o outro Gaspar
Se o leitor visualizou a conferência de imprensa da semana passada onde apareceram em conjunto Wolfang Schäuble e Vítor Gaspar, ministros das finanças germânico e tuga, respectivamente, certamente que vai concordar com esta apreciação em dois pontos. Ponto número 1 - depois de tantos e rasgados elogios do alemão ao tuguês, não posso deixar de torcer o bico e coçar o nariz com a dúvida que me deixa tanta "amizade". Ponto número 2 - como evito ver ou ouvir qualquer comunicação do ministro disléxico, nunca até esse momento o tinha ouvido a falar em inglês. Fiquei surpreendido! Então não é que o homem fala bem, fluentemente, e perfeitamente entendível ao mais leigo da língua anglo-saxónica! Posto isto só posso concluir que quando tem que falar em inglês, o tipo parte do princípio que quem ouve não é tuga, e assim pode falar como uma pessoa normal. Quando toca a falar na língua de Camões, ele usa aquele discurso caracteristicamente lento, pelo que só posso considerar que o Gaspar deve achar os tugas burros e lerdos, e acha-se na obrigação de falar mais lento como se estivesse a falar para criancinhas pequeninas. Uma vez na Assembleia o primo dele foi vituperado com um "Manso é a tua tia pá". Eu reformulo e vitupero-o com "Burro é a tua tia pá".