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E porque não eu?

terapia de reflexão para mentes livres e com paciência, SA ou Lda não interessa, pelo menos pensar não paga impostos

E porque não eu?

exemplo aos 105

por António Simões, em 28.04.14

Lembro-me da primeira e última vez que tentei ver um filme de Manoel de Oliveira. Durante mais tempo do que aquele que fui capaz de aguentar, a cena resumia-se à filmagem de uma árvore. Não quero com este argumento dizer que os seus filmes não prestam, quem seria eu para tal coisa! Apenas constato que o seu tipo de realização não encontra simpatia neste pouco apreciador da sétima arte, bem como a grande maioria do cinema que se faz pelas terras do velho continente. Os meus cânones cinematográficos deixam-se corromper mais facilmente pela industria americana das terras de Califórnia. Contudo, escrevo estas linhas não para falar de cinema, mas sim para elogiar e enaltecer o papel que pessoas como este centenário realizador desempenham na nossa sociedade. Li recentemente que Manoel de Oliveira se prepara para a rodagem de mais uma película. Tiro o chapéu ao seu estoicismo e resiliência e agradeço o seu exemplo, de que enquanto por cá andamos não devemos viver um minuto insignificante. Obrigado Manoel, e desculpe lá não contribuir para a quota de espectadores.

o símbolo da Páscoa

por António Simões, em 22.04.14

Caso seja realizado um inquérito, questionando as pessoas sobre o que consideram como a imagem de marca do período que atravessamos, certamente que as opiniões serão várias tais como o coelhinho da Páscoa, os ovos de chocolate ou o pão de ló. Contudo, existe uma figura ímpar que nesta altura do ano é retirada do armário, e de norte a sul do país laboriosamente contribui para a beleza destas festividades. Não existe passeio, escadaria, muro ou paredes, que nesta altura escapem à sua fúria limpadora. O som que se ouve um pouco por todo o lado é um misto do ronco agressivo do seu motor, com o som sereno que a água disparada à pressão faz quando encontra o seu destino final. O resultado da sua labuta fica à vista, com tudo bem limpinho. Por isso mesmo, e porque é injusto que nesta época fique à sombra de todo o resto que a caracteriza, este blog elege como o símbolo da Páscoa o Karcher.

páscoa Tradicional

por António Simões, em 21.04.14

Pode ser em Março ou Abril, estar de chuva ou calor, com cordeiro ou sem ele, mas Páscoa que é Pascoa não dispensa a obrigatória emissão do filme "Os 10 Mandamentos". Os filmes épicos tiveram a sua hora, e com o tempo a moda virou para outros lados, mas sempre foi surgindo de quando em vez uma película desse calibre. Este ano, com o gladiador no papel de Noé, o filme acerca da enxurrada divina promete levar muita gente às salas do cinema. Numa daquelas entrevistas de propaganda acerca do filme, onde os actores dizem maravilhas uns dos outros e colocam o papel do realizador nas alturas, deu para ver algo do filme, bem como um ou outro pormenor do "making off". O que lá não é explicado, este blog preocupou-se em saber, pois se algo marca esse filme é o facto da água ser o protagonista principal. Na hora de escolher o melhor método para conseguir quantidades imensas do precioso líquido, os produtores não tiveram dúvidas e desembarcaram aqui na tugalândia para pedir colaboração aos nossos "queridos" governantes. Melhores do que eles a meter água não há, e para um filme deste nível foram certamente a melhor escolha.

a mente louca dos grandes líderes Mundias

por António Simões, em 18.04.14

Este era um livro que foi a chamada dupla surpresa. Dupla porque veio como oferta na compra de outro, revelando-se uma agradável leitura. S. Nassir Ghaemi, o psiquiatra que escreveu, aborda o tema de uma forma que o leigo na matéria não se perde. Obviamente que a matéria central passa pela sua área, mas Ghaemi conduz o leitor também pela história de modo a prender a atenção para o assunto. Em jeito de sugestão, fica a curiosidade de saber que Gandhi antes de se tornar no ícone da não violência era um jovem rebelde que roubava para poder fumar e Martin Luther King sofria de depressão. O livro aborda vários líderes, e fundamenta a sua teoria de que em tempos de crise os líderes mais capazes são aqueles em que o "tico e o teco" andam por vezes às avessas, sendo que esses mesmos líderes em tempo normais já não seriam os homens certos no lugar certo. No final eu fiquei a concordar com o escritor.

