tributo à Incompetência III
A semana que passou pode considerar-se como o paradigma da incompetência tuga. Os casos que de seguida vou referir são uma milésima parte de tudo o que se poderia coleccionar em matéria de lástima nacional, tarefa que se algum dia alguém se der ao trabalho de a executar terá que no final publicar em vários tomos, muito possivelmente do tamanho da Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura. Assim:
- terei que dar os parabéns ao politicamente malogrado ministro dos assuntos parlamentares, uma vez que antes de ser demitido por se concluir que tirar uma licenciatura na qual uma das cadeiras foi feita por oral, por um professor que não era o titular, e cujo tema de estudo foram escritos realizados pelo próprio aluno, enquanto que os colegas faziam exame escrito, corrigido pelo devido professor, resolveu e muito bem dar de frosques e demitir-se ele mesmo. Quem anda à chuva molha-se e Relvas como não tem guarda-chuva resolveu abrigar-se antes da tempestade.
- delinquentes previamente identificados e culpados, alvos de um dos processo mais longos da história da justiça tuga, apresentam-se para a detenção mas, pela falta de um documento, voltam para as viaturas para irem almoçar e regressar mais tarde. A sorte foi que estamos em crise e ficaram por uma tasca de diárias, pois o catering do Aeroporto é muito caro e poderia dar ideias de fuga.
- a presidente do grupo de pançudos que diariamente se reunem num local que se dá pelo nome de parlamento, depois de se ter reformado ao 42 anos, achou que fazer as palavras cruzadas da Maria já não lhe dava entusiasmo e resolveu voltar a ter um emprego. No entanto, como a reforma do Tribunal Constitucional era de 7255 euros, e não podendo acumular com o vencimento de 5219,15 euros do actual tacho, abdicou do mesmo mas não dos 2133 euros de ajudas de custo. Não sei o que veste, o que come e onde mora, mas porra, com essa quantia devia mas era ter ajudas para gastar. Eu ofereço-me.
- por fim e já que se falou em Tribunal Constitucional, há que dar os parabéns aos seus membros, uma vez que no lugar dos 7 meses que demoraram o ano passado a confirmar a borrada orçamental, este ano demoraram apenas 4, e ainda por cima anunciaram as suas decisões à 9 da noite de sexta feira. Resultado? Lá se foi o fim de semana do governo que teve que se reunir para fazer as contas outra vez. Vai buscar...