No passado fim de semana ocorreu na capital do império mais uma manifestação, desta vez dos professores. Dos vários milhares que para lá se deslocaram, os que vinham de mais longe tiveram que ultrapassar um obstáculo imprevisto, que se apresentou na forma de um infeliz acidente de camião de transporte de suínos, tendo os bichos ficado chamuscados antes do tempo, extremamente mal passados e insossos. A nível noticioso, os possíveis trocadilhos seriam imensos, e poderiam apontar para qualquer lado. Talvez por esquecimento, ou por bom senso jornalístico, ninguém se atreveu a usar o incidente com escárnio, da mesma forma que depois de uma refeição fica sempre o bocado da vergonha, ou seja, está lá, todos o comiam, mas ninguém lhe pega. Apesar desta omissão, a notícia ombreou com o busílis da questão - a manifestação. No entanto, a culpa não foi dos suínos, mas sim dos porcos jornalistas e comentadores que povoam a comunicação social tuga. Um deles, Luís Delgado, afirmou que é demagogia dizer que se quer acabar com a escola pública, e é um erro os professores usarem a escola para se colocarem de luto, considerando que não é o local apropriado para o protesto. Caro comentador:
- mais do que se manifestarem em proveito próprio, os professores deslocaram-se em horário pós-laboral para defender um ensino de qualidade, uma vez que a dar aulas a 3 dezenas de crianças dificilmente se conseguem educar Einsteins e companhia.
- a continuarem a luta, a mesma obviamente que deve ser no seu local de trabalho. Não estou a ver sentido em mineiros se manifestarem em docas, pescadores nos tribunais, e juízes nas minas.
Com o caminho que este governo quer seguir para a educação, se hoje em dia a qualidade de políticos, jornalistas e comentadores é baixa, o futuro apresenta-se ainda mais escuro.
Repetindo a análise crítica sobre o tema do empreendedorismo, desta vez procurarei elucidar o leitor com os perigos que este desvario colectivo de empreender a torto e a direito poderá desenvolver. Num programa de enchimento do chouriço de um canal privado que não posso revelar o nome, mas deixo a pista que em latim significa "assim", verifiquei que um jovem empreendedor vendia um produto que tinha tanto de inédito, como de inusitado. O tipo garantia ao consumidor ser capaz de purificar o ar da sua casa recorrendo a métodos ecologicamente sustentáveis e cientificamente elaborados. Para o efeito, utilizava materiais de tecnologia de ponta como Sal, Incenso e Flores. Convicto que esses materiais abundam em casa ou são facilmente adquiridos pelo comum consumidor, o editor deste blog considera que exemplos como estes é que fazem justiça ao provérbio de vender a banha da cobra.
Agradecendo desde já a fonte da qual provem esta anedota, deixo aqui um pensamento que nos dias de hoje possui uma pertinência inquestionável:
(O avô conta ao seu neto João as grandes mudanças que aconteceram na sociedade, desde a sua juventude até agora)
- Sabes, João, quando eu era pequeno, a minha mãe dava-me dez escudos = (+/-)5 cêntimos hoje, e com isso mandava-me à mercearia da esquina.
Então eu voltava com um pacote de manteiga, dois litros de leite, um saco de batatas, um queijo, um pacote de açúcar, um pão e uma dúzia de ovos..!"- e o João respondeu-lhe
- Mas avô, na tua época não havia câmaras de vigilância?
Há dias em que o material de escrita satírica escasseia. Ultimamente esses períodos tem aumentado na sua duração temporal. Perante este cenário, a SETA, Associação Tuga de Escrita Satírica de sigla escrita à moda inglesa para assim ter mais piada, depois de uma reunião de urgência onde se apuraram os motivos que tem levado a esta falta de inspiração, vem por este, e outros meios divulgar dois comunicados:
A SETA solicita aos decisores políticos da tugalândia, o regresso à vida política mediaticamente relevante, de uma das musas inspiradoras de todos os associados. É necessário que Pedro Santana Lopes volte a ocupar lugares de destaque, de forma aos focos da ribalta voltarem a incidir sobre a sua magnânima figura, e inebriado pela sua importância nos presenteie com as suas peculiaridades que fazem as delícias de qualquer humorista.