17 de Abril de 1969

por António Simões, em 17.04.14

Tinha terminado uma conferência que assistia enquanto estudante. A Alta de Coimbra de 1999 muito pouco tinha mudado desde 1969, mas as pessoas essas eram outras. Isso mesmo constatei quando me deixei ficar no mesmo lugar onde estava sentado, pois de seguida iniciava-se uma palestra acerca de um tal 17 de Abril de 1969. Os meus colegas tinham saído praticamente todos, excepto eu e mais alguns, que de capa e batina orgulhosamente nos deixamos estar, para ouvir aqueles que em tempos foram estudantes, e tal como nós sabem o que significa assim se vestir. O que nós não sabíamos, ficamos a saber, mas nunca o iremos sentir, foi o que se passou naquele dia que marcou a crise académica de 69 em Coimbra. A plateia encheu-se de gente que viveu nos tempos em que para se ler um livro era preciso andar com ele às escondidas, que passava de mão em mão até ficar marcado pelo uso e abuso de quem tinha o fastio da informação e cultura, de quem não podia escolher livremente a companhia da mesinha de cabeceira. Alberto Martins proferiu um discurso que ainda hoje retenho na memória, como ficaram gravadas no coração as palavras dele acompanhadas por uma emoção que não pôde conter na hora de se recordar de todos os seus colegas que na altura, fruto da sua contestação deixaram de ser aquilo que lutavam para ser. O jovem que pediu a palavra a Américo Tomás conseguiu com a sua intervenção fazer um grupo de jovens sentir, por momentos, algo de parecido ao que essa geração de estudantes lutou. Os nossos tempos são diferentes, e hoje somos uma réstia daquilo que os nossos pais e avós foram na altura, pois apesar da liberdade ter sido conquistada, a mesma foi sonegada de outras formas bem mais perversas e contra as quais as armas são poucas, mas porra... a vontade das pessoas também não ajuda muito.

assunção Degeneres

por António Simões, em 16.04.14

O leitor faça o seguinte exercício: abra dois separadores no navegador da internet; em cada um aceda ao seu motor de busca favorito; de seguida procure num imagens de Assunção Esteves, presidente da Assembleia da República, e no outro imagens de Ellen Degeneres, apresentadora de um talk show com o mesmo nome e presença assídua na cerimónia dos Óscares. Surpreendido com o resultado? De facto, as semelhanças entre as duas são muitas. Se fisionomicamente a nossa presidente, ou como diz Pilar, a nossa presidenta, faz lembrar a comediante estado-unidense, no que diz respeito às suas intervenções as semelhanças continuam, pois são marcadas por um enorme sentido de humor, e só assim consigo entender a leviandade com que se referiu à questão dos Capitães de Abril. Agora só espero que no dia da cerimónia não se lembre de descer pelas escadas do parlamento ao som de música ligeira, ritmada pelos aplausos dos parlamentares a marcar a dança. Pelo respeito que a data lhe parece merecer, não sei onde ficará o limite da sua imaginação...

vender a alma ao Diabo

por António Simões, em 14.04.14

E passado que estão quatro anos, a cena volta a repetir-se. Já anteriormente elaborei uma opinião acerca da exclusividade da transmissão de jogos de futebol pertencer a um canal, pertença de um clube de futebol. Como se isso não bastasse, tenho que aceitar viver num país onde hoje em dia tudo parece valer, quando o dinheiro fala mais alto, nem que para isso mesmo se tenha que vender a alma ao diabo, neste caso encarnando de vermelho na pele das águias. Já nos anteriores festejos do último campeonato, e aqui convém fazer um parênteses lembrando que não me refiro aos festejos do ano passado, efectuados demasiado cedo com o resultado final que todos nos recordamos, os clubes "pequenos" aproveitando a euforia de milhões de adeptos famintos por vitórias, resolveram transferir o palco dos seus jogos caseiros para outros estádios, de maior envergadura, como forma de obter mais receitas de bilheteira. Pergunto-me é onde fica a verdade desportiva? Muito possivelmente na lama, tal como todo o resto do país.

censura prós de Abril

por António Simões, em 10.04.14

Este ano cumprem-se 40 anos daquela noite que começou com a frase "quis saber quem sou". Tive a feliz infelicidade de não viver nesses tempos. Confuso o leitor?! De facto, é uma felicidade tremenda viver em democracia sem nunca ter vivenciado as agruras de uma ditadura, mas uma tremenda infelicidade não experimentar e sentir o rebentar das algemas, sentindo o calor da luz que a liberdade traz. Olho para os mais velhos com o respeito de quem já por muito passou, e com o tempo aprendi algo que o sapiência rota da juventude teima em não querer aprender - que os mais velhos tem sempre razão. Por isso mesmo, e pelo respeito que os militares de Abril nos merecem, não vejo mal algum em se quebrarem protocolos e permitir que os heróis de 74 possam discursar na Assembleia que para nós conquistaram. Estranho a atitude do partido do governo, que na hora de quebrar compromissos com os contribuintes não tem pudor algum, mas para outras situações deixa-se vergar por um pejo incógnito. Há quarenta anos, a letra continuava com "... o que faço aqui". Realmente, e tal como dizia Salgueiro Maia, o "estado a que isto chegou" leva-me a partilhar o que Paulo Carvalho cantava.

smartphones?

