Porque material não falta, e porque é necessário dar novas dinâmicas, rumos e sentidos a este espaço de meditação universal, hoje é lançada uma nova rubrica, como forma de prestar tributo ao modo de estar de eleição no nosso pequeno e singelo mundo tuga - a incompetência. O objectivo passa por denunciar e escarnecer de situações onde se poderia ter feito melhor, ou pelo menos não se ter feito asneira. Esta iniciativa surgiu com mais um pensamento de WC. De facto, o que hoje em dia se passa na Tugalândia ao nível da incompetência, actividade que paulatinamente se tem vindo a estabelecer e incrementar, pode comparar-se a momento no qual se utiliza a sanita para se sentar e efectuar actividades purgativas não líquidas, ou seja, no início o cheiro estranha-se, mas depois dos receptores olfactivos estarem saturados não só já não se estranha, como pelo contrário se entranha. Do mesmo modo, os casos de incompetência nacional são tantos, que o tuga comum já não os estranha. Estranha sim, quando as coisas são bem feitas. Deste modo, esta rubrica pretende dar um ar novo, ou usando a alegoria do WC, puxar o autoclismo...
Com o desemprego a fazer cócegas aos 17%, com as mais recentes previsões de recessão, com um buraco na execução orçamental que já coloca o ministro disléxico das finanças a afiar as tesouras do corte, e com um ministro que depois de considerar o pastel de nata como a tábua da salvação nacional chegar à conclusão que "não estamos a ser muito eficazes no combate ao desemprego" e "o país não é amigo do investimento e das empresas", o que é que o nosso presidente da república descobriu? Encontrou um erro na publicação da Lei de Limitação dos Mandatos Autárquicos com a troca de um "da" por um "de" (onde está escrito "de" devia estar "da") e desse erro deu já conhecimento à presidente da Assembleia da República. Refira-se que a lei data de 2005. Perante tamanha falta de timing, e de pontaria sobre os assuntos que o deveriam verdadeiramente preocupar, o melhor será dar-lhe a reforma antecipada que faz melhor figura a plantar couves no seu quintal de Boliqueime.
Voltando ao tema de ontem, e depois de ter marcado uma posição, hoje regresso à temática do golpe de estado não militar e totalmente manietado pelo povo. Se ontem fui um velho do Restelo que dilacerou as esperanças de uma iniciativa com vista a acabar com este grupo de mentecaptos que nos governam, hoje pretendo ser o Infante D. Henrique que irá lançar as bases de uma investida popular para acabar com este bando de facínoras que pretendem conduzir o país à ruína. Relvas foi o profeta que me indicou as luzes do caminho da salvação. Há dias, quando questionado pelo aumento da contestação social, adiantou perante um grupo de jornalistas que "No dia em que tivermos medo estamos arrumados". Ora perante estas declarações a acção do povo tuga só pode ser uma: fazer do dia a dia uma terça feira de folia carnavalesca. No entanto o guarda roupa será criteriosamente escrutinado no sentido do terror. Por isso só se aceitam fatos de mortos vivos, zombies, fantasmas, franquensteins, múmias e semelhantes mimetizando desse modo o fim que estes tipos nos querem conduzir. O fato de vampiros está proibido porque desse modo seriamos confundidos com PPCoelho e companhia...
O pessoal já chegou à conclusão que desta vez os militares não podem fazer nada. Vai daí, tem surgido nestes últimos dias uma iniciativa que visa o derrube do governo, colocando os ministros na berlinda da investigação fiscal. Por todo o país multiplicam-se os casos de pessoas que ao pedir a factura dão o nome de PPCoelho e companhia, juntamente com os seus números de identificação fiscal que circulam pela net e sms's. Apesar de achar a iniciativa digna de louvor, não vou embarcar nessa onda de entusiasmo. Tendo em conta que as facturas depois ficam em nome deles, prefiro não arriscar com o medo de mais tarde virem reclamar os bens adquiridos. Pelo que tem feito ao país, e ao nosso bolso, meninos para isso são eles.
