Já não falta um mês para o Natal, mas tendo em conta que a publicidade na televisão já ocupa o horário nobre de todos os canais há mais de quinze dias, a tarefa de suportar o apelo ao consumo vai ser muito dura, difícil mesmo. No meu caso, e como o comando lá de casa quase nunca é meu, a publicidade que vejo é exclusivamente destinada para os mais pequenos. A parte do "quero isto" repetida a cada anúncio é servida em doses q.b., e corresponde ao melhor que esta quadra tem, onde a inocência infantil é polvilhada pela magia da quadra natalícia. O único que não suporto é aquela figura, que nos últimos anos tem vindo a ocupar o espaço anteriormente ocupado pelo Pai Natal, remetendo a tarefa de salvaguardar essa personagem intemporal para a escola e família. Por isso mesmo, e porque o nosso turismo de inverno precisa de ser revitalizado, apelo a todos os aficionados da caça grossa seguir a política do vá para fora cá dentro, e deixam o deserto da Namíbia para os namibianos. Podemos não ter os Antílopes, Leões, Elefantes ou Zebras característicos da estepe africana, mas conheço uma hipopótoma que deve dar um bom troféu. Não desesperem o resto do pessoal que acompanha essa criação destinada a aumentar o pecúlio belmirense, que nesta altura oportunidades não faltarão. Nomeadamente para a Diana Chaves, que certamente daria uma ajudante boa de Pai Natal...
Chegados que estamos à contagem decrescente para dar por concluído o ano de 2013, lá começam as escolhas para distinguir os que mais se distinguiram durante os 365 dias do ano. Logo aqui temos o primeiro problema! De facto, faltando mais de 31 dias para 2013 caducar, para se efectuar esse tipo de escolha o melhor seria mesmo esperar pelo primeiro de Janeiro, e não me estou a referir ao periódico, claro está. Nos últimos anos surgiu uma ânsia doentia para atribuir o Nobel de seja do que for a todo o tipo de áreas, e o léxico tuga não foi excepção. A escolha da palavra do ano promovida por uma equipa de uma reputada empresa de dicionários e afins, deliberou o primeiro lugar em 2010 para a palavra "Vuvuzela", tendo em 2011 escolhido "Austeridade", sendo o ano passado marcado pela moda "Entroikado". Como entroikados já estamos de sobra, fruto de austeridade apregoada em vuvuzelas, este ano deveria ser escolhida não a palavra do ano, mas sim o palavrão do ano. Fico intrigado saber qual o vernáculo mais usado aqui por esta paragem à beira mar plantada durante o ano de 2013, mas não tenho qualquer dúvida sobre os destinatários desse tipo de adjectivos...
Na semana passada as escadas do parlamento foram mais uma vez invadidas, mas desta feita por aqueles que normalmente são os zeladores do Palácio. De tudo um pouco foi dito, vozes contra, e vozes a favor. Ao ver as imagens em directo fiquei momentaneamente suspenso numa esperança revolucionária, à moda do século XXI, que iria repor a justiça social que teimosamente tem vindo a ser delapidada, tomando de assalto a casa da democracia tuga, enviando para o exílio todos os responsáveis do actual estado desta velha e depauperada nação. No entanto como isso seria bom demais para ser verdade, e mais verosímil num filme de hollywood, a frio considero que o que se passou foi mais uma espécie de encenação entre os defensores e manifestantes, colegas de profissão que comungam a injustiça que sofrem. Numa espécie de aviso à navegação, o cenário deveria ser encarado como tal. Regressado à realidade, confirmo que o Robin Hood pertence ao mundo da ficção e os polícias que no defendem são alvo dos mesmos assaltos que o povo sofre, não pela mão de um Sheriff of Nottingham, mas pelas manápulas dos Sheriffs de S.Bento, manipulados não pelo Prince John da história, mas pelo Prince PPCoelho reinante...
