Entendam-se
É sobejamente reconhecido o sentido da expressão popular em cada tiro cada melro, ou em cada cavadela sua minhoca. O mesmo se aplica ao jornalismo português no que se refere ao teor das notícias a apresentar, pois parece que trazer bom tempo não é apanágio deste pessoal. Observando atentamente a hora, que corresponde ao exagerado período de antena dos serviços noticiosos, verificamos que a maioria das notícias, se não mesmo todas, são para deitar abaixo o ânimo do Zé pagode. Por exemplo:
- sempre que ocorre uma subida do preço da barril de brent, ai aqui del rei que vem aí uma subida galopante dos preços dos combustíveis fósseis. Quando houve semanas consecutivas a descer, a informação passou em nota de rodapé;
- quando faltou o açúcar nas prateleiras dos supermercados, mais parecia que apresentavam as notícias como se fossemos todos sofrer de hipoglicemia. No entanto quando a situação se regularizou passou a notícia em nota de rodapé.
Agora o mais fantástico vem com o Natal. É habitual nesta altura vir ao de cima a problemática do consumismo. Todos os anos é o mesmo tema. Até mais ver, concordo. O Natal é época para se viver eclesiásticamente em família numa comunhão de paz e amor fraterno. Mas na verdade, se esses mesmos telejornais apregoam a crise que se avizinha como se fosse o inicio do apocalipse, até que este consumismo desmesurado não vem a calhar mal. Na volta, até seria uma boa notícia. Criançada deste mundo, se já têm a PS2 e sabem que o Pai Natal vos vai trazer a PS3, pensem já na PS4… temos que por o povo a bulir.