérebro. Permitam-me, então, que o convide a viver as aventuras destas personagens que ainda me são tão familiares como no dia em que as conheci. A entrada não tem limite de idade, nem lugar marcado. Será bem-vindo a estas páginas quer seja um leitor veterano como eu ou um leitor jovem que mergulha na maior das aventuras, a de ler. Dentro de momentos apagar-se-ão as luzes, erguer-se-á a cortina da sua mente e o feixe do projector baterá na sua imaginação."