batotas e Batoteiros
Como há dias referi, vivi o tempo de sucesso dos salões de jogos, mas também assisti ao seu declínio. Essa diminuição de frequência deu-se em grande medida pelo florescimento da indústria de videojogos caseira. Para além do conforto da casa ser insubstituível, não havia necessidade de colocar moeda alguma para se continuar a jogar, pois bastaria começar de novo e tentar novamente. Com o tempo, e numa altura em que a internet não estava disseminada, eram as revistas que nos traziam as novidades mais recentes, bem como algo que facilitava a vida de quem tinha alguma dificuldade em chegar ao fim de um jogo - as batotas. Eram várias, desde saltar níveis até conseguir "vidas" extra. Claro que o gosto que um batoteiro tinha em finalizar o jogo não poderia ser o mesmo daquele que pelos seus meios alcançava o fim. Deste modo, deixo assim este pensamento para quem dele uma analogia quiser fazer com o momento em que vivemos. Alienados da nossa soberania económica e governados por quem quer de qualquer maneira chegar ao fim dos prazos com o papel de bom aluno cumprido, estou mais que certo que a batota que estes batoteiros irão recorrer é bem mais perversa que as inofensivas práticas do meu tempo... o estado providência já era...