Como seria de esperar, a leitura deste livro fez-se de forma vertiginosa, fruto do suspense e intriga com que o final de cada capítulo se apresentava, deixando a água na boca de querer avançar para saber como se desenrolava o resto da história. O regressado Robert Langdon desdobra-se no seu habitual habitat de desbravar mistérios e quebra-cabeças, acompanhado por perseguições, na busca de saber algo para o qual não tem resposta. E mais não digo... Apenas acrescento à pintura que locais tão belos como Florença, Veneza e Istambul fazem parte da diáspora por onde passa a acção que a mente de Dan Brown elaborou, permitindo ao leitor aumentar o seu pecúlio de cultura geral. O melhor de tudo quanto a mim é a forma como a temática em causa foi envolvida com a história, encaixando como uma luva na "Divina Comédia", obra da incontornável personagem da história mundial - Dante Alighieri. Sem dúvida alguma que a sustentabilidade do nosso modo de vida actual deveria ser mais discutido, e só não é porque existem forças poderosas às quais não lhes convém que o assunto seja abordado. Gostei, mas ainda assim ainda não foi capaz de quebrar a magia de uma tarde de Abril, numa feira do livro onde comprei o "Codigo da Vinci", lido nessa mesma tarde, meses antes de se tornar no seu maior sucesso editorial. Bons livros para desopilar de outras leituras mais "intensas"...
Apesar de ainda ser matéria controversa, o facto é que o síndrome de abstinência de futebol faz-se sentir por todo o planeta, não escolhendo género ou raça. Terminado que esta o mundial de futebol, eu próprio precisei de alguns dias para encarar o mundo novamente com alegria. Durante um mês habituam o pessoal a três jogos por dia, e apesar do desmame gradual a partir do momento em que termina a fase de grupos, o certo é que ainda é necessário um tratamento adicional para encarar a dura realidade com o fim desta competição. O mundial de 2014 certamente que ficará para a história com a maior vingança de sempre, ministrada pela Holanda à Espanha, com a humilhação da equipa da casa frente ao vencedores, por uns escandalosos 7-1, por jogos equilibrados sem chegar ao nível de desafios memoráveis, e, acima de tudo, por um vencedor justíssimo. A Mannschaft goleou com 4 golos sem resposta Portugal, equipa do detentor da bola de ouro, eliminou a França, equipa que apesar da controversa presença fez um brilhante campeonato, deixou o povo Brasileiro à beira de um ataque de nervos, e na final impediu à Argentina a vingança, e não permitiu que Lionel Messi inscrevesse o seu nome na galeria dos imortais. Em conclusão fico com as palavras do capitão Philipp Lahm, quando disse que podem não ter os melhores jogadores do mundo, mas sem dúvida alguma que são a melhor equipa.
A progressiva caminhada rumo à destruição da mente humana continua imparável, de vento em popa a sulcar as águas onde, mais dia menos dia, o barco que ainda mantém a salvo a sociabilização inteligente acabará por naufragar. Exemplos disso mesmo seria difícil enumerar, e ainda mais impossível estabelecer uma escala de comparação para analisar o aumento exponencial da estupidez que inunda o dia-a-dia do Homo cada vez menos sapiens. Ainda assim, e porque o Mundial de Futebol ainda não terminou, será útil analisar os dados estatísticos sobre o número de tuites (ou deveria dizer twits) que foram lançados no ciberespaço internético durante o desafio entre a Alemanha e o Brasil. O número é de tal modo estapafurdiamente grande que, e tendo em conta os 4 golos marcados no espaço de 6 minutos, me atreveria a dizer que o pessoal que esteve empenhado na tarefa de anunciar aquilo que nesses momentos lhe vinha na alma, teve necessariamente que perder um ou mais golos, entre o momento de ver um e proceder à respectiva exteriorização informática daquilo que lhe corria nas sinapses cerebrais. No que a mim me diz respeito, tenho duas formas de ver a bola - sozinho ou acompanhado. No primeiro caso, reservo os comentários para mais tarde, em tertúlia futebolística. No segundo caso, estando acompanhado de uns amigos, umas loiras fresquinhas e tremoços salgadinhos, os comentários são exteriorizados, mas de forma verbal, podendo assim continuar a deleitar-me com o desafio, não tirando os olhos do écran para olhar para um insípido teclado deixando um ainda mais insípido comentário, evitando desse modo que o mesmo caia em saco roto... enfim, tal como nem tudo o que reluz é ouro, nem todo o progresso o é...
