Simpatizo com o presidente dos EUA desde o momento em que surge como candidato nas primárias do seu partido. Se os democratas tiveram a coragem de o eleger, o povo norte-americano farto dos anos de uma nova era da caça às bruxas soube e teve a inteligência de colocar na casa branca o primeiro presidente negro da história, que trazia uma verdadeira brisa de ar fresco para renovar a imagem dos políticos. Nestes anos que leva de mandato presidencial, uma das suas principais bandeiras teve ontem mais uma vitória, e para espanto de todos aqueles que julgavam impossível, os subsídios para acesso aos seguros de saúde para a classe média e para os mais desfavorecidos é cada vez mais uma realidade nas terras de Uncle Sam. Por cá, a tendência é diametralmente oposta, e os pseudo-políticos que nos governam no lugar de se inspirarem na brisa renovadora de Barack Obama, preferem seguir os cânones trôpegos e mesquinhos da velha guarda capitalista, desmantelando aos poucos algo que temos de tão precioso, e que tanto tempo levou a conquistar. Resta agora saber se os eleitores aprendem com os bons exemplos, ou se deixam levar no conto do vigário...
Desde os meus tempos da escola que, nomeadamente na disciplina de matemática, se existia um problema que eu não conseguia resolver, ficava furioso por descobrir a solução, e não descansava enquanto não a tinha. Hoje em dia, estando fora do mundo das equações, o que me irrita são coisas do dia-a-dia para as quais não tenho explicação, bem como alguns casos em que não consigo alcançar o zénite da existência de certas matérias. Gostaria que alguém me fornecesse uma explicação, não precisando de ser cientifica, para o facto de receber emails que no fim da mensagem terminam com um rodapé a dizer "enviado do meu *****". Porque carga de água é que será importante para quem manda, ou para quem recebe, saber que a pessoa é possuidora de um aparelho da marca X. Ainda por cima, tendo em conta que normalmente esse lembrete é associado a modelos de valor considerável, pergunto-me se isto não será uma espécie de chauvinismo tecnológico? Até ao momento não interiorizei melhor o conteúdo de uma mensagem só porque ela foi enviada de um topo de gama, e se o meu telefone inteligente de dois dígitos que se paga com uma nota cor de laranja não envia rodapés deste tipo, tenho muita vontade de pedir ao senhores da marca que passem a incluir "enviado do meu reles ******".
Esta competição recuperada recentemente, que reúne os clubes da capital para a disputa de um troféu em altura de preparação de mais uma temporada, foi cancelada. Pelo menos no que diz respeito à edição deste ano. O motivo oficial foi a incompatibilidade de agenda do clube encarnado da segunda circular, justificação aceite por todos. Este blog sabe, e qualquer pessoa no seu perfeito juízo também, que a verdadeira razão que levou a esta decisão foi o período de quarentena ainda não ter terminado, na altura em que estava prevista a refrega. Tal como os astronautas que regressam do espaço precisam de um período de adaptação, o Sporting, Jorge Jesus e o seu antigo clube precisam de um período mínimo para se adaptarem a esta nova realidade. Julho ainda seria muito cedo para um confronto directo, ficando assim marcado o combate inicial para a Supertaça Cândido de Oliveira.
10 de Junho, dia da Tugalândia, de Camões, e das antigas colónias. Como qualquer outro feriado, o mais positivo a reter do mesmo é o facto de ser feriado, não sendo este um daqueles 4 que este governo escolheu para dar um empurrão ao PIB, coisa que até ao momento ainda está para se comprovar. Mas este feriado teve algo mais especial que essa redundância. Neste dia de atribuição de medalhas, fitas e louvores, o Presidente da República é o mestre de cerimónia, sendo que no caso do actual inquilino de Belém o dia 10 de Junho é um dos poucos dias em que, por obrigação, ele faz algo, chegando mesmo a discursar. E ontem isso acontecei pela última vez... Um bem haja à limitação de mandatos presidenciais. Que goze uma reforma plena, porque para comandar o país já teve tempo de sobra, com muitos estragos pelo caminho. Até nunca Aníbal.
