massacre no Hospital
O serviço público de televisão, deve ser servido nas doses adequadas, e com um sentido de responsabilidade muito apurado. No caso concreto do programa anual "Natal dos Hospitais", é de se tirar o chapéu o esforço desenvolvido, de forma a brindar com um pouco de magia desta quadra, todos aqueles que por motivos de saúde se vêm confinados ao espaço de uma enfermaria. De manhã, a emissão já tinha iniciado, e à noite, quando cheguei a casa, ainda não tinha acabado. Pelo meio, à hora do lanche, verifiquei, que estava no ar um travesti, de maquilhagem carregada, com uma espécie de fato de banho feminino vermelho, pernas ao leu, e um fraque vermelho, a cantar não sei bem o quê. Bom, perante este cenário pergunto-me se depois de horas a fio de emissão, dezenas de cantores onde 95% são de música ligeira, e com um travesti vestido de Pai Natal à sua maneira, o doentinhos estarão em condições de se dirigir de volta para o internamento respectivo. Quanto a mim, com este massacre, os hospitais arriscam-se a tornar-se internamentos gerais de psiquiatria, conhecidos por hospícios. Fazer o bem, está bem, mas tem que se fazer bem e fazer bem.