Num comentário recente, um leitor alertou para a necessidade de se efectuar uma avaliação a este bando de pardais que nos governa. De facto, a acontecer tal coisa, cheira-me que o resultado final não será muito abonatório para esse pessoal. Esta ideia fez-me recordar um episódio do meu tempo da escola, ainda andava eu naquilo que na altura se chamava o ciclo preparatório. Um colega recebe um teste de matemática, com a fantástica nota de 1%. Como nessa altura a escala era de 0 a 100, essa classificação não era lá grande espingarda. No entanto, e como estávamos a falar de matemática, estando o teste todo errado não seria de esperar nem mesmo essa unidade classificativa. Indagado sobre essa nota, o professor explicou que não lhe deu 0% porque pelo menos ainda acertou no nome dele. A serem avaliados, PPCoelho e companhia tal como esse colega, só mesmo o nome lhes permitiria fugir ao 0 da pauta.
Não existem estatísticas neste campo específico do uso das pantufas. No entanto, imagino que no caso daqueles que consigam chegar com saúde aos 90 anos a probabilidade da grande maioria sofrer de pantufite aguda é muito alta. Essa maleita caracteriza-se por preferir no lugar de qualquer outra coisa, o calor do lar, o conforto do cobertor, a ergonomia do sofá, o ócio da televisão, e os pés bem quentinhos com umas simples e fofas pantufas. Mário Soares faz parte de uma estirpe raríssima de seres humanos que são bafejados por uma vontade estóica de não desperdiçar um único segundo desta vida terrena. Com a sua idade, no lugar da pantufa ele calça o sapato e veste o fato, e promove um encontro que mais do que um encontro de esquerdas, foi um encontro de gente que pensa, e por pensar não pode compactuar com o actual estado do estado de direito tuga. O Pai desta nossa jovem democracia teve uma intervenção brilhante, da qual alguns dementes tentaram tirar o brilho, com comentários deturpados acerca das suas sábias palavras. Há ainda quem considere que certas afirmações são mostra de uma inevitável senilidade. Mário Soares será porventura um dos poucos políticos sóbrios e conscientes do estado a que nos querem conduzir este bando de energúmenos que nos governa. Mário Soares trata a senilidade por tu, e diz-lhe para ir pregar para outra freguesia, que neste momento está mais preocupado em salvar o país... mais uma vez, claro está...
Temos assistido, não só aqui pela tugalândia mas também por essa europa fora, à implantação maciça dos súbditos da monarquia comunista chinesa. Com um superavit de gente para exportar, a política de propagação de lojas chinesas só pode estar orientada pela mão escondida do estado, que subsidia a distribuição de todo o tipo de artigos cujos preços reflectem a escravatura daqueles que tem que ficar a trabalhar no país da grande muralha, presos nessa clausura milenar, sustentados por salários de miséria. Esta nova cruzada do séc. XXI, ao abrigo dos ventos da globalização e da economia de mercado, permitiu que os chineses se espalhassem pela diáspora. De facto, se na idade média os nobres cavaleiros da velha albion conquistaram centros nevrálgicos de infames religiões, implementando no seu lugar a fé e doutrina cristã, hoje em dia os chineses conquistam centros nevrálgicos do comércio, locais anteriormente ocupados por nativos cujos negócios sucumbiram na batalha contra a maquiavélica economia capitalista actual. A minha terra é disso mesmo um bom exemplo, onde lojas emblemáticas que abrigavam comércios tradicionais, deram lugar a locais onde se vende de tudo, e todos vendem o mesmo, aromatizados pela essência do plástico e cheiro a borracha. A nossa cultura democrática tem sido uma porta aberta permitindo esta alienação patrimonial e cultural, onde o produto de um regime ditatorial nos chega pela entrada principal. Poderemos explicar assim esta sangria, mas convém não esquecer que o patrocínio da doutrina económica é que permite esta lenta, triste e dolorosa agonia das democracias ocidentais. Quando o Majestic se tornar na "Café do Chin", o Palácio da Bolsa no "Palácio do Chan" e os Armazéns do Chiado nos "Armazéns do Chun", será demasiado tarde para voltar atrás...
