amor de Perdição
Pergunto-me de que estarão à espera os argumentistas da TVI, quando têm à mão de semear e ainda por cima de forma beijada argumentos de sobra para realizarem uma novela com base no que se passa ao nível da governação aqui na tugalândia. Para além disso, e como tudo indica, o ínicio e o final devem seguir o modelo do romance clássico tuga, com um início idílico e um final trágico, permitindo desse modo construir um argumento diferente do que as pessoas já devem estar fartas de ver. Não querendo meter mão em seara alheia, deixo apenas em jeito de sugestão algumas ideias chave para fazer um enredo digno de Emmy, quiçá mesmo um Óscar caso existisse a categoria de "Best Soap Opera". Assim, os protagonistas do romance serão PPCoelho e PPortas, reunidos na sagrada união da coligação abençoada pela madrinha teutónica que os orienta na árdua tarefa de governar um país desgovernado. Para o efeito Merkl conta com Gaspar, que garante durante uns tempos a estabilidade do matrimónio até ao dia em que decide ir embora. Nessa altura surgem as primeiras desavenças públicas, uma vez que já anteriormente no seio do lar em S. Bento já havia discussões acerca do modo como governar o país. A nomeação da nova ministra das finanças faz PPortas pedir um tempo. Pelo meio, o papel de vilão desempenhado pelo Tribunal Constitucional faz tremer de forma violenta a coligação, ameaçando de quando em vez com a maldita constituição que teima em prejudicar a governação idealizada pela dupla da direita parlamentar. Ora, até aqui o argumento está escrito, e aguardam-se agora os desfechos das eleições e do orçamento de estado para ver se no final tudo acaba como no romance de Camilo, "Amor de Perdição"...