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E porque não eu?

terapia de reflexão para mentes livres e com paciência, SA ou Lda não interessa, pelo menos pensar não paga impostos

E porque não eu?

património Mundial

por António Simões, em 24.06.13

Tive a sorte e o privilégio de estudar na mais antiga academia do país, e uma das mais antigas e respeitadas universidades do mundo, quando era na "alta" que se juntavam os de direito, das letras, das matemáticas, da arquitectura, das medicinas, das ciências, das zoologias, das químicas, das físicas, e, junto ao Museu Nacional Machado de Castro, com o edifício das Letras e de Direito a fazer-lhe sombra, encontrava-se o Palácio dos Melos, um exuberante edifício familiar que albergava grande parte da Faculdade de Farmácia, aquela que dispunha um átrio para convívios que fazia inveja a todas as outras. Para lá chegar podiam-se escolher dois caminhos, ambos com muita escada para escalar, anunciando ao estudante que ao chegar lá em cima as coisas não seriam muito diferentes, com cadeiras para fazer no lugar de degraus para subir. Pelos 125 degraus das "Monumentais" nunca tive o azar de tropeçar, mesmo em condições etílicamente bem dispostas, fintando assim o ditado que prevê ao estudante que lá tropeçar chumbo no ano correspondente ao lance em que caiu. Do outro lado, subindo em direcção à Sé Velha convém não esquecer de traçar a capa ao passar pelo Arco de Almedina, para depois encarar de frente o "Quebra-Costas", escadas de piso escorregadio para todos, mais ainda para os incautos sapatos de jovens estudantes que usam a capa e batina pela primeira vez.

Muito mais poderia escrever, mas o espaço faltaria. No entanto, não posso deixar de me congratular com o facto de agora essa envolvência fazer parte do património mundial da humanidade, sentindo-me mesmo como uma parte desse legado, como certamente comprovarão os turistas que durante os anos que por lá andei, pediam para tirar uma foto sempre que por eles passava de capa e batina vestida. Desde o momento em que tive o direito de me dirigir ao Palácio dos Grilos para solicitar o meu diploma de licenciatura, sempre foi minha vontade nunca lá voltar. No entanto, sempre que possível volto mas o sentimento já não é o mesmo. Coimbra é para o estudante como um tórrido e apaixonante amor de verão...  intenso, acaba rápido e deixa muita saudade, nunca mais se repetindo. 

 

Coimbra é uma lição
De sonho e tradição
O lente é uma canção
E a lua a faculdade

O livro é uma mulher
Só passa quem souber
E aprende-se a dizer saudade

 

Coimbra do choupal
Ainda és capital
Do amor em Portugal, ainda
Coimbra onde uma vez
Com lágrimas se fez
A história dessa Inês tão linda

 

Coimbra das canções
Coimbra que nos põe
Os nossos corações, à luz...
Coimbra dos doutores
Pra nós os seus cantores
A fonte dos amores és tu.

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