o prisioneiro do Céu
Pela primeira vez, desde que dei inicio à crítica literária neste blog, escrevo acerca de um livro sem ter dado por concluída a sua leitura. Para mim, existem dois tipos de escritores, os que escrevem sobre algo, e os que escrevem sobre nada. No primeiro caso, cada um com o seu estílo, a escrita tem um pano de fundo, uma espécie de cenário pré-montado. No segundo caso, o escritor avança para a página tal como ela é, ou seja, em branco. A este segundo exemplo pertencem os verdadeiros criadores de histórias, onde se encontra como porta-estandarte Carlos Ruiz Zafon. Por mais impossível que possa paracer, a forma eruditamente simples como escreve é uma mescla de estilo, que combina tal como todos os instrumentos de uma orquesta se juntam para fazer soar uma sinfonia. Fazendo rir e entristecer, misturando alegria com melancolia, do tenebroso ao luzidio, junte-se um argumento de suspense e temos a certeza de começando a ler, só terminarmos ao encontrar o fim. Desta vez fiquei rendido, e coloco-o no topo da minha lista de preferências.