Nunca este ditado popular, que termina com "mas não para o que eu faço", teve tanto sentido como desde o momento em que PPCoelho desafiou os jornalistas em particular e o povo no geral, a procurarem as suas supostas declarações em que convidaria o pessoal a emigrar. De facto, se retirarmos toda a essência da língua portuguesa, em nenhuma das declarações proferidas pelo primeiro ministro está clara, tipo preto no branco, qualquer referência à emigração. No fundo, esta semana PPCoelho fez justiça a esse ditado popular, mas só na sua parte inicial, confirmando-se que o que ele disse é no fundo aquilo que ele próprio baptizou de "mito urbano". Contudo, o que ele fez e faz, enquanto governante, apresenta motivos de sobra para confirmar que afinal o mito é uma realidade triste e bem mais dura, que as palavras de barítono de coro deste projecto de ministro não se cansam de escamotear. Os números do desemprego que tem vindo a diminuir são obra da emigração, e não das políticas desta coligação medíocre, ombreando com os registos do êxodo no tempo da outra senhora, de salazar e da guerra colonial. No entanto, se na altura se fugia por motivos semelhantes, o emigrante tipo modificou, e não desfazendo da qualidade dos de então e dos de agora, a diferença para os cofres do estado é abissal. Hoje em dia enviam-se para fora, por falta de oportunidade cá dentro, a nata da formação, com um nível universitário que é requisitado por vários países por essa Europa fora. Pode estar descansado senhor ministro que eu não olho para o que diz, mas estou muito atento aquilo que faz, exactamente o contrário que certamente gostará que o eleitorado faça na altura de preencher o boletim de voto. Voto para que então o povo não se engane, nem se deixe levar pelo conto do vigário.
O jornalismo tem vindo a descer de qualidade, numa proporção directamente proporcional com o aumento dos meios de divulgação. Seja pela existência de publicações impressas, ou pela criação de canais dedicados exclusivamente à tarefa de informar, o certo é que nunca como agora se teve acesso a tanta má informação. Um bom exemplo disso mesmo é o canal CMTV, que reúne as más prestações do mundo das bancas de jornais, com o enchimento de chouriço de um canal dedicado às notícias. "Jornalismo de sarjeta", foi o adjectivo mais certeiro que ouvi para caracterizar esse canal, etiqueta colada por Miguel Sousa Tavares. Agora que o caso Sócrates já não dá os frutos necessários para saciar o apetite das audiências, o caso Jesus veio dar uma nova lufada de material para dar que fazer aos "jornalistas" afectos ao CMTV. Digo tudo isto porque é verdadeiramente estúpido existir um canal que abre um serviço noticioso com a manchete "Jesus chegou a casa pelas 21.03 - e a CMTV estava lá para registar o momento". Espero que a coisa fique por aqui, e que não se lembrem de colocar um repórter infiltrado no guarda-fatos do novo técnico leonino, para dar em primeira mão a notícia que Jesus se foi deitar.
Desde os tempos em que ainda não se datava o tempo por d.C ou a.C., que o mundo não assistia a um evento desta magnitude. Claro está que já existiram outros casos no mundo do desporto, pois ninguém se esquece de trocas como a protagonizada por Luís Figo quando trocou o Barcelona pelo Real Madrid. No entanto acho que esta verdadeira bomba lançada a dois dias de se comemorar mais um aniversário do dia D, é não só um caso que indigna as hostes vermelhas, como se deve considerar como uma verdadeira lança em África, um grito de guerra que fará estalar a paz podre que a 2ª circular vinha a viver. Jesus, o Jorge, traiu o clube que representava, ficando apenas a dúvida se no fim destes 6 anos saldados com 2 títulos nacionais terá dado um beijo a Vieira, tal como Judas o fez a Jesus, o Cristo...