O legado de Gutenberg foi, ou melhor, é um dos pilares que sustentaram e sustentam a evolução humana. A palavra escrita permitiu cimentar a supremacia da raça humana, e ao longo dos tempos foi armazenando informação disponível para quem dela quisesse tirar proveito, sendo que a massificação dessa transmissão de conteúdos originada pela invenção da imprensa acelerou a passagem do conhecimento, e com isso o próprio desenvolvimento. Nos dias de hoje, mesmo com os mais sofisticados meios informáticos, o formato em papel é insubstituível. Por isso mesmo depois de mais um ano de blog, volto a reunir os textos sob a forma de livro, juntando este aos outros dois que já repousam calma e serenamente na minha biblioteca. Agradeço a todos os leitores que por aqui passam, com especial destaque para aqueles que certamente o saberão. Para todos os que consideram que a falta de exposição de meu singelo espaço na blogosfera, ausente do seio das redes sociais, fica uma deixa: neste mundo actual onde já se lêm livros em tablets e afins, eu prefiro seguir o legado de Gutemberg, e quando quiserem ler os meus devaneios, sempre posso emprestar os livro. Gandhi disse "Sê a mudança que queres ver no mundo"... e porque não Eu?
Estava para escrever acerca desta nova descoberta do caminho marítimo para o Brasil, mas os artigos de opinião, os jornais e televisões encarregaram-se de despertar de vez um sentimento de injustiça, o qual me poderá mesmo colocar na pele de um velho do restelo. "Ronaldo + 10", "Comandante Ronaldo", "Allô Brasil? Ronaldo está a caminho", "Espectacular Ronaldo apura Portugal", e por aí fora. Na minha televisão eu vi ao minuto 49, Rui Patrício defender um golo quase certo de Larson e no minuto seguinte Ronaldo fazer o 1-0, depois de uma passe a rasgar a defesa sueca de João Moutinho. Vi o 2-2 e 2-3 marcados brilhantemente por Cristiano, tendo corrido para a desmarcação proporcionado por soberbos, repito, soberbos passes de Hugo Almeida e, novamente, João Moutinho. Vi Fábio Coentrão fazer o jogo em dificuldade, onde aguentou defendendo o seu lado esquerdo até claudicar esgotado. Vi Pepe e Bruno Alves mostrarem ser uma dupla de centrais para fazer frente aos melhores avançados que nos esperam no Brasil. Por isso mesmo que eu vi, acho que foi o todo que nos colocou na rota das terras de Vera Cruz, e não uma única peça. Se o leitor concorda comigo, junta-se aos velhos do restelo. Se não concorda e embarca neste ode panegírica a Cristiano Ronaldo, então sem dúvida alguma que pertence aos milhões de tugas que sofrem da doença mais antiga desta velha nação, o síndrome de d. Sebastião...
100 milhões de euros! Cem milhões de euros! 16 638 607 054.63 de pesetas, fosse a moeda do país do felizardo ainda existente, é o valor do prémio da sexta-feira passada que um único, solitário, verdadeiro morgado da sorte conseguiu ao tornar-se no apostador detentor da sonhada chave 5+2 desta verdadeira lotaria de loucos. Tal como os abutres e demais necrófagos da vida animal, PPCoelho e companhia não perderam tempo e ainda na sexta, antes do sorteio, levaram uma proposta para "fixar a base de incidência do imposto especial de jogo para entre 15% e 20% da receita bruta, a qual corresponde ao montante da aposta deduzido o valor dos prémios". No mundo animal, os abutres só se lançam avidamente pela disputa da carcaça depois do bicho estar morto. Estes tipos, como da carcaça do contribuinte já nem o tutano sobra para se alimentarem, procuram agora novas formas para saciar o apetite voraz dos mercados seus financiadores, e por isso mesmo nada melhor do que esta forma directa e sem pudor de se açambarcar da sorte alheia. O que vale ao apostador é o facto de ser espanhol, pois fosse ele tuga ficariam sem 20 do cem milhões...
Não há ninguémque tenha estado naquele estádio, naquele dia, que não se tivesse queixado sobre o frio intenso que se fazia sentir. Eu que o diga que estava mesmo junto a um dos grandes logótipos da publicidade que preenchem os quatro cantos do estádio. No entanto, um espectáculo digno de uma abertura de uns jogos olímpicos ajudou a esquecer o frio da noite de 16 de Novembro de 2003. Na companhia do meu Pai, assistimos a um fogo de artifício memorável, à entrada do mágico Luís de Matos em rappel, pendurado de um helicóptero, à actuação em piano de Pedro Burmester suspenso no ar, ao aparecimento por magia da equipa que se viria a sagrar vencedora da Champions League, e que nesse dia ganhou 2-0 ao Barcelona, equipa que lançou nesse jogo um puto de 16 anos chamado Lionel Messi. O resto é história, como ficará para a história e para todo o sempre os azulejos com o nosso nome e número de bilhete, a completar um magnífico mosaico nas entranhas do Dragão. Para a história também ficou o frio da noite, que nunca mais se fez sentir num estádio habituado ao calor dos adeptos, habituados ao calor das vitórias e dos títulos azuis e brancos. Mesmo que se tenha que esperar pelo minuto 92...