Pois é, o leitor mais atento poderá dizer "então este tipo não tem um espaço destinado apenas a discussão sobre matérias ligadas ao futebol", ao que eu respondo "sim, mas tendo em conta que se trata de eleições, e logo num clube esfrangalhado como o Sporting, pareceu-me mais lógico tratar aqui do assunto, onde também diariamente se discute política numa instituição também esfrangalhada, neste caso a República Tuga". Tudo isto porque perante o número de candidatos a presidir o Sporting Clube de Portugal, só se pode concluir que das duas uma:
- ou se trate de uma alucinação colectiva de empresários e pessoas de renome da praça pública tuga que inebriados pela paixão insanamente clubística não se estão a aperceber do buraco negro para o qual se querem atirar;
- ou estamos perante um grupo de destemidos e sábios economistas e gestores de empresas de renome da praça pública tuga, que vão colocar o clube leonino de volta à ribalta do panorama futebolístico tuga.
A cumprir-se a segunda conclusão, a nossa salvação está no clube de Alvalade. Se conseguirem fazer o Sporting novamente "um grande", a próxima paragem destes senhores só poderá ser uma... S. Bento.
Não é novidade nenhuma comer uma pizza na Rússia, ver um grupo de cossacos a dançar no Brasil, assistir ao carnaval carioca em Portugal, ou degustar um pastel de nata em Londres. Aliás, se o leitor for um atento observador das placas que identificam o peixe fresco disponível numa qualquer banca de uma qualquer grande superfície, verificará que nesse local se reúnem espécies dos quatro cantos do mundo. Deliberar acerca das vantagens e desvantagens da globalização é tema controverso, nunca sendo possível chegar a um consenso. No entanto, o que à dias se verificou em Madrid, pese concordar com as manifestações que por lá se efectuaram juntamente com outras em vários pontos da Espanha, é quanto a mim o expoente máximo que coloca em descoberto o ridículo e despropositado a que a globalização pode chegar. Milhares de espanhóis a cantar a Grândola vila morena é no mínimo estranho, e no máximo estúpido, ainda por cima quando tal como nós viveram uma ditadura que só acabou pela morte natural do ditador. Comer pizza sabe melhor em Itália. Viver o carnaval carioca deve ser inesquecível. Comer um pastel de nata em Belém é deliciosamente saboroso. Cantar uma música de intervenção que marca uma época, uma geração e um povo só tem sentido quando o mesmo é compreendido.
Quando questionados acerca da mesma pergunta sobre a problemática dos mais recentes números do desemprego tuga, Relvas e PPCoelho alinharam em sentidos opostos. Se o nosso comandante não fica com insónias com uma taxa que já vê os 17% no horizonte, o mesmo não se passa com o seu grumete de serviço. Miguel garantiu perante os microfones que esses trágicos indicadores da empregabilidade lhe tiram o sono, e nem ver jogos de poker em directo à 4.30 da madrugada lhe trazem o lenitivo tónico de morfeu. Isto revela que tal como no mundo real, os ministros sofrem as mesmas agruras do povo. Resumindo, trata-se de um problema de cunhas. PPCoelho tem uma influência junto do Infarmed que Relvas nem sonha, pois para isso precisaria de dormir, coisa que pelos vistos não faz. De facto, com o estado em que o estado está, para dizer a plenos pulmões e de peito cheio que dorme como um anjinho papudo, PPCoelho deve recorrer aos ansiolíticos e hipnóticos mais fortes do mercado. O Relvas, se quiser dormir que conte carneirinhos... ou melhor, coelhinhos...
O Ministério da Justiça, em conjunto com o Departamento de Investigação e Acção Penal, apoiado pelo Centro Prisional de Lisboa, contribuíram para uma nova forma de turismo na tugalãndia, apoiada no conceito do do turismo de habitação, adaptada agora para o conceito de "turismo na habitação". Recentemente o antigo apresentador da televisão ainda pública depois de ter saído em liberdade, vê agora a sua situação piorar e pode mesmo voltar aos calabouços da judiciária, com estadia garantida até ao final do ano altura em que finalmente lhe caducará o direito de pensão completa à conta do erário público. Também recentemente, o antigo presidente do clube da águia trocou a sua prisão domiciliaria em terras de sua majestade, pelo conforto dos estabelecimentos tugas, numa espécie de vá para fora cá dentro. Outros casos poderiam ser apresentados, mas perante a enormidade de figuras e situações principalmente ao nível da criminalidade de colarinho branco, a lista seria interminável. O comum a todos os casos é que durante algum tempo, pouco diga-se, essas figuras depois de vilipendiar efectuam uma breve passagem pelos serviços de detenção tuga, onde lhes são prestados todas as condições que se prestam nas melhores unidades hoteleiras, para no final saírem em liberdade.
