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E porque não eu?

terapia de reflexão para mentes livres e com paciência, SA ou Lda não interessa, pelo menos pensar não paga impostos

E porque não eu?

cherne com Lata

por António Simões, em 28.05.14

Facto: Estas eleições para o parlamento europeu foram marcadas mais uma vez por valores elevados da abstenção, tendo-se verificado no entanto uma estagnação da mesma, algo inédito desde que os europeus escolhem os membros de um parlamento comum. Facto: Aqui pela tugalândia, o valor da abstenção não fugiu aos valores de escrutínios anteriores, sendo que desta vez temos que ter em conta a recente imigração em massa, que zarpou para destinos melhores sabiamente aconselhada por quem nos governa. Deste modo, foi com espanto que ouvi da boca do cherne tuga, que preteriu o pântano nacional pelo aquário de água quente com corais e borbulhas de oxigénio de Bruxelas, dizer que foi a austeridade a grande culpada da fuga generalizada dos eleitores às urnas. Um tipo que deixou o país entregue a governantes do calibre de Santana, e que na posição cimeira que ainda ocupa nada fez para travar os facínoras dos mercados e companhia que teimam em deixar o seu país com as cartilagens à vista, ter o desplante de se pronunciar desta forma é uma afronta que só passa incólume porque o auditório é manso, ou como dizia Pinheiro de Azevedo, "o povo é sereno, não tem perigo". É caso para dizer que enquanto as sardinhas se servem em lata, o cherne serve-se com lata... e muita.

eleições europeias 2014

por António Simões, em 27.05.14

Choque! Acho que só deste modo se pode adjectivar o resultado das eleições de ontem. Poderia dizer que foi um choque verificar que mais uma vez os níveis da abstenção assumiram contornos inverosímeis, colocando em causa o refrão da "Grândola Vila Morena", e manchando sem pudor a história de todos aqueles que lutaram e morreram para dar ao povo a voz, traduzida na sua expressão máxima em forma de voto democrático. Poderia dizer que foi um choque verificar que a coligação que nos governa asfixiando a vida das famílias teve uma expressão eleitoral que, embora sendo uma derrota, em nada se coaduna com o sofrimento que tem vindo a distribuir sem dó nem piedade a um país moribundo. No entanto, acho que o verdadeiro choque não foi por cá, mas sim em França. Não caindo em demagogias recorrendo à história do século XX, é assustador verificar que um partido liderado pela benjamim de Le Pen alcançou uma vitória numas eleições. Afinal de contas este resultado das eleições em França, mais do que um protesto contra os partidos do arco do poder, foi o cair da máscara do chauvinismo francês que tem estado escondido desde o tempo do governo de Vichy...

26 de maio de 2004

por António Simões, em 26.05.14

E já lá vão 10 anos desde aquele dia mágico. Nesse dia Gelsenkirchen viu juntar-se ao seu habitual azul do clube local, o branco das cores do Futebol Clube do Porto. Nessa altura a Angela ainda não mandava aqui na tugalândia, mas os portistas foram reis por um dia na Alemanha. As ruas da cidade estavam cheias de adeptos eufóricos que ainda traziam na memória a vitória da Taça UEFA do ano anterior, confiantes na vitória contra o A.S. Mónaco. Essa confiança devia-se à certeza que por Vítor Baía, Jorge Costa, Ricardo Carvalho, Paulo Ferreira e Nuno valente ninguém passava, que a bola ganhava magia não só pelos pés de Deco mas também por Costinha, Maniche e Pedro Mendes, e lá na frente o talento de Carlos Alberto e a intrepidez do "Ninja" Derlei eram garantia de golo certo. Desse modo o impensável aconteceu! Uma equipa sem qualquer tipo de comparação possível ao nível orçamental com os restantes colossos europeus, foi capaz de trazer a taça das orelhas grandes para casa, saindo vitoriosa da mais importante competição de clubes do mundo, a UEFA Champions League. No sábado passado esteve quase a acontecer algo de semelhante, não fosse a vontade do árbitro de conceder 5 minutos de desconto de tempo num jogo disputado de forma correcta, fluido e sem intervenções significativas das equipas médicas, apesar dos jogadores do Atlético de Madrid terem ficado à beira do estertor, como depois acabaram por ficar e sair de forma inglória com uma derrota que, apesar de justificada, não merecia os números que ficaram no marcador, e para a história. A história tem-se encarregado de fazer desse triunfo do Futebol Clube do Porto um marco importante, sendo cada vez mais um bastião da esperança que no futebol por vezes o dinheiro não chega para se alcançar a glória do triunfo.