A SETA comunica ainda que em caso das suas preces serem ouvidas, promete deixar de arreliar o substituto preferido, que nos últimos tempos também tem andado arreigado dos projectores da infâmia política. Inicialmente, Miguel Relvas foi um fantástico substituto, mas depois, qual grilo na toca, deixou de marcar a actualidade política com as suas fantásticas intervenções. Que volte o mestre, que o aluno já não serve.
Até ao momento, para alem de uma pontada ou outra, as maleitas do tempo ainda não se fizeram sentir na minha tenra idade de jovem velho. No entanto, há uns dias atrás fiquei ligeiramente perturbado por concluir que os anos tem inexoravelmente passado, e os miúdos dos filmes da minha juventude, hoje em dia já não o são. Já sabia que a actriz Drew Barrimore, a pequenita do filme E.T. de Esteves Spielberg, hoje em dia é uma mulher de belos atributos. Outros casos são também mediaticamente falados de jovens actores que cresceram na industria com o tempo. No entanto, nunca tinha reparado, ou sido informado, que o pequeno actor do filme Império do Sol é hoje em dia um reconhecido actor. Num zaping recente, ao ver o início dessa película de Esteves Spielberg, fez-se uma luz ao fundo do túnel, e concluí que aquele pequeno que desempenha o papel principal tinha as feições de um actor mais velho. Recorrendo à ferramenta da actualidade, cheguei à conclusão que se tratava de Christian Bale, o actor principal de um dos filmes da saga "Batman". Resumindo, o tipo está mais velho, e eu, que vi esse filme há muitos anos atrás, também...
Existem publicações que permitem ao leitor saber quando é que vai perder no final do mês, depois de aplicada a nova carga fiscal encomendada pela Troika e gerida pelo Governo. Não tive acesso a nenhuma, nem procurei informar-me acerca do conteúdo das mesmas, pelo simples motivo que apenas duas certezas estão garantidas. Por um lado, a certeza que no final das contas, o que sobre é menos que no ano passado. Por outro lado, ao comprar alguma dessas publicações a conclusão não se altera, e ainda é agravada pelo facto de se ter perdido ainda mais o dinheiro da aquisição. Com este alerta, mais uma vez se confirma este espaço internético, ciberneticamente falando, como um dos paradigmas do serviço público gratuito, ao alcance de um cliq.
Este espaço de opinião já noutras ocasiões tem alertado para a falta da qualidade e rigor do jornalismo que se pratica aqui na tugalândia. Desta vez, o problema passa pelo facto de existir um total desacordo com a forma como uma notícia foi apresentada. Numa conhecida e reconhecida publicação periodicamente diária, apresentou-se o facto não inédito de um condutor que tinha sido apanhado com uma taxa de alcoolemia no sangue superior em 10 vezes ao limite legal, e muito próximo do limite do humanamente sustentável. Perante estes dados, seria semanticamente mais aceitável mudar o sujeito e o predicado da notícia. Desse modo, a notícia deveria ter sido "um barril ambulante foi apanhado com uma taxa de sangue no álcool superior ao recomendado pela Associação de Viticultores Tuga".
I'm all right Jack keep your hands off of my stack.
Money, it's a hit.
Don't give me that do goody good bullshit.
I'm in the high-fidelity first class travelling set
And I think I need a Lear jet.
Money, it's a crime.
Share it fairly but don't take a slice of my pie.
Money, so they say
Is the root of all evil today.
But if you ask for a raise it's no surprise that they're
giving none away.
Com esta lirica, os extraordinários Pink Floyd queriam alertar para os problemas e vícios do dinheiro. Moralismos à parte, as vendas deste single contribuíram para aumentar o seu prestígio... e a sua conta. Afinal de contas, não se pode viver de ar e vento...