Talvez fruto dos tempos actuais, com as péssimas estatísticas ao nível do emprego que todos conhecemos, pode agora ser normal aparecerem anúncios na secção dos classificados, como este que passo a citar, encontrado na parte destinada às ofertas de emprego: "Teste champô gratuito. Procuramos cabelos com caspa, cabelos brancos ou amarelecidos". Ou seja, no lugar do tradicional "Procura-se Eng. Civil para empresa a laborar em Angola", ou "Precisa-se de Carpinteiro", ou "Oferta de emprego para Centro Hospitalar de Arrebaldes da Esquina", este espaço pode vir a continuar a surpreender com outras iniciativas deste género, onde o empreendedorismo é aplicado ao mundo da originalidade laboral. Não se surpreenda assim o leitor quando nessa secção encontrar novos anúncios que procuram jovens ou velhos "produtores de suor sovacal para teste de desodorizante gratuito" ou "transportadores de colónias de fungos interdigitais para teste de medicamento para o pé de atleta".
Dirigindo-se a uma estação de comboios, onde um amigo a esperava, uma senhorita belga seguindo as indicações do seu GPS fez uma viagem de 1450 km, no lugar dos 150 km que marcavam a distância entre a sua casa e o destino final. Depois de 60 horas de viagem e com placas em línguas cada vez mais desconhecidas, só chegando a terras croatas é que se fez luz no fundo do cérebro da senhora, e finalmente chegou à conclusão que estaria perdida. Como modesta e simpática sugestão, a linha editorial deste blog considera que para esta senhora o GPS está fora de questão, e o melhor era mudar-se para algures aqui na Península Ibérica. Desse modo, viagens desse calibre seriam praticamente impossíveis, e terminariam com o mar no horizonte, ou os Pirenéus à sua frente, não precisando de chegar à conclusão que não sabe ler placas de caracteres cirílicos para concluir que a Rússia está fora de mão.
Sempre se justificou, mas em alturas de crise como esta ainda mais, a existência de dispositivos de identificação de movimento para acender lâmpadas. Desde garagens, corredores, escadas e escadarias, são vastos os locais onde se podem colocar estes aparelhos de forma a evitar gastos desnecessários de luz. Quer do ponto de vista ambiental, quer do ponto de vista económico, esta sinergia de proveitos lucra com este tipo de iluminação. No entanto, descobri um local onde a parte económica tem um fim mais perverso do que a poupança em si. Nunca me teria ocorrido colocar um dispositivo desses num WC, por todos os motivos e mais alguns. Presumo que quem teve a ideia de recorrer a esta metodologia eléctrica seja um iluminado produtivo, pois ao estabelecer um temporizador para o tempo que uma pessoa tem de luz para efectuar tudo aquilo que se pode operar num local daqueles, está no momento em que se fica sem luz a dizer "vai trabalhar malandro". Este blog, em conjunto com o Instituto Nacional de Saúde Pública, vem por este meio solicitar que esses dispositivos sejam retirados do santuário da meditação nacional, de forma a evitar situações higienicamente lamentáveis, derivado da falta de luz.