master chef Política

por António Simões, em 23.05.14

A quantidade de programas acerca de culinária são tantos, inclusivamente existindo canais temáticos exclusivamente dedicados ao tempo, que acho que está na hora de dar uma lufada de ar fresco para evitar o enjoo. Não perdendo a ideia central, deixo aqui a sugestão inovarem com uma incursão na cozinha de elementos das mais inesperadas áreas, como por exemplo a política. Para um primeiro programa até poderiam convidar os líderes dos principais partidos. Estou certo que:

- PPortas, fiel ao seu estilo, cozinharia picanha para brasileiros, arroz de cabidela para minhotos, e açorda para alentejanos. O seu lema é sempre "em roma sê romano" que o voto fica garantido;

- Seguro não iria muito longe, pois caso aplique em condimentos a mesma medida que aplica nas suas intervenções, estou certo que a comida será insossa;

- A dupla do bloco iria longe, com Catarina a dar as ordens, e João a cozinhar;

- tal como o povo tuga já está habituado, tenho a certeza que PPCoelho não passaria da primeira prova, pois a pimenta em abundância nunca fez bem a ninguém, e está visto que a sua mão não treme na hora de a servir.

Uma vez que estamos à porta de eleições, vamos ver os resultados e daí tirar as devidas conclusões acerca dos gostos dos eleitores tugas.

 

o palácio da meia Noite

por António Simões, em 21.05.14

Normalmente a obra de um escritor é lida de trás para a frente, e desse modo acompanha-se o evoluir da sua escrita. No entanto, vezes há em que tal não acontece. Carlos Ruiz Zafon chegou à minha biblioteca com um livro fantástico, e as obras seguintes confirmaram o excelente contador de histórias que preenche noites em claro por não conseguir dar por terminada a sua leitura, sempre com a vontade de chegar ao fim do livro. Este livro é anterior à trilogia dos Sempere. Torna-se assim mais engraçado descobrir os inícios da sua escrita, e verificar como começaram as características da sua prosa, os pontos que refinou e a forma como burilou o seu fantástico estilo. Gostei deste Palácio da Meia Noite, uma espécie de "Uma Aventura" em modo Edgar Allan Poe. Agora aguardo o que prometeu no seu último romance, e de seguimento ao Prisioneiro do Céu.

romarias de Maio

por António Simões, em 15.05.14

O mês de Maio, mês de Maria, é inegavelmente marcado pela romaria de milhares de pessoas que movidas por um forte sentimento de fé, percorrem quilómetros sem fim para chegar ao Santuário de Fátima. Este mês também é inegavelmente marcado pelo fim da época futebolística, com as grandes finais a serem disputadas, e os campeões serem consagrados. O ano passado o mês de Maio ficou com mais um local de culto e romaria para ser glorificado, com o estádio do Dragão a marcar o destino de todos os fieis, local onde Jesus se ajoelhou. Este ano, com os mais recentes acontecimentos, são dois os locais que se acrescentam às romarias de Maio, sendo que ambos foram recentemente inaugurados. Por um lado temos a estatua de Bela Guttman localizada na porta 18 do estádio da luz, local de peregrinação dos adeptos portistas que agradecem a maldição lançada pelo treinador húngaro. Por outro lado temos o Museu do Dragão, localizado no Estádio do Dragão, onde milhões de benfiquistas se deslocam para verem as taças que nas últimas duas edições lhes fugiram das mãos...

