tempos Diferentes
Tal como mudam os tempos, mudam-se os comportamentos. Antigamente, para defender o que é nosso, bravos e valentes guerreiros, oriundos da nobreza, burguesia e povo, de espada na mão, enfrentavam destemidamente quem nos ousava invadir. Antigamente, o comandante do navio era o último a abandonar a embarcação, sendo que, em alguns casos, havia quem obstinadamente se resignava a obedecer ao fim trágico que acompanha o naufrágio do navio, naufragando com ele. Na actualidade, quando o terrível invasor (leia-se Troika) se espalha mais rapidamente por todos os corredores do poder, enxovalhando a soberania, não existe nem nobreza (leia-se políticos), nem burguesia (leia-se, por exemplo, família Pingo Doce), que se oponham à fúria do invasor. Está visto que o papel do comandante de antanho caberá ao povo, que terá que guiar o barco até terra firme, à custa do seu sacrifício e coragem, pois, os ratos da burguesia já começaram a abandonar o país, e a nobreza há muito que já não manda.