Desde associações de utentes, ordens profissionais, concelhos de ética, sindicatos, oposição, e várias ong's da área da saúde, são imensas as opiniões de indignação perante os números apresentados pelo que se passou no ano de 2012 ao nível dos custos com a saúde. Mais uma vez o governo está de parabéns, por dois motivos essenciais. Por um lado, conseguir arreliar tanta gente de uma assentada só é obra, e não está ao alcance de qualquer agitador de pacotilha. Por outro lado, tendo cortado em 5.2%, tendo sido a primeira vez no século que se registou uma diminuição, e tendo excedido a orientação da Troika em mais do dobro do estipulado, este governo mostra que é ávido de resultados a curto prazo, e procura de uma cajadada arrumar com várias lebres de cada vez (não poderia usar o termo coelho pelos motivos sobejamente conhecidos). Seguindo este rumo de cortes numa área tão vital como a saúde, não tardará a conseguir o definhar a demografia tuga, e desse modo conseguir não só diminuir esses gastos, como diminuir as listas de espera para cirurgia, a taxa do desemprego, os processos nos tribunais, os gastos com a segurança social, etc.. No final, o país ficará com belas estatísticas, mas sem gente para as usufruir.
O ano passado fiz questão de marcar este dia com a ausência do comentário diário, gesto destinado a premiar férias, fins de semana e feriados nacionais. Este ano, perante nova deliberação governativa de ausência de tolerância de ponto em nome da bandeira da austeridade, não posso deixar de efectuar uma pequena consideração acerca da mesma. Assim, em dia de intolerância de ponto manifesto o meu total e inédito acordo com a medida, e afino pelo diapasão de PPCoelho. De facto, como tem feito passar por Palhaços todos aqueles que não o elegeram, e por Ursos os que nele votaram, em Carnaval andamos o ano inteiro, não precisando de dias extra para festejar.
Historicamente falando, as intervenções do FMI nos vários países a que foi solicitado o seu apoio redundaram num país mais pobre, tendo alguém que nunca ninguém sabe quem é lucrado algo com o assunto. A equipa de análise criptográfica deste blog fez uma anamnese histórica de todas as intervenções e chegou a uma conclusão: o FMI não é na verdade aquilo que se pensa. Tendo em conta o estado de tanga em que os países ficam depois de se endividarem a esses senhores, a nossa equipa descobriu que o FMI é o disfarce de uma outra sigla que esconde o verdadeiro sentido dessa organização, sempre que metem a foice na seara alheia. Em altura de carnaval que estamos, quando todos se disfarçam, este blog descobre a verdadeira face do FMI. A sigla que todos os dias aparece nas notícias, juntamente com os cobradores de fraque que actuam em seus nome não é FMI, mas sim o seu anagrama de FIM. Ou seja, o destino de quem a eles resolve recorrer.
Das várias obras que tive oportunidade de ler acerca da minha temática histórica preferida, nunca em nenhuma delas se tinha abordado a forma como os Nazis chegaram ao poder, tal como se fez nesta obra de Peter Conradi. Recorrendo a uma personagem até ao momento totalmente desconhecida para mim, o escritor mais do que contar a história da vida de Ernst Hanfstaengl descreve a forma como uma pessoa bem colocada na sociedade, de formação superior, se deixa encaminhar pela via Nazi, fazendo parte do círculo intimo de Adolf Hitler. O paralelismo entre esta personagem e a sociedade germânica da altura é inevitável, e entende-se assim como foi possível embriagar com discursos inflamados toda uma nação. A compreensão do fenómeno é que não há forma de alcançar, por muitos motivos que para isso sejam dados.
As universidades tugas estão a enfrentar sérias dificuldades para angariar alunos, uma vez que neste momento o facto de se ter um curso superior não se traduz em sinónimo de emprego garantido. Por esse mesmo motivo, algumas faculdades e institutos politécnicos vão propor uma nova licenciatura para o próximo ano lectivo, mais adaptada à realidade económica actual. Assim, no lugar dos actuais cursos de gestão de empresas irá surgir a licenciatura em gestão de falências e insolvências. O quadro de professores será garantido por vários membros do actual governo, sendo o cargo de director ocupado pelo actual ministro das finanças. Pelo seu papel que tem vindo a desempenhar em várias áreas, mas essencialmente pela sua acção junto da televisão ainda pública, o ministro Miguel Relvas para além de já ter essa licenciatura também garantida, será galardoado com o doutoramento honoris causa em gestão e insolvências.