deixas Históricas

por António Simões, em 09.05.14

Na semana passada a ministra das finanças disse algo que pode muito bem passar para a história como uma daquelas deixas que ficam na memória colectiva. "Nunca se fez tanto em tão pouco tempo" disse Maria Luís Albuquerque. Concordo que de facto nem o próprio Robin Hood conseguiu extorquir dinheiro com a mesma velocidade que estes tipos o fizeram. O objectivo do herói era o mesmo, apenas diferia nas vítimas. Enquanto que ele atazanava a carteira dos ricos que atravessavam as florestas de sherwood, esta coligação atazanava, atazana e atazanará a carteira dos contribuintes pobres que atravessam a horta à beira mar plantada no canto inferior esquerdo da Europa. Esta deixa da ministra fez-me recordar uma das célebres frases de W. Churchill "nunca na história dos conflitos tantos ficaram a dever a tão poucos" enaltecendo o papel que a RAF teve ao defender os céus da velha Albion contra os invasores aviões da Luftwaffe (mais ainda quando ainda ontem fez anos a capitulação alemã). Tendo em conta que o pessoal da troika se está a ir embora, e que ao fim de 12 avaliações as caras não foram muito diferentes, resumindo-se a um grupo mais ou menos comum, a deixa do povo tuga bem que pode beber da inspiração do político inglês. Com um pequeno retoque na frase de Churchill os tugas bem que podem dizer "nunca tantos ficaram a dever a tão poucos"...

coincidências Enganosas

por António Simões, em 07.05.14

Por vezes, existem coincidências que podem numa análise superficial originar terríveis enganos. Quinta feira passada, perto das 8 da noite, o clube da segunda circular que tem uma águia por mascote disputava a 2ª mão das meias-finais da liga europa. Precisamente a essa hora, quem escreve estas linhas dava entrada nas urgências com uma crise de asma. Não vi o jogo, pois durante esse período estive a receber inalações para repor a minha capacidade respiratória para níveis saudáveis. Para quem não sabe, sou um Portista de alma e coração, adepto do clube que para ganhar tem que o fazer contra tudo e contra todos. Não embarco em falsas modéstias prosaicas que na hora de jogar na europa sou tuga, porque até mais ver nos clubes tugas os tugas contam-se pelos dedos de uma mão, e nem sequer são precisos todos. Claro está que isso em circunstância poderia ser o causador do recurso às urgências, pelo quod erat demonstrandum por vezes certas coincidências podem desencadear erradas interpretações. No meu caso o futebol até que me pode ter deixado ficar sem ar, mas isso fruto das inúmeras vezes em que gritei puortoooooooo.

tributo a um Heroi

por António Simões, em 05.05.14

Se algo existe associado às grandes tragédias é o facto de nos lembrarmos de quando, onde e o que estávamos a fazer na altura do acontecimento. A morte de Ayrton Senna, o melhor piloto de Formula 1 de todos os tempos, pertence a esse panteão cujas galerias são preenchidas por acontecimentos que não deixam um único ser humano indiferente. Seguia a sua carreira ao ponto de, numa altura em que não havia gravações automáticas nem programadas, pedir ao meu Pai para me gravar o grande prémio de Suzuka, que passava a horas impróprias para uma criança. No dia 1 de Maio de 1994, como não poderia deixar de ser, estava a ver o grande prémio na esperança de ver Senna chegar ao lugar mais alto do pódio pela primeira vez na temporada. Depois do acidente o interesse no seu desfecho diminuiu. Ao chegar o final da tarde, liguei novamente a televisão para ver o telejornal, à espera de novidades sobre o seu estado de saúde. A abertura do serviço eram imagens de Senna com a musica dos Queen "We are the Champions" como pano de fundo. Palavras para quê... o pior tinha acontecido. Escrevo estas linhas no sentido de prestar uma singela homenagem a um herói, que no dia da sua última corrida foi o motor para arrancar com um conselho de segurança dos pilotos, preocupados depois da morte do piloto austríaco Roland Ratzenberger. Escrevo estas linha no sentido de prestar uma singela homenagem a um herói, que no dia da sua última corrida levava no cockpit uma bandeira austríaca... Nunca mais vi Formula 1...

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