A oposição não fala de outra coisa. O governo quer mudar uns quantos parágrafos. A obra está para o Tribunal Constitucional como a Bíblia para a Igreja. Sem dúvida alguma que a constituição da república tuga nunca esteve tão em moda como nos dias de hoje. Agora, até o pessoal da troika tem a última edição como livro de mesa de cabeceira. Tanto, que na última avaliação do estado das contas públicas tugas faz 30 referências ao pessoal do palácio ratton, sensibilizando as eminências para interpretações mais alargadas da obra. Ora, tendo em conta todo este interesse, e com os recados que até de Bruxelas partem como setas apontadas aos juízes que são os veladores da integridade do texto constitucional, está visto que esta obra pode tornar-se um verdadeiro fenómeno de vendas. Se não for pelo simples motivo de confirmarmos aquilo a que temos direito, pelo menos sempre pode ficar como recordação dos tempos em que o estado social existia, antes do homicídio perpetuado por uma coligação de direita acicatada pelo capitalismo internacional e abençoado pelo pai do défice tuga, Aníbal Cavaco Silva.
Desde a altura em que tinha que efectuar análises ao conteúdo de obras, versos, ou cantigas de escárnio e maldizer que faziam parte do programa da disciplina de tugalês do meu tempo do liceu, que a minha apreciação das mesmas divergia daquela que era aceite pela maioria, incluindo o professor. O mesmo se passa hoje em dia no caso das intervenções de Rui Machete. Quando uns lhe lhe atribuem o epíteto de burro, enquanto outros apenas constatam que a suas declarações são proporcionais ao seu estado de senilidade, eu considero que este senhor apenas é um elemento passivo da orquestra governativa, o homem da flauta. Ou seja, ele é apenas mais um dos elementos que nos últimos tempos nos tem vindo a dar música, juntando-se ao maestro PPCoelho, aos ferrinhos de PPortas, ao clarinete de Pires de Lima, ao saxofone de Maria Albuquerque, e ao trombone de Cavaco. Claro está que a música que eles tocam "Sinfonia da Recuperação Económica", não é aquela que se encontra nas pautas do orçamento de estado...
Pontualmente já manifestei a minha opinião sobre o pândego que governa o governo regional da Madeira, sempre no sentido negativo. Desta vez volto a essa figura ímpar da política tuga para salientar o seu contributo positivo para a cultura democrática, e acima de tudo para demonstrar que o homem afinal até sabe perder. Por sua iniciativa a EDP resolveu fazer contas com os municípios incumpridores do pagamento das suas obrigações eléctricas, cortando o fornecimento de energia por falta de pagamento atempado. Este caso ocorreu em todas as autarquias cuja presidência mudou do laranja para o rosa. Ou seja, Alberto, consciente que a luz está pela hora da morte, achou que uma boa forma de ajudar os seus rivais era alivia-los dos gastos em electricidade, e bufando-se desta maneira para a empresa nacional de capitais chineses fez com que essa rubrica orçamental não aumentasse o buraco das contas. É certo que agora estão às escuras, mas este altruísmo Jardinense é digno de registo e louvor...
É certo e reconhecido que a virgem pudica centrista de burro nada tem. Mas eu também não. PPortas continua a acumular milhas no cartão da TAP, e na semana passada esteve em terras da grande muralha. Quem fizer uma pesquisa ociosa na internet facilmente confirmará que esse grande país de 9.596.961 km2, com cerca de 1 338 612 968 habitantes é um dos principais produtores mundiais de arroz, alimento fundamental da dieta dos seus nativos. Ora, tendo em conta que o nosso ministro dos negócios no estrangeiro anunciou a possibilidade da tugalândia exportar arroz para a China, o resultado só pode ser um, com duas particularidades. A primeira é que a nossa dieta vai passar a contar apenas com batata como acompanhamento. A segunda é que possivelmente nessa altura, estando sem arroz nacional para consumir, vamos passar a abastecer-nos nas lojas chinesas. Como diria o saudoso Fernando Peça... e esta hein?
