conversa n'a Catedral
Esta obra tendo sido escrita por Mario Vargas LLosa à tanto tempo, só comprova a morosidade do comité Nobel em reconhecer mérito para a atribuição do prémio da categoria literária. A Festa do Chibo, A Casa Verde, O Paraíso na Outra Esquina, Os Cadernos de Dom Rigoberto e O Sonho do Celta são obras que me fizeram apaixonar pela sua escrita. Na sua obra é típico o seguir um rumo dos acontecimentos sem obedecer a uma sequência cronológica sequencial, mas neste livro leva esse método a níveis estratosféricos nos quais o leitor incrivelmente não se perde porque é conduzido pela mão do escritor, como se nos guiasse por um denso nevoeiro que paulatinamente dá lugar a uma visão clara dos acontecimentos. Mestre na hora de caracterizar períodos históricos e pincelar os traços de personalidades, neste livro Mario Vargas LLosa navega em território bem conhecido, a sua terra Natal, e permite ao leitor tornar-se num verdadeiro viajante no tempo. A complexidade do livro é tal, que sendo a sua leitura simplesmente fácil faz deste livro escrito em 1969 uma verdadeira obra prima da literatura. Mario Vargas LLosa foi premio Nobel em 2010... antes tarde do que nunca...
P.S.: Ontem cumpriram-se 15 anos desde a atribuição do Prémio Nobel da Literatura a José Saramago "que, com parábolas portadoras de imaginação, compaixão e ironia torna constantemente compreensível uma realidade fugidia". Também isso mesmo é bom recordar!