síndrome de Marcelo
Apesar de ainda ter uma opinião super positiva acerca do nosso Presidente da República, começo a pensar se não terei sido (e continuar a ser) vítima de uma espécie de síndrome de estocolmo, arriscando mesmo que o problema não se resume à minha individualidade mas se estende à população em geral. Depois dos anos negros da Presidência de Aníbal Silva, período que poderia ser retratado com uma tela em branco e meia dúzia de pinceladas em tom de preto e cinzento, surge por entre a neblina do nevoeiro um D. Sebastião encarnado na figura de Marcelo, juntando as cores garridas da sua boa disposição à tela triste e sombria deixada pelo anterior inquilino de Belém, resgatando o povo de um indivíduo que nos privou de sorrir e encarar o dia-a-dia de forma positiva. No entanto acho que voltamos a estar cativos, desta vez num conto de encantar, pelas várias vezes em que o actual Presidente cumpre a máxima de "nem 8 nem 80". Marcelo desdobra-se em beijos e abraços, sorrisos e acenos, fotografias e poses, chegando mesmo a quebrar toda e qualquer decência que este cargo exigiria ao tirar ele próprio a dita "selfie". Essa ferramenta do homo Sapiens Sapiens Narcisista de hoje em dia pode justificar-se em alguns casos, mas em pleno Palácio de Belém, repleto de funcionários, secretários, adjuntos, colaboradores e assistentes, ser o próprio Presidente da República a tirar a Selfie com a Selecção Nacional de sub-19, é no mínimo estranho, e no máximo estúpido.