O líder o P.S., Seguro, afirmou perante os microfones ligados da SIC notícias que é objectivo chegar a uma maioria absoluta. Perante os microfones desligados, ou como se diz em americano "off the record", afirmou que acredita ser um possível vencedor do euromilhões da próxima semana. Entre estes dois jackpot não sei qual deles o mais difícil, uma vez que o eleitor tuga começa a dar sinais de alguma fadiga entre uma escolha a dois. Assim, e porque como se verifica que em Portugal só se consegue ter um esgar de possibilidade governativa com a existência de maiorias absolutas, o melhor mesmo é tornar a vitória nas eleições como um casamento com o estado. Desse modo, ao dar o nó, não havendo legitimidade eleitoral para os outros partidos falarem, faça-se como nas bodas, e os que não tem mais nada a dizer se calem para sempre.
Num gesto de filantropia a bem da industria de tecnologia de ponta nacional, a equipa de jornalistas de investigação deste blog conseguiu colocar um dispositivo de escuta produzido pela empresa "Grande Mano" do Bombarral, no serviço de finanças onde o presidente-executivo do BES teve que prestar declarações, depois de se ter esquecido de declarar 8,5 milhões de euros ao fisco. Transcreve-se parte da conversa que o aparelho registou, com a devida censura que o pudor jornalístico assim o exige:
Inspector- O sr Ricardo poderá elucidar-me sobre a omissão deste valor na sua declaração original de IRS?
Ricardo Salgado - Na verdade, não se tratou de um esquecimento, mas sim de um desleixo.
Inspector- Como assim?
Ricardo Salgado- Foi devido a um Caldo Verde!
Inspector- A um caldo verde ?!?!?!?
Ricardo Salgado- Pois é. Depois de comer um caldo verde, a minha esposa verificou que tinham caído umas gotas nas calças, e resolveu envia-las para a lavandaria. O problema é que nesse dia tinha que entregar a declaração e a carteira foi junto com as calças. Só me lembrei mais tarde que faltava o dinheiro que estava na carteira, pelo que agora venho rectificar o erro.
Inspector- Desculpe, mas está a dizer-me que anda com 8,5 milhões de euros no bolso?
Ricardo Salgado- Claro, um homem deve andar sempre com uns trocos. Nunca se sabe quando e quanto se vai precisar...
Este ano assiste-se da forma mais mansa e pacatamente tuga ao estupro das finanças pessoais do contribuinte, sem que isso se manifeste numa opinião pública transformada em turba enfurecida, sequiosa por repor os seus direitos fundamentais. O motivo de tal ausência de indignação pode muito bem passar pela medida governativa mais obscena da história da nossa democracia. A distribuição dos subsídios em duodécimos permite escamotear no final do mês o arrombo que o pacote dos cortes oriundo da carga fiscal avultada, irão fazer no bolso de todos os assalariados. Em alguns casos até parece que o bolo do graveto ainda tem mais farinha! Ora, se por um lado o contribuinte é profanado das suas finanças, a Banca, principal responsável pela actual crise, até tem direito a uma linha de crédito para se financiar. Robin Hood roubava aos ricos para dar aos pobres. Robin Coelho, rouba a quem menos pode para dar a quem mais tem.
Posso oficialmente considerar que o top dos desbloqueadores de conversa tem um novo líder. O ano que passou a palavra escolhida como marcante foi entroikado. Por um lado percebo, mas por outro não consigo atingir o porquê desta distinção, uma vez que raramente ouvi isso nas conversas do dia a dia. Agora, dizer-se "isto esta mal", "não sei onde vamos parar", e "não vejo forma disto melhorar" são premissas que fazem parte das conversas de ocasião, e são de carácter obrigatório na espera do elevador. Longe vai o tempo em que os desbloqueadores meteorológicos eram o prato do dia, e frases de uma verdade inquestionável era proferidas por todos os incógnitos cidadão, autênticos oráculos da ciência que com temperaturas a rondar os 0 graus chegavam ao "eureka" de dizer "está muito frio lá fora".