Acho que nem mesmo o mais sádico e promiscuo realizador de cinema se lembraria de rodar uma película como esta. Digo película, porque o filme que temos vindo a assistir deste governo é de tal forma surreal que só mesmo imaginando-nos no cinema é que é possível acreditar no que se vê. É preciso ter muita lata, ou uma tremenda falta de escrúpulos, para exigir a realização de um exame no qual é necessário pagar 20 euros, a uma classe profissional que obteve legitimamente o seu diploma em escolas certificadas pelo estado, que vive na incerteza do contrato a termo e que engorda a estatística do desemprego. Só me ocorre uma palavra para descrever isto - obsceno. Pode o leitor por a bolinha vermelha porque apetece-me dizer que ir ao bolso das pessoas, e assaltar a paciência desta maneira só poderia vir deste conjunto de c*b*ões que nos governam. Estas pessoas vivem ano a ano a incerteza da colocação, são companheiros inseparáveis das samsonites (ou melhor, das suas sucedâneas das lojas dos chineses), cujo contrato mais certo é o de arrendamento da habitação pois a estabilidade é uma palavra cujo significado é desconhecido, e que agora tem que provar o que sabem, e ainda por cima pagar por isso. Lamentável.
Nunca um post rendeu tanto como o de segunda. Depois de ontem ter desenvolvido um pensamento derivado desse artigo, hoje a ideia central é derivada da investigação que consequentemente elaborei. O que tem em comum o dia 24 de Julho para PPortas e PPCoelho? Para o primeiro-ministro trata-se do dia do seu aniversário. Para o vice-primeiro-ministro trata-se da data em que foi empossado no seu actual cargo. Ou seja, o aniversário deste ano de PPCoelho coincidiu com a assunção de PPortas ao mais alto cargo político da sua já vasta carreira. E depois de quê? Não sendo possível descrever o caminho seguido por PPortas de forma minuciosa, recordemo-nos que fez parte de um governo que terminou depois do primeiro-ministro Durão ter abandonado o país para assumir cargos mais onerosos, deixando a nação entregue a Santana, pessoa com a qual PPortas continuou na coligação e posterior derrota monumental nas eleições de onde saiu a maioria absoluta de Sócrates. Na altura anunciou a sua retirada da política, que afinal de contas não se tratou de uma retirada, mas sim numa espécie de hibernação tipo crisálida tendo a borboleta centrista saído do casulo para voltar a apoiar um governo de coligação, desta feita com PPCoelho. Não satisfeito com o cargo dos negócios estrangeiros, o Paulinho fez uma irrevogável birra que culminou com a prenda da pasta da vice-presidência no dia de anos do primeiro ministro. Sem dúvida alguma um aniversário diferente.
Depois do post de segunda, a investigação continuou. As minhas suspeitas foram confirmadas e posso agora concluir que o ex-primeiro-ministro José Sócrates é a figura ideal para nos salvar desta dupla de lunáticos ao serviço do grande capital que nos tem vindo a governar. Desde já esclareço que esta convicção não se deve ao facto de Sócrates citar nomes de filósofos como quem diz marcas de detergentes, mas sim porque de acordo com o estudo que enunciei nesse post os seus 56 anos de idade conferem-lhe a maturidade e serenidade da idade adulta. Para além disso, tendo averiguado a sua naturalidade, a escolha só pode mesmo cair na sua pessoa, pois Sócrates nasceu em Vilar de Maçada, e desse modo não existirá ninguém em melhor circunstância do que ele, para nos livrar desta maçada.