Faltam apenas dois encontros para dar por concluído este Mundial de Futebol Brasil 2014. Um deles, que não devia existir, mais não é que um calvário para os derrotados das meias finais cuja vontade de fazer as malas já se faz sentir desde que a eliminação se verificou com o apito final do árbitro. O outro, a final, a grande final, é o jogo onde o derrotado se torna no náufrago que morreu na praia, e o vencedor atinge o Olimpo dos Deuses da bola, um feito único e alcançável por muitos poucos atletas - ser Campeão do Mundo de Futebol. Este Mundial teve de tudo, registando bons desafios e equilíbrio entre os participantes, resultado de um futebol moderno que cada vez mais se vira para uma forma de encarar as quatro linhas de régua, compasso e esquadro, onde os treinadores são autênticos catedráticos da táctica, e os jogadores seus executantes com créditos de licenciados das mais prestigiosas universidades. Fica pouco espaço para os magos, os Deuses da bola, que ainda assim teimam em aparecer de forma pontual e fugaz, como James e Messi mostraram em campo, munidos de uma vontade férrea de querer ficar para a história. Messi tem a sua oportunidade Domingo. Desta última jornada, qualquer comentário sobre o que se passou no jogo entre o Brasil e Alemanha pecará por defeito, pois nenhum argumento será capaz de justificar um resultado daquele nível. No antípoda desse encontro ficou a outra meia-final, onde duas equipas tão equilibradas tiveram que recorrer à lotaria dos penaltis para seguir em frente. Um mundial para recordar, que é coroado com uma final que já se pode considerar como um clássico dos mundiais de futebol. Neste momento temos um empate, e Domingo vamos ver se temos uma nova Blitzkrieg, ou La Revancha Albiceleste...
As expectativas que existiam para um Mundial de Futebol, na terra onde o mesmo se vive com maior intensidade, foram superadas com os jogos destes oitavos de final. Bons jogos, emoção até ao fim e só tiveram, numa Colômbia esmagadora, e numa França que continua a mostrar que afinal de contas merece a participação, as excepções. Do resto vimos aquilo que se tem vindo a afirmar nos últimos anos, ou seja, cada vez mais se assiste a um nivelamento entre as equipas nacionais, resultando num trabalho hercúleo por parte dos favoritos para seguir em frente. Prova disso são os 5 desafios resolvidos no prolongamento, dos quais 2 seguiram para o desempate por marcação de grandes penalidades. Por último nota de destaque para os defensores da última linha de uma equipa, aquela que separa a tragédia da mesma da glória dos oponentes - a defesa. Se os modelos tácticos mostram que o futebol cada vez mais assume contornos de ciência, os defesas tornam-se nos seus executantes diplomados, e os guarda-redes, com as exibições conseguidas neste campeonato, levam à loucura das linhas ofensivas e desespero dos avançados. Não me recorda tantos guarda-redes com exibições do nível que assistimos neste campeonato, e nem seria imaginável que a actuação mais brilhante fosse alcançada por um keeper dos Estados Unidos, já com os papéis metidos para a reforma. Sem futebol deslumbrante, o jogo Bélgica-EUA foi épico, e Tim Howard fez uma exibição que ficara para a história dos mundiais de futebol. Aguardemos pelos quartos de final. A continuar assim, promete...