Todas as notícias que sejam para malhar nos EUA, são bem-vindas. Não que tenha nada contra em particular, apenas não vou à bola com esse país no geral. Afinal de contas o modelo de economia periclitante de mercado que criaram, e que mais dia menos dia nos vai levar a um abismo, já nos deu provas de ser volátil e ferver em pouca água. Um bem-haja à crise de sub-prime que levantaram e que pôs o Zé povo a pagar taxas de juro que por pouco não chegavam aos dois dígitos (aqui confesso que estarei a exagerar um pouco). Assim, fico contente quando passam notícias como a que foi divulgada hoje através do site wikileaks. A divulgação de mais 250 mil documentos dos quais muitos eram classificados de top secret (com carimbo vermelho e tudo), é uma manifesta prova de que o segredo de estado nas Américas americanas é mais ou menos parecido com uma peça de tecido comida pelas traças, só tem furos.
Nos dias que correm já não são apenas os chineses os maiores peritos em fazer réplicas de tudo o que podem. Pois vamos ver se há semelhanças: Portugal – clássico FC Porto vs Benfica, resultado 5-0; Espanha – clássico FC Barcelona vs Real Madrid, resultado 5-0. Pelos vistos os jogadores do Barcelona passaram a semana devorar os vídeos do jogo cá das nossas bandas, e não fizeram a coisa por menos. O Cristiano Ronaldo é que tinha razão quando lhe perguntaram a opinião acerca do jogo que o Barcelona goleou por 8-0 o Almeria e disse “vamos ver se nos metem 8”… és mesmo bom pá, e tinhas razão pois afinal de contas faltaram 3 para te tirarem a cantiga. E por falar em tirar a cantiga, mesmo depois de sair humilhado do Camp Nou com 5 bolas no saco ninguém o segura: “triste eu, não senhor, triste ficaria se o Real tivesse tido a oportunidade de ganhar o jogo e não o ter conseguido por falta de sorte, ou más decisões da arbitragem”. A isto chamo eu a diferença entre ver um copo meio vazio e ver um copo meio cheio.
E ninguém o cala… afinal é o Special one, mas hoje mais carrancudo.
Estamos em época natalícia. Em todo o caso, para quem me acusar de estar a ser precoce na data não me considero porque já fui às compras a um centro comercial no fim de Outubro e já havia decoração de Natal. Acho bem, mais uma vez digo que há que dar um empurrão à economia e gastar graveto. Coisa que quem estiver um pouco atento aos Jornais, quer os de papel, quer os da TV, verificará que este ano vai-se cortar tudo nas prendas. Aliás, se bem me lembro, todos os anos é a mesma treta. À e tal e coiso que não pode ser e não se pode. Sim senhor, concordo porque realmente isto da crise não dá para grandes aventuras e temos que fazer contas. Na verdade, os telemóveis topos de gama, Ipods e Ipads, playstations portáteis ou não, casacos da lacoste e bolsas da LV (porque não sei como se escreve aquelas bolsas que são todas iguais mas trazem escrito essas letras), não são comprados por quem os dá. Não. Então não se vê como aparecem? Obviamente que é o pai Natal.
A pedido de várias famílias, introduz-se neste blog o tema “televisão”. Televisão essa que se resume a dois tipos de utilizadores: pessoal que não tem outros canais para além dos 4 de sinal aberto (de borla); pessoal que tem as dezenas ou centenas de canais por cabo (a pagar). A conclusão que se tira depois de um zapping (rápido para os primeiros e mais demorado para os segundos) é de que tudo bem espremidinho não dá grande coisa. Já tive a experiência dos dois mundos e declaro que o único de jeito que tem a TV Cabo é o facto de se poderem efectuar agendamentos de gravações. Por isso mesmo, é de realçar esta lufada de ar fresco que o Bruno Nogueira traz às sextas à noite, ou outro dia qualquer da semana que a RTP se lembrar de colocar de acordo com as necessidades de share (qualquer dia escrevo ao provedor). Quem estiver com dificuldades em escolher entre um programa sobre máquinas mortais no Discovery Chanel e um programa para ver qual dos gordos é que emagrece mais na Sic Mulher, ou mesmo se cair na tentação de ver o que se passa na Casa dos Degredos (ou será segredos, mas que não são?), eu facilito, vejam o lado B. Grande programa para gente jovem, ou para se sentirem jovens, ou como diz o franganito
Aprecio imenso a qualidade, eficiência e excelência. O Mourinho reúne as três e provavelmente muitas mais que ainda nem sequer estarão catalogadas nem disponíveis nos dicionários. Vi o documentário acerca dos dez anos de carreira do homem e, verdade seja dita, é o maior. Tudo bem que também tem tido um pouquinho de sorte (ouvi dizer que come patas de coelho ao pequeno almoço), mas isso também é algo que se encontra procurando, o que é o caso dele. Depois existe o inverso…
O jornalismo que se faz por cá classificá-lo-ia de rasca, e estou a ser meigo. Para além do massacre de notícias exploradas mais do que até ao tutano, aquando dos grandes acontecimentos ou grandes tragédias, que exemplifica até que ponto se passa a barreira do inconveniente, existe o pecado da omissão jornalística. O documentário acerca do Mourinho é um bom exemplo disso. Se classificarmos em % o tempo dedicado a cada clube por onde ele passou, ao FC Porto coube 8% (sim eu fiz as contas). Ora no FC Porto fez o que seria mais difícil em toda a sua carreira que foi vencer campeonatos, Taças, Taça Uefa e Champions League, com muito menos orçamento do que em qualquer dos outros clubes multimilionários em que venceu. Assim seria de esperar um pouco mais de representatividade no documentário. Crente, ainda pensei que o mesmo teria sido realizado por jornalistas estrangeiros, mas fez-se luz quando no genérico final constatei que afinal eram mesmo tugas. E já agora…
