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E porque não eu?

terapia de reflexão para mentes livres e com paciência, SA ou Lda não interessa, pelo menos pensar não paga impostos

E porque não eu?

a rapariga no Gelo

por António Simões, em 26.09.20

Já lá vai algum tempo desde o último comentário a um livro que li. Estando em falta com este meu espaço, e com a necessidade de registar aquilo que a leitura de um livro me transmite, vou procurar agora repor tudo o que está em falta. Foi com este livro de Robert Brynza que iniciei um período essencialmente preenchido por literatura policial/acção que também faz falta e, não desfazendo a qualidade desta escrita e dos seus escritores, permite ganhar algum fôlego para outras obras e autores que exigem mais um pouco do leitor. Com a "Rapariga no Gelo" fiquei a conhecer a detective Erica Foster, os meandros da investigação criminal com os pormenores sórdidos da Medicina Legal, e aquilo que imaginação infelizmente fértil de uma mente humana deturpada de um assassino é capaz de fazer e alcançar. Fiquei curioso, e adianto desde já que li a série toda.

medo de Existir

por António Simões, em 23.09.20

Homo Sapiens Sapiens… até aqui chegamos! Partindo de um caldo primitivo muito pouco comum, de linha traçada de forma igual para todos, de entre bestas e bestiais o ser humano atingiu o patamar mais alto da linha evolutiva, ou pelo menos é aquilo que todos nós, como membros de uma mesma espécie, pensamos. Poderá estar encerrado nesta crença uma espécie de narcisismo colectivo, numa manifestação inequívoca daquilo que Mario Vargas Llosa classifica como o “apelo da tribo” e, como salvo prova contrária não temos qualquer outro membro de qualquer outra espécie que possa ou consiga refutar esta sobranceria, vou continuar nesta linha de raciocínio analisando o que levou o homem chegar ao trono do Olimpo, governando como um verdadeiro Deus esta bola que temos o prazer de habitar. Pergunto-me então qual terá sido o ingrediente secreto que levou a este sucesso!? a esta diferença colossal entre o animal que se tornou racional e os animais que não o são, e pese o facto de não dispor de conhecimentos dignos de registo, quer ao nível da zoologia, antropologia, sociologia ou psicologia, penso que como ser racional que sou tenho o direito de pelo menos tentar uma explicação lógica, que por vezes se encontra na mais simples das coisas, redundando estudos e investigações num resumo muito simples que os teóricos teimam sempre em complicar - o Medo. O homem não teve sempre medo. Nos tempos da pré-história, entre grunhidos e pancadas, o neandertal munia-se da mesma arma psicossomática que os restantes animais de então - o instinto - e à medida que o instinto lhe permitiu ter a sorte de descobrir elementos chave que lhe conferiram uma vantagem competitiva sobre os outros, como o fogo, o seu cérebro começou a aumentar, cabendo ao instinto o papel de permanecer na sua zona mais primitiva e escondida, dando lugar a coisas tão extraordinárias como o medo. Foi o medo, mais que o instinto, mais que a inteligência, mais que a curiosidade, que permitiu a esse animal humano progredir porque, ao contrário de todos os outros animais que continuavam munidos do instinto para sobreviver, descobriu que a sobrevivência mais não é do que uma luta da qual se sabe o resultado final, e o vencedor anunciado - o Medo de existir. A partir do momento em que ganhamos essa consciência embatemos numa realidade dura como uma parede de pedra robusta e inquebrável, e é exactamente nesse instante que recorremos às mais poderosas munições que a evolução nos trouxe, para mitigar a angústia da existência e junto com o instinto, arquivar ambos bem no fundo do iceberg da nossa mente. A partir de então gera-se a confusão entre a espécie humana porque o Medo, como as consciências, é diferente de acordo com a realidade de cada um. O resultado não poderia ser mais trágico, e a história é a melhor argamassa para cimentar a minha opinião, uma vez que com tantos anos de registos e aprendizagens ainda não aprendemos a viver uns com os outros, e no fim de contas, apesar de sermos humanos e racionais, temos Medo do próximo, da diferença, da incerteza, e tantas outras coisas que nos desperta o instinto que rapidamente vem à tona, e regressamos ao estado donde partimos. Se assim não fosse, as fronteiras há muito que tinham deixado de existir, a indiferença seria algo do passado e a sociedade seguiria o seu caminho evolutivo, em lugar de continuamente dar passos atrás.

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