por António Simões, em 08.04.14

Desde que surgiram os primeiros tijolos, o mundo dos telemóveis assistiu a uma evolução logaritmica, encontrando hoje em dia nos smartphones o seu expoente máximo dessa odisseia da tecnologia, reis até ao momento em que surgir algo de ainda melhor. Claro que nessa evolução o móbil dos telemóveis permaneceu sempre o mesmo, ou seja, telefonar. Nesse aspecto, os telemóveis com ou sem o adjectivo "esperto" em nada diferem entre si. Eu era um utilizador de um telemóvel "esperto", até ao momento que o mesmo deu o berro, kaputt. Com ele ficaram contactos, apontamentos, fotos, datas de aniversário, e tudo aquilo mais que é possível fazer num aparelho dotado dessas capacidades. Como burro não quero ficar, agora que voltei aos velhinhos telemóveis que estoicamente resistem a fazer o único que são capazes de fazer, telefonar, voltei a anotar toda a informação que tinha no tablet do século XX - a agenda. Com esses dois ícones de antigamente, não sendo classificados à luz da tecnologia actual como "smart", estou certo que a informação não se perderá, e desse modo evito correr o risco de me tornar "ass"...

um milionário em Lisboa

por António Simões, em 07.04.14

Este foi o 11º livro que li de José Rodrigues dos Santos (que ao todo escreveu 12). Sobre o seu estilo já falei. Sobre o meu gosto particular da sua obra também. Sem dúvida alguma que para escrever sobre uma das figuras que marcam o século XX aqui da tugalândia seriam necessárias muitas páginas, e o melhor mesmo foi editar o romance em dois, pois sempre se evitaram tendinites desnecessárias. Agora o que verdadeiramente me intriga neste escritor é onde é que ele arranja o tempo para fazer o que faz, no meio do rebuliço que é a sua actividade profissional. Sei que o tempo não se fabrica, e a máquina do tempo só existe em filmes, mas para escrever com o detalhe de informação que ele brinda os seus livros é preciso ler muito, e no final juntar as peças para a intriga deliciar o leitor, que não só ganha o gosto pela leitura, como aprende que se farta. Obrigado José.

dia internacional do livro Infantil

por António Simões, em 03.04.14

Ontem foi o dia internacional do livro infantil. O gosto pela leitura deve ser cultivado desde tenra idade. O tempo nem sempre é o necessário, e o dom da ubiquidade não faz parte das minhas características, mas sempre que possível devem-se lançar sementes para medrarem no campo fértil da mente das crianças. Há dias, li ao meu filho mais velho a história de "Alice no país das maravilhas". Ontem, ao ter conhecimento da efeméride em torno do livro infantil, ocorreu-me que não deve existir melhor livro que esse para explicar a crise aos pequenos. Em modo express, Alice corre atrás do Coelho branco, sempre atarefado e preocupado com as horas, com medo de faltar aos seus deveres para com a rainha. Pelo meio a protagonista contacta com outros seres estranhos desse país das maravilhas. No final acorda e descobre que tudo afinal não passou de um sonho. Ora bem, olhando para esta história como uma metáfora da vida real, podemos considerar Alice como o povo tuga que correu atrás do Coelho Passos, personagem sempre atarefada na hora de satisfazer a rainha Merkel. Pelo meio os protagonistas tugas conheceram leis e impostos estranhos, bem como sorteios de carros topo de gama num país em contenção orçamental. Aguardemos que no final, tal como no conto infantil, tudo tenha sido um sonho... digo pesadelo...

síndrome de Húbris

por António Simões, em 02.04.14

Recorrendo a esse manancial de informação que se dá pelo nome de wikipédia o síndrome de húbris " é um conceito grego que pode ser traduzido como tudo que passa da medida, descomedimento e que actualmente alude a uma confiança excessiva, um orgulho exagerado, presunção, arrogância ou insolência". Os políticos são muitas vezes afectados por esta doença, e se até ao momento teria as minhas dúvidas se o "nosso" PPCoelho padeceria desta maleita, o manifesto dos 70 devidamente me esclareceu que de facto o primeiro ministro desta nação à deriva sofre do mal em causa. Digo isto porque a sua resiliência obstinada em não ouvir seja quem for, a não recolher outras ideias que não as suas diatribes de austeridade sem pudor, chocam com a tentativa de 70 individualidades das mais variadas áreas de intervenção que desesperadamente se uniram para fazer o homem ver a luz. A wikipedia termina o conceito deste síndrome alertando que essas atitudes que caracterizam a doença acabam por no final serem punidas. As próximas eleições o dirão...

o primeiro de Abril

por António Simões, em 01.04.14

Peço ao caro leitor que considere este interregno como uma espécie de licença sabática, ou como uma crise existencialista fruto de uma torneira da criatividade com menos caudal, ou então mesmo uma maneira “à Portas” de dar o dito pelo não dito. Este dia é das mentiras, mas na verdade o apoio de leitores assíduos, junto com um empurrão que inesperadamente surgiu a meio de uma manhã de Domingo, fez com que a vontade de voltar a este meu espaço me levasse de novo ao computador. Este é o primeiro de Abril, e o anterior a todos os outros.

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