Pergunta, que lógica tem fazer uma greve contra um pacote de medidas que já foram aprovadas e que não há volta atrás para as rectificar? Resposta, nenhuma. Tem tanta lógica esta greve como tentar fazer o pino quando se está com os copos. Na verdade, os únicos beneficiários directos com esta manifestação são os próprios destinatários da mesma, ou seja, o governo. Ah e tal que isto está mal, e não sei quê, e coiso, vou mas é perder um dia de trabalho por causa da crise? Irónico e proveitoso para se poupar uns trocos para abater no buraco de 500 milhões, que a negociação do OE deixou. Pelo menos, tinham marcado a greve para perto do Natal, pois assim sempre dava para o pessoal aproveitar para fazer umas comprinhas e revitalizar a economia. O que fica no final do dia? Para além do stress dos pais que tiveram de inventar a melhor maneira de ficar com os filhos porque a escola fechou, do lixo que não se recolheu, e da operação do tipo que estava à espera vai para 3 meses e para a qual já estava em jejum à dois dias (e fica mais um porque se faz amanhã), o de sempre, governo a referir que a adesão à greve foi na ordem dos 10% e os sindicatos a dizer que foi de 99,77%. No dia em que se entenderem nos números prometo que quem faz greve sou eu. Por agora, como já dizia o outro, vou mas é trabalhar.
Há dias, para além do banho de bola que se passou no Estádio do Dragão, passou-se também algo muito caricato e mais do que tudo, original. O senhor que anunciava pelos altifalantes do estádio qualquer alteração em relação ao Benfica, fosse uma substituição ou golo encaixado (e isto fê-lo por 5 vezes), referia-se ao visitante. Imagine-se "substituição na equipa visitante, sai ambrósio e entra clemente". Trata-se de uma forma muito adulta, com classe e inteligência de insultar a equipa adversária, que outro tratamento não seria mais eficaz.
Tendo em conta que acredito, piamente, na mais que provável probabilidade de não ter nem uma alma penada a passar por este blog, vou tirar proveito próprio do mesmo. Quero com isto dizer que vou fazer deste espaço uma espécie de plano poupança reforma de pensamentos e/ou opiniões. Assim, poderei no conforto da velhice, munido de um par de chinelos, roupão e uma chávena de chá meio quente, verificar todo o tipo de idiotices que escrevi. Idiotices ou não, o que de certeza não farei é fazer uso destas páginas para o que habitualmente se faz. Explico
- por que carga de àgua é que interessa ver imagens das férias ou da vida ou do caneco de um tipo qualquer?
- por que raios é que existe agora a possibilidade de dizer a todo o momento o que se está a fazer, tipo, “neste momento estou a coçar a micose”?
- por que motivo é que se tem interesse a ter uma rede social com pessoal que, muito provavelmente, nem se conhece?
Por Toutatis e Belenos, não entendo estes fenómenos e passo ao largo deles.
Ora bem, está cientificamente comprovado que o tempo que uma pessoa tem para não fazer nenhum é proporcional ao aumento de probabilidades de se pensar demasiado resultando, desta relação de proporcionalidade (claro está), em todo o tipo de decisões que por serem muito pensadas, na prática nem sempre são as melhores. Serve isto para realmente dizer o quê, perguntará o leitor? (se os houver). Que numa altura em que tinha demasiado tempo para pensar dei por mim a chegar a uma bela conclusão, tendo por base as seguintes premissas:
1- qualquer pseudo intelectual arranja um editor para escrever, ou lhe escreverem, um livro sobre o tema menos interessante que se possa imaginar (sei lá, por exemplo o próprio sei lá);
2- qualquer outro pseudo intelectual compra os livros do pseudo intelectual citado no ponto 1;
3- qualquer pseudo intelectual cria um blog sobre o tema menos interessante que se possa imaginar;
4- qualquer outro pseudo intelectual lê os blogs referenciados no ponto 3.
Desse modo, e sendo eu um possível candidato a pseudo-intelectual (de esquerda) pensei! e porque não eu? ora, não tendo conhecimentos no mundo editorial porque não criar um blog, disponível apenas à distância de um cliq? para assim poder exercer esse direito, de expressão, tão belo que o otelo (esta só foi para se ver que também posso ser poeta) nos facultou? dito e feito, e porque já chega de pontos de interrogação, apenas garanto que nesta minha verborreia (é de bom tom um palavrão de quando em vez) não garanto nada, inclusivamente assiduidade. Pretende-se com este espaço de opinião efectuar-se um escrutínio estatístico do número de pessoas que realmente não têm nada que fazer, e que se dão ao trabalho de perder o seu precioso tempo a ler as opiniões, de tudo e de nada, que uma mentecapta mente se lembrou de tecer.