Desde conceituados e reputados economistas, passando pelo senso comum e chegando mesmo ao Presidente da República, a ideia de que o empreendedorismo será a salvação económica e o motor da recuperação rumo ao regresso aos mercados, é por todos comummente partilhada. A febre é tal que desde prémios para jovens empreendedores, a incentivos ao empreendedorismo, só faltará mesmo industrias como a dos ovos Kinder incluírem surpresas de oferta como um vale de lançamento para empreender. Há dias, numa atribuição de prémios de empreendedorismo a alunos do secundário, Aníbal Silva, nosso presidente, alertou para a necessidade deste tipo de iniciativas se estender a toda a população. Esta vaga de empreendedorismo não sendo travada ainda vai levar a que daqui por uns tempos, se todos nos tornarmos empreendedores, as vagas para consumidores deixam de ter candidatos...
Uma das empresas de maior prestígio internacional, levando os seus produtos para ainda além da taprobana, fazendo circular o logótipo tuga pela diáspora, dedica-se em grande parte à produção de papel higiénico (ph). Depois dos tempos áureos dos descobrimentos, é certo que a nossa especialidade passa por fazer m***a, e nada melhor do que uma industria que se dedica a limpar esse produto para melhorar a imagem do país. No entanto fico sempre intrigado quando vejo um daqueles dispensadores automáticos de ph colorido, pela módica quantia de 1,50 por duas unidades, confortavelmente empacotados em recipientes de plástico e invólucro de cartão, quando, pelo mesmo preço, é possível adquirir o mesmo artigo, de cor branca e de marca igualmente branca, em quantidade suficiente para satisfazer as necessidades de limpeza para uma boa temporada. Para além destes óbvios motivos de índole orçamental, algumas das cores disponíveis são no mínimo suspeitas e no máximo perigosas, como por exemplo o ph preto. Por um lado, o uso deste artigo de higiene pode colocar em causa o seu fim em si, tendo em conta que dificilmente se consegue distinguir entre a cor do papel, e o material que se quer limpar. Por outro lado, temo que algumas mentes mais distraídas, utilizem pedaços já usados, e facilmente enganados pela cor do papel façam uma inédita reciclagem de papel higiénico. Desta feita percebe-se melhor o nome da marca...
Quem diria que uma ida à casa de banho me faria escrever um post sobre o assunto? Agora que o penso, até que não é totalmente descabido, mas por motivos de decoro editorial, nem sempre se pode escrever sobre tudo sendo importante a preponderância do bom senso. Há dias, numa pacata ida a uma casa de banho de uma pastelaria, dou comigo num local de música nas alturas, sendo os decibéis mais altos registados na divisão fechada onde fica a sanita, por cima da qual se encontrava a coluna de som. Por momentos fiquei algo intrigado, mas rapidamente cheguei à conclusão que a pessoa que idealizou aquele espaço é um verdadeiro génio, do calibre de Le Corbusier e Siza Vieira. De facto sendo frequentada, uma casa de banho pública normal, tem os sons normais do que lá se faz, podendo causar o constrangimento de quem os fez. Sei que existem algumas que tem música, mas como esta nunca vi. Acho bem este modelo, porque uma c********a pode acontecer a qualquer um.
Recorrendo à personagem fictícia de Tomás Noronha, José Rodrigues dos Santos esmiúça nesta obra sobre um tema bem real - a crise. Num exímio trabalho de conjugação de matérias, onde o cariz jornalístico marca a sua presença obsequiando o leitor com a integridade do escrupuloso sentido de isenção de opinião, o escritor consegue fazer do leitor mais leigo em matéria de assuntos económicos, um atento observador da actualidade da crise. O que mais gostei foi a forma como relaciona e explica os meandros da crise actual, que mais não é que um conjunto de crises isoladas, com máximo expoente em 2008. Ao ler, o leitor passa a reconhecer e perceber o papel de nomes que habitualmente se ouve na televisão, e que Francisco Louça frequentemente reclama como os profetas da desgraça a que nos conduziram. No entanto, no meio deste exercício pedagógico o habitual suspense literário perdeu-se um pouco. Não faz mal, foi por uma boa causa.