Seria inútil e vasto, nomear toda a quantidade de medidas, assuntos e decisões estapafúrdias que este elenco governativo nos tem vindo a presentear. No entanto, na semana passada, em altura de decisões orçamentais, a discussão em volta do número de bobis e tarecos que habitam os lares tugas, apesar de breve, representa o expoente máximo do ridículo a que estamos expostos. Mais ainda quando, e segundo a ministra detentora da pasta, o assunto está a ser estudado há mais de sete anos. Sete anos!? Mas o que é isto!? Não satisfeitos com o grau de estupidez, logo no dia seguinte, da autoria de Marques Guedes, o assunto Blater/Ronaldo fez parte do leque de matérias a abordar, tendo o mesmo direito de antena que a destruição do estado providência. Qual velho do restelo, tenho procurado aqui nos últimos dois anos alertar para o grau de imaturidade da equipa que nos governa. No entanto, ao contrário dessa figura dos Lusíadas, tenho agora apoio cientifico conferido por um estudo realizado em Manchester no Centro Crown Clinic. De acordo com o mesmo, os Homens só se tornam adultos aos 54 anos. Assim, note-se que:
- PPCoelho nasceu a 24 de Julho de 1964 (49 anos);
- PPortas nasceu a 12 de Setembro de 1962 (51 anos).
A adolescência é uma idade de loucuras e devaneios. Até aqui tudo bem, pois faz parte da evolução. O problema é quando os destinos do país são conduzidos por insanos imberbes que fazem as loucuras mas quem fica com as maleitas é o suspeito do costume... o povo.
Pessoal! Decorridos mais de dois anos de coligação PPCoelho, afinal de contas não devemos de olhar para o fundo do túnel da austeridade em busca da luz, mas sim para o topo da montanha da austeridade que levamos copiosamente em cima dos lombos. A esta conclusão cheguei depois de saber que uma aldeia norueguesa que passa sem luz solar directa durante os meses de Setembro a Março, conseguiu contornar essa escuridão colocando grandes espelhos no topo das montanhas que a rodeiam. Esta história é muito semelhante com a nossa, uma vez que para concretizar esta obra foi preciso reunir dinheiro, sendo que 80% do mesmo foi obtido externamente, enquanto que a nossa dependência externa ronda os 100%. O dinheiro que foi necessário revela um paralelismo interessante, uma vez que para para conseguir a obra os 3500 habitantes dessa aldeia juntaram 610 mil euros, tal como os 10 milhões de tugas precisam de reunir 17 mil milhões de euros para sair da austeridade. O tempo que foi necessário para chegar à luz é que me assusta: se os irredutíveis aldeões precisaram de 100 anos para conseguir ver a luz, pergunto-me quantos anos faltarão para a nossa austeridade chegar ao fim...
Se existem ordens profissionais cuja inscrição se obtém mediante o simples pagamento dos honorários do acto, outras há cuja obtenção do cartão de sócio se torna numa aventura digna de Indiana Jones, e no caso de Medicina um verdadeiro caminho do calvário com destino ao golgotá (o pleonasmo é propositado). Um médico não pode decidir por livre iniciativa a área em que vai exercer a sua nobre profissão de acordo com a sua vontade e/ou apetências, pois para ter uma palavra a dizer tem ainda que passar pelo livre arbítrio que é o exame de admissão à especialidade. Repare o leitor que quando digo livre arbítrio não estou a ser exagerado. Pode considerar que tratando-se de um exame, os melhores, os mais estudados e preparados serão contemplados com uma boa nota final. No entanto este exame tem uma particularidade excentricamente interessante que me leva, como candidato a doente, suspeitar da eficácia de um médico que tire a melhor nota nessa prova na altura de diagnosticar uma constipação. Como não poderia explicar o conteúdo da obra "Harrison Principles of Internal Medicine" quer por falta de conhecimento, quer porque não existem livros resumidamente explicativos como existiam nos "Maias", recorro a uma analogia: certas respostas a pergutas desse exame, seriam obtidas do mesmo modo que caso houvesse um exame de cultura geral com base na antiga Enciclopédia Luso Brasileira de Cultura (23 volumes!). No lugar de saber a população residente em Freixo de Espada à Cinta, o candidato teria que saber a mediana da distribuição da faixa etária dessa mesma população, resposta que existe na página 254 do 12º volume, no valor que se encontra entre os parêntises da legenda do quadro resumo dessa distribuição. Deveria existir melhor método de selecção.