o tolo no meio da Ponte
Mais de uma semana depois de estalar o verniz na coligação, e depois de instalada um crise política autofágica, o presidente da república falou, e não foi para tecer comentários acerca do muito calor que se faz sentir no país. Passou uma semana de zangas entre parceiros, que tal como as tempestades trouxeram depois a bonança... PPortas que o diga. Passou uma semana onde os partidos da oposição clamavam piedosamente por eleições antecipadas. Passou uma semana na qual o presidente, tal como o tolo no meio da ponte, tinha que decidir tendo para isso marcado reuniões com tudo e com todos. Ontem, quando o jantar de muitos tugas era novamente interrompido para uma comunicação de um político para o país, o presidente surpreendeu-me... por breves instantes claro está. Inicialmente a surpresa apresentou-se como uma medida inédita na vigência de Cavaco, que ao fim destes anos todos apresentava uma decisão, ainda por cima arrojada. No entanto, no decorrer do discurso, a esperança de actividade cerebral presidencial esfumou-se. O homem tinha duas opções, ou mandava esta coligação colar cartazes junto com a oposição, ou deixava as coisas como estão. A crise política assim o exigia como forma de resolver de uma vez por todas o imbróglio gerado por este governo, no entanto, o "compromisso de salvação nacional" que Cavaco deliberou mais não é do que o adiar de uma solução. Quem estava no meio da ponte era ele e, tal como uma velha raposa matreira, soube muito bem retirar-se e deixar não um tolo mas três no meio da mesma ponte. É caso para dizer "quem vier atrás que feche a porta"...