O leitor acalme-se, não abra já a garrafa de champanhe que o título não se refere ao regresso da nossa economia aos mercados financeiros, mas sim de uma sugestão de abordagem ao outro tipo de mercado - o futebolístico. De facto, depois de na segunda feira passada José Mourinho ter marcado a gala de atribuição dos prémios FIFA Ballon d'or 2012 com a sua ausência, o editor deste blog considerou que a sua atitude foi futebolisticamente lamentável, mas economicamente louvável, pelo que o governo deveria ponderar a sua aquisição nesta abertura do mercado de inverno, agora que ele vive tempos mais agitados no seio merengue. Se olharmos para o que ele fez durante esse dia, facilmente se chega à conclusão que ele rentabiliza o seu tempo ao segundo, e leva ao expoente máximo a máxima que o "tempo é ouro". Sabendo que não ia acabar com o troféu nas suas mãos, poupou os gastos da deslocação, o aluguer do paletó, e não perdeu tempo em escrever um discurso para a posteridade. Como tem jogo hoje, a sua preocupação foi trabalhar. No dia, chegando à conclusão que não tinha 5 dos seus habituais titulares, no mesmo momento em que os seus atletas desfrutavam do cocktail de gala, o Especial Um visualizava o treino do seu petiz, e assim de uma só vez fazia o papel de pai atento, e ao mesmo tempo já espreita pelo futuro do clube. Juntos, Mourinho e Gaspar fariam uma dupla atacante terrivel. A baliza é que já se está a ver o que é...
Pela defesa dos direitos da oprimida classe dos trabalhadores, este blog quer alertar para uma problemática com várias centenas de anos, que até ao momento não viu a luz da justiça. O mundo tem assistido impávido e sereno a um dos maiores roubos de identidade, sem que ninguém aponte o dedo a um grupo de usurpadores que se auto-intitulam de "produtores de leite". Esses senhores, que muito respeito pelo trabalho que desenvolvem e que sem ele não seria possível provar essa extraordinária bebida que nos faz crescer melhor e mais fortes, poderão ser quando muito colectores de leite, ou de uma forma mais prosaica "gestores da produção leiteira". Diz-se que "a César o que é de César", então, e tendo em conta que estamos a falar das imperadoras do leite, justo será dizer "às vacas o que é das vacas", elas sim as verdadeiras produtoras.
Tinha este post no pensamento há algum tempo. No entanto, ao contrário de outros tempos, os de agora não me permitem ouvir rádio com a mesma frequência. Mesmo assim, nas poucas ocasiões em que para além de ouvir estou atento, cheguei a uma conclusão acerca da escolha das musicas que passam "no ar". Nesse aspecto tenho que me vergar perante a genialidade maquiavélica dos directores responsáveis por esse trabalho de selecção, que conseguem tornar insuportável a música mais especial. Se tinha dúvidas sobre que tipo de escrutínio eles efectuavam perante o público, agora estou certo de qual o método que utilizam para averiguar o impacto das playlist. O tempo que uma música permanece "no ar", bem como as suas repetições diárias, é inversamente proporcional à produção de ácido pelo estômago e fenómenos de meteorismo intestinal. Ou seja, só quando os ouvintes desenvolvem problemas de estômago e disparam gases do calibre das explosões do Krakatoa, é que as musicas paulatinamente são retiradas "do ar".
Tendo em conta a facilidade de acesso que actualmente existe para se visualizar uma película cinematográfica, pergunto-me quem é que tem paciência para ver um filme na televisão. Nos canais públicos ainda se aguenta, mas nas televisões privadas, com os intervalos publicitários de duração igual ou superior ao filme em si, a tarefa de não perder o fio à meada é difícil. Há dias, fiquei preso no canal de sede em Carnaxide por estar a passar um filme que me despertou alguma curiosidade. Quando começou o intervalo, parcimoniosamente me deixei estar, até porque a publicidade era de Natal e assim sempre poderia surgir alguma ideia de oferta. Passado alguns minutos, aconteceu-me algo que não me recorda alguma vez me ter acontecido: esqueci-me o que estava a ver antes da publicidade. Poderá o leitor considerar que isto é um sinal de senilidade. Contudo, depois de efectuar um exercício de introspecção, ainda antes do final do intervalo recordei-me do filme que estava a ver. Conclusão: a televisão de hoje passa publicidade na programação, e filmes e séries nos intervalos.