O governo está de parabéns! A tugalândia, país pródigo em desvios orçamentais sempre no sentido do prejuízo, em marcações fora do prazo, com uma falta de pontualidade patológica, onde o compromisso deixa o próprio dicionário com dúvidas na altura de classificar a palavra, assiste pela primeira vez em muitos anos a uma novidade. O Instituto Nacional de Estatística já adiantou os números do desemprego no final de 2012, que atingiram a meta dos 16,5%. Confirmam-se assim que as linhas estratégicas políticas definidas pela coligação governativa não só atingiram a meta, como chegaram a supera-la. Com uma estimativa de 15,5% para o ano de 2012, e com o objectivo de 16,4% para o final de 2013, a matemática dos números não engana demonstra-se de forma cabal que a forma como PPCoelho tem conduzido os destinos da tugalândia estão a levar à redefinição dos parâmetros para análise da população activa. Excedendo as expectativas em 2012 que já só se esperavam para 2013, para 2014 o INE vai passar a apresentar a taxa de emprego, no lugar de taxa do desemprego. O algodão não engana, e os números também.
Tal como ontem foi abordado é intenção de PPCoelho, e comandita anexa, o regresso do programa "TV Rural". Como qualquer assunto que se leve a discussão em sede parlamentar, a vitória está garantida pela maioria governativa. No entanto, muito possivelmente pela primeira vez nesta legislatura, a lei confeccionada no parlamento poderá muito bem não ser servida de bandeja pelo presidente da república, tendo o mesmo já adiantado a sua clara e manifesta vontade de vetar a dita lei. Como estou oficialmente desfacebookizado, tive que recorrer a outros meios para me inteirar da opinião que Aníbal transmitiu na sua pagina oficial. Na mesma, Cavaco enumerou vários motivos para impedir o regresso desse programa, destacando um que é fundamental para proceder ao primeiro veto presidencial. O boliqueimense considera-se particularmente lesado com esta iniciativa que sub-repticiamente procura lançar o povo tuga de volta ao campo, uma vez que foi durante os seus 10 anos de legislatura que se desmantelou o sector primário da economia, tendo em grande parte dos casos sido gastos rios de dinheiro para pagar a produtores para não produzir... tanto trabalho teve o homem na altura, que não será pelo seu punho que a lei passará.
Na passada quinta feira, toda a oposição se indignou perante a matéria em discussão em plena Assembleia da República, trazida ao lume pela mão da coligação governativa. Apesar de concordar com a parte minoritária do hemiciclo, não posso deixar de tirar o chapéu a esta brilhante medida de antecipação do futuro. PPCoelho e companhia, sabendo o caminho que trilham sabem muito bem onde ele está a conduzir Portugal, e numa medida de futurologia querem obrigar que a grelha de programas da televisão ainda pública inclua o extinto TV Rural. De facto, com o fecho de empresas e aumento do desemprego, sem ganha pão para o comprar, o melhor mesmo é ensinar o pessoal a produzi-lo para seu próprio sustento.
O bloco de esquerda tem tanta dúvida nos seus líderes, que pelo sim pelo não, coloca dois ao mesmo tempo para ver se juntos fazem um. O PCP seja quem for o secretário geral, a cassete é a mesma. O PS tem um líder que não faz justiça ao seu nome, pois nem as bases do partido consegue segurar e tem que ser outro a dizer "organizem-se carago". Perante este cenário, o plano disponível para oposição entristece qualquer esperançado em derrubar o bando de mentecaptos que nos governam. Lance-se assim a iniciativa de uma nova oposição, fresca, culta e revigorante, com Marinho Pinto como seu máximo representante. Fã confesso que sou do bastonário da ordem dos advogados, a sua maneira mordazmente satírica que tem de apontar o dedo, é aquilo que a oposição tuga necessita. Exemplo disso são várias das suas intervenções, tal como a que teve na recente abertura do ano judicial, onde comparou o projecto do governo de alargar os casos julgados em processos sumários à condenação de Jesus Cristo, morto sem direito a defesa, e pelo meio disse deliberadamente concordar com uma medida do Presidente da República, pese o facto de "nunca ter votado em sua excelência". Se mais não se conseguir, pelo menos as audiências do canal do parlamento irão subir em flecha.