álvaro - o Filme
Fosse o senhor americano que certamente já teria tido direito a um filme ao melhor estilo hollywood. Álvaro Cunhal, o histórico líder comunista, não só é esquecido pela cinematografia tuga (apesar de existir algo), como também pelo programa de história contemporânea, que por cá se lecciona nas escolas. Numa soma destes dois factores, foi com grande surpresa que nas primeiras férias patrocinadas por mim para mim, que parando na zona de Peniche para degustar um almoço de peixe fresco, ao perguntar se haveria algo que visitar nos indicaram o Forte de Peniche. Junto com a minha cara metade ficamos a conhecer não só o local onde a ditadura enviava os "insurrectos", mas também a parte artística de Cunhal, revelada numa exposição soberba com desenhos elaborados pelo preso político durante o seu cativeiro. A sua fuga, que na passada sexta feira foi teatralizada, também lá é explicada. Num local imponente pela envergadura do forte, bem como pela localização junto à vastidão de um mar agitado, farto da clausura da cela e da falta de privacidade do "parlatório", Álvaro Cunhal e mais uns quantos camaradas realizaram uma fuga que seria digna de um filme de acção. Álvaro - o Filme, porventura já poderia ter acontecido, mas tal não acontece porque ainda paira nas brumas da memória os fantasmas do 25 de Novembro. A sua convicção, estoicismo e luta são um exemplo, mas os caminhos que seguiu é que